Que a Academia se pinte de povo!
Por Pamela Machado
Segundo o censo de 2010, somos mais de 190 milhões de brasileiros, sendo 97 milhões negros ou pardos e quase 900 mil índios. Apesar de a população não- branca ser maior do que a caucasiana, é esta última quem mais preenche as vagas de ensino superior. Desde 2004, quando a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) foi pioneira na política de cotas, o ambiente universitário começou a enegrecer e se tornar um espaço mais popular. Oito anos depois, em 2012, a partir da Lei 12.711, todas as universidades federais passaram a oferecer 50% de suas vagas para estudantes oriundos de escolas públicas. A partir daí, mesmo com toda problemática que envolve a permanência dessas pessoas no ensino superior, a academia passou a ser pintada de povo. Mas e agora?
Antes de ser afastado do Ministério da Educação (MEC), em maio passado, Aloizio Mercadante encaminhou portaria que dá o prazo de 90 dias para a definição de política de cotas nos programas de pós- graduação. Em algumas instituições isso já é realidade. Na Universidade Federal do Amazonas (UFAM), desde 2011 a população indígena tem um terço das vagas reservadas. Thereza Menezes, hoje professora do Programa de Pós-Graduação de Ciências Sociais em Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade (CPDA/ UFRRJ), à época era coordenadora da pós em Antropologia da UFAM e foi uma das que encabeçou o processo de implementação das cotas por lá. Engana-se quem pensa que por ser um programa da área de humanas, foi fácil aprovar a ação afirmativa.
– Todo mundo acha que é mais fácil por estarmos falando de antropólogos, mas a verdade é que foi uma briga de foice. Todo mundo falava que ia baixar a qualidade do curso porque os alunos iam chegar sem saber escrever direito.
O programa contava com 15 vagas, mas sempre sobravam cinco, o que equivale a um terço do total das vagas. Essa foi a brecha que Thereza encontrou para convencer os colegas de que o curso deveria oferece-las à população indígena.
– Um certo segmento social só conseguiu ir pra universidade porque disputou as vagas que ninguém queria, as áreas de humanas. Esse pessoal acabou mudando a universidade porque tem um outra visão, uma visão que é menos meritocrática. Os indígenas eram os grandes objetos da nossa reflexão e a gente não tinha uma porta aberta para eles, pra gente dialogar de igual para igual.
Como professora da UFRRJ, Thereza e Leonilde Medeiros buscam implantar a política de cotas também no CPDA. 20% das vagas serão reservadas a candidatos autodeclarados negros ou índios.
Segundo Leonilde, o assunto está em pauta desde o ano passado. Porém, só agora está tomando forma e o próximo processo seletivo vai ser a primeira resposta ao trabalho da equipe.
Para conquistar a vaga, o aluno de ampla concorrência deve alcançar média 7,5 em todos os quesitos (prova, projeto e entrevista), já quem disputar as vagas por cotas, precisa garantir 5 na prova e no projeto e 7,5 na entrevista.
Mais Notícias
Funcionamento ADUR durante o feriado
Postado em 17/04/2025
A ADUR deseja a todas e todos uma Feliz Páscoa e confraternização com família e amigos. Um ótimo descanso neste … leia mais
Ação judicial da ADUR garante RSC para docentes EBTT aposentados da UFRRJ
Postado em 17/04/2025
Professores EBTT da UFRRJ que se aposentaram com paridade antes de 1º de março de 2013 têm direito ao adicional … leia mais
Glauber Braga Fica!
Postado em 16/04/2025
16 de abril de 2025 Comunicação da ADUR A ADUR-RJ manifesta sua solidariedade ao deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ), diante … leia mais
Mario Vargas Llosa
Postado em 15/04/2025
Morreu neste domingo, dia 13 de abril, o escritor peruano Mario Vargas Llosa. Em seus 89 anos, ele construiu uma … leia mais
O Estado do RJ sofre com a falta de uma política de segurança
Postado em 15/04/2025
15 de abril de 2025 Comunicação da ADUR Nas últimas semanas, o Rio de Janeiro tem enfrentado um aumento significativo … leia mais
Nota de Repúdio à Proposta de Armínio Fraga
Postado em 15/04/2025
15 de abril de 2025 Comunicação da ADUR A declaração do ex-presidente do Banco Central, Armínio Fraga, sugerindo o congelamento … leia mais
Governo federal inaugura novo campus da UFF em Campos dos Goytacazes
Postado em 14/04/2025
O presidente Lula participa, neste momento, da inauguração do novo campus da Universidade Federal Fluminense (UFF) em Campos dos Goytacazes, … leia mais
Nota de apoio à FAPERJ e à comunidade cientifica do RJ
Postado em 11/04/2025
11 de abril de 2026 Comunicação da ADUR A Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e a Academia … leia mais
Deputado Glauber Braga Fica!!!
Postado em 10/04/2025
10 de abril de 2025 Comunicação da ADUR Perseguição politica. Esta é a definição da absurda decisão do Conselho de … leia mais
Bernardo Paraíso, presente!
Postado em 08/04/2025
Exatamente um ano atrás, a comunidade acadêmica da UFRRJ sofria um duro golpe: o assassinato brutal do estudante do curso … leia mais