ADUR Online #EdiçãoEspecial: MULHER: DIREITO À LIBERDADE, INDIVIDUALIDADE, DIGNIDADE E RESPEITO
Por que a questão de gênero é retomada como tema imperativo a estar na ordem do dia, de forma assustadora, pelos inúmeros retrocessos sociais nesta última década?
Se nos defrontarmos com a história, veremos que num período recente, a pouco mais de um século efetiva-se o processo de emancipação da mulher do jugo da estrutura familiar, que a mantinha tutelada pelo pai, pelo irmão mais velho ou pelo marido e, em caso de falecimento, era tutelada pela família deste. Isto quer dizer que a mulher não tinha autonomia, não podia ser independente, portanto não podia ser condutora do próprio destino, não era reconhecida em sua individualidade nem tampouco em sua representação civil.
Os movimentos em defesa da libertação da mulher foram seguidos pelo direito à educação, ao sufrágio universal, a sua atuação política, ao trabalho, conquistas obtidas em tempos diferentes em cada país, muitas vezes insuficiente, como a luta pela equiparação salarial.
É incabível pensar que adentramos a terceira década do século XXI em torno de bandeiras em defesa da igualdade de gênero, sobretudo, em defesa da vida das mulheres, combate a violência doméstica e descriminalização do aborto como problemas centrais, após tantos movimentos realizados para se reconhecer direitos, dignidade, liberdade, individualidade, respeito, a mulher em sua mais plena integridade, como uma reação aos avanços sociais obtidos nesse percurso.
Por que é necessário retroceder e tentar subordinar a mulher a situações degradantes, instigar o machismo e atentar contra a sua vida, rebaixar o nível de sua atuação na sociedade com movimentos que beiram à misoginia?
Vivemos em estado de alerta, num processo acelerado de desumanização, num movimento que reduz a mulher à mercadoria, adorno sexual ao prazer, às vezes objeto inalcançável, exposta à violência, ao tráfico, a uma ideologia que se fortalece em torno do que hoje se denomina feminicídio. O machismo é perpetuado através das estruturas de poder, da indústria cultural, das relações familiares, e impõe à mulher a subjugação, seja ela operária ou atriz.
Só a luta, que se faz com movimento de ideias, formação, intervenção em políticas públicas, pode intervir nas reais condições de existência e corroborar com transformações mais profundas. Mas é preciso também buscar mudanças no âmbito da subjetividade, dedicação à superação de preconceitos, do ímpeto autoritário que se perpetua, para constituição de um caráter mais íntegro, respeitoso, amoroso, pedra angular de uma nova sociedade, por interromper em seus atos a reprodução desse submundo patriarcal.
Seropédica, 08 de março de 2020.
Prof. Lúcia Aparecida Valadares Santorio
Presidente da ADUR-RJ
Mais Notícias
Primeira Mesa Nacional de Negociação Permanente (MNNP) de 2025 acontece em Brasília. ADUR participa de ato cobrando cumprimento do acordo de greve
Postado em 21/02/2025
Aconteceu ontem, dia 20 de fevereiro, a primeira Mesa Nacional de Negociação Permanente (MNNP) de 2025. O encontro teve a … leia mais
11 de fevereiro – Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência
Postado em 11/02/2025
Hoje é o Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência! A data, instituída pela ONU em 2015, reforça a … leia mais
Professora do Instituto Multidisciplinar da UFRRJ, Fabiana Rodrigues, assume, no dia 11, a coordenação adjunta do Fórum Estadual de Educação no RJ
Postado em 07/02/2025
07 de fevereiro de 2025 Comunicação da ADUR A ADUR celebra as posses do professor Waldeck Carneiro como novo … leia mais
Nota de apoio à Professora Ligia Bahia – Assine a Petição
Postado em 04/02/2025
04 de fevereiro 2025 Comunicação da ADUR A ADUR convida a comunidade acadêmica e a sociedade a assinarem a petição … leia mais
Manifestantes fizeram protestos contra o avanço da extrema-direita na Alemanha e na Argentina
Postado em 04/02/2025
04 de fevereiro de 2025 Comunicação da ADUR No último fim de semana, milhares de pessoas saíram às ruas em … leia mais
Nota da ADUR sobre o corte de energia em algumas unidades de ensino da UFRRJ
Postado em 30/01/2025
m 30 de janeiro de 2025 Comunicação da ADUR A Associação de Docentes da Universidade Federal Rural do Rio de … leia mais
Dia Nacional da Visibilidade Trans
Postado em 29/01/2025
29 de janeiro 2025 Comunicação da ADUR Hoje, celebramos o Dia Nacional da Visibilidade Trans! Este dia é um marco … leia mais
Nota de Pesar – Marina Colasanti (1937-2025)
Postado em 28/01/2025
28 de janeiro 2025 Comunicação da ADUR Hoje, despedimo-nos de uma das mais brilhantes vozes da literatura contemporânea, Marina Colasanti. … leia mais
Segundo dia do 43º Congresso do ANDES é marcado por encontro de Grupos Mistos
Postado em 28/01/2025
O segundo dia do 43º Congresso do ANDES é dedicado inteiramente ao encontro em Grupos Mistos. Os Grupos são espaços … leia mais
Confira como foi o primeiro dia do 43º Congresso do ANDES
Postado em 28/01/2025
Delegação da ADUR no 43º Congresso do ANDES é composta por 9 delegadas e delegados e três observadores O primeiro … leia mais