Adur

Com o golpe que colocou Michel Temer no poder em agosto de 2016, medidas retrógradas têm sido ampliadas pelo governo ilegítimo. Desde então, a classe trabalhadora responde com mobilização política, atos, greves e ocupações. Uma das primeiras ações que comoveu a população foi a Proposta de Emenda Constitucional que congela os gastos públicos pelos próximos 20 anos, a PEC da Morte, como ficou conhecida.

Em um movimento unificado de luta contra PEC, os professores da UFRRJ deflagraram greve no dia 16 de novembro de 2016. Unindo-se aos estudantes, que haviam ocupado a universidade, e aos técnicos administrativos, que também entraram em greve no mesmo período, os docentes ruralinos iniciaram, no Rio de Janeiro, um movimento que se tornou nacional e alcançou mais de 30 universidades pelo país. Nesta nota, explicamos as motivações do movimento.

Mesmo o protagonismo do movimento sendo dos estudantes, que deflagraram greve, suspenderam as atividades e promoveram a ocupação semanas antes, a ADUR desenvolveu uma série de atividades relacionadas a greve nos meses que antecederam o período de paralisação. No meio digital, publicamos vídeos informativos de professores se posicionando contrários ou favoráveis. No dia 6 de setembro promovemos uma assembleia com pauta única de discussão sobre a greve, quando foi criado um comitê para a construção da greve geral e definida uma assembleia seguinte para construir um calendário de paralisações. No dia 22 de setembro aconteceu a primeira paralisação, que contou com panfletagem pela manhã, roda de conversa e ato no centro do Rio.

A mobilização continuou nos meses seguintes: em assembleia no dia 18 de outubro foi deflagrado estado de greve. Dia 3 de novembro foi decidido o indicativo de greve. Finalmente, em assembleia histórica, com duzentos docentes presentes, no dia 11 de novembro os professores da UFRRJ decidiram entrar em greve a partir do dia 16 de novembro.

A paralisação durou até o dia 19 de dezembro, acentuou a unidade entre docentes, técnicos e estudantes e proporcionou uma grande mobilização na universidade. Diversas atividades envolvendo as três categorias aconteceram, com destaque para a caravana ruralina que foi à Brasília protestar contra a PEC, que estava sendo votada em primeiro turno no Senado no dia 29 de novembro. Foram quase 500 pessoas nos nove ônibus que saíram da UFRRJ.

Toda a movimentação política na universidade trouxe a tona questões que estavam adormecidas, inclusive de equívocos sobre as diferenças entre a relação professor – aluno e movimento docente – movimento discente. Opiniões divergentes causaram ameaças e até enfrentamentos. Mas mesmo com a saída da greve, que aconteceu de forma unificada com o ANDES, a mobilização continuou, inclusive no segundo turno da votação da PEC, quando aconteceu outro ato na capital do país.

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