Adur

Aconteceu ontem (19/10), na UERJ, o ato SOS Educação Pública e o lançamento da Frente Nacional em Defesa das Instituições Públicas do Ensino Superior, formada por entidades representativas de professores, técnicos administrativos e estudantes, além de parlamentares, centrais sindicais, movimentos sociais e a Andifes. Diante dos ataques à educação pública, com contínuos cortes orçamentários, atrasos nos repasses de verbas e pagamentos de salários, projetos como a Reforma do Ensino Médio e Escola sem Partido, a Frente une diferentes grupos políticos em busca do fortalecimento da luta em defesa da educação.

Como explica o advogado Gustavo Berner, que atende a ADUR e também o ANDES regional, a ASDUERJ, e a ADUEZO, entre outras aspectos, a iniciativa fortalece ações judiciais. “Nós estamos sofrendo ataques de todos os lados, as universidades, os trabalhadores da educação. A unificação de entidades com medidas judiciais é muito importante para esse tipo de mobilização. Essa frente unifica e fortalece a luta porque nós podemos utilizar ações judiciais coletivas para questionar os ataques que nós estamos sofrendo”, disse.

Gustavo ponderou, ainda, os limites das ações judiciais. “O processo judicial não é definitivo para resolver esses problemas, são necessários processos legislativos, processos administrativos. Então, sobretudo em um processo legislativo de recuperação dos direitos que estamos perdendo, esse movimento constrange o poder legislativo que tem o papel preponderante. Isso é muito importante no processo de luta porque, como é conflito, ganha o conflito é quem está forte”.

Confira o Manifesto da Frente Nacional em Defesa das Instituições Públicas de Ensino Superior, neste link.

O ato e o lançamento da Frente aconteceram na UERJ porque a situação da universidade e das demais Instituições de Ensino Superior Estaduais é crítica. Desde o dia 3 de outubro, os professores da UERJ estão em greve, se unindo aos trabalhadores da limpeza.

“A UERJ é um patrimônio da sociedade. Hoje é um dia importante porque nós reunimos diversas universidades do país, estudantes e os trabalhadores das universidades, para mais uma vez defender esse patrimônio fundamental do Rio de Janeiro que é a UERJ. Para além disso, neste momento, defender a educação pública como um todo. Há algum tempo a UERJ sofre um ataque muito severo, que a gente já entendeu que extrapola os nossos muros, é um ataque à educação e aos direitos do povo. Em especial ao povo que usufrui dessa universidade vanguarda em cotas, vanguarda no acesso ao trabalhador e que hoje vê a sua estrutura ser desmanchada, vê seus trabalhadores sendo atacados, seus estudantes terem seus direitos retirados. A Frente é fundamental porque em todo o país estaremos juntos defendendo a educação pública”, declarou Guilherme Vargues, presidente da Asduerj.

Após o lançamento da Frente, o ato seguiu em marcha pela Radial Oeste até o CEFET do Maracanã. Depois de um pequeno incidente, no qual um policial lançou algumas bombas de gás lacrimogêneo e se retirou apressadamente da manifestação, as pessoas se dispersaram, mas conseguiram se agrupar novamente e o ato continuou sem conflitos até o encerramento em frente ao IFRJ, na Rua Pereira de Almeida, na Praça da Bandeira.

Falando em nome da administração central da UERJ, a professora Tania Carvalho Netto, sub-reitora de Graduação fez a declaração que sintetiza a luta em defesa da educação. Mesmo com o abatimento diante da perda de direitos, Tania disse: “Nós somos sementes e não há tempestade que nos impeça de florir”.

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