Adur-RJ promove ciclo debates sobre as dimensões do sindicalismo
A Associação de Docentes da UFRRJ realizou, na última terça-feira (1), uma live sobre ‘O Movimento Feminista e o Sindicalismo’. Participaram do debate as professoras do Departamento de Ciências Sociais da UFRRJ, Marina Cordeiro (mediadora) e Moema Guedes; e da UNESP (Ourinhos/SP), Terezinha Brumatti Carvalhal.
A mediadora, professora Marina Cordeiro, destacou uma pesquisa realizada no seu pós-doutorado com sindicalistas. Lá tratou da questão de gênero e trabalho dentro dos conselhos de participação social cujo o tema era a esfera pública e os movimentos sociais. “A minha investigação se deu em diálogos com as mulheres sindicalistas e ficou constatado de como o mundo do trabalho é compreendido como universo masculino urbano-industrial-assalariado gerando muita dificuldade de incorporar a questão das mulheres trabalhadoras e o trabalho não-remunerado. O maior exemplo desta investigação é o fato das sindicalistas mulheres serem capazes de discutir uma série de variações do mercado, ou seja, do mundo econômico stricto sensu, mas os homens não conseguiram capacitar-se para este debate. Assim, os temas relativos às trabalhadoras mulheres, acabavam não sendo debatidas no Conselho de Relações de Trabalho, mas encaminhados para o Conselho Nacional de Direitos da Mulher. Então fica evidente a necessária incorporação de uma perspectiva crítico-feminista de trabalho, para além do sinônimo de assalariamento”.
Para a professora da UFRRJ, Moema de Castro Guedes, a literatura que discute gênero e trabalho reprodutivo no Brasil costuma salientar a flagrante insuficiência das políticas públicas até o momento estruturadas, no sentido de uma participação efetiva do Estado brasileiro no provimento de serviços que desonerem as mulheres de seu histórico papel de cuidadoras nas famílias. “Esse é um quadro com poucos avanços a despeito das intensas mudanças pelas quais vêm passando as identidades femininas e o próprio papel das mulheres em nossa sociedade. Apesar dos sucessivos incrementos nas taxas de participação feminina no mercado de trabalho, a tarefa de cuidar de crianças, idosos, enfermos e deficientes continua bastante concentrada nas mãos das mulheres. As jornadas totais de trabalho femininas, que incorporam tanto o trabalho voltado para o mercado quanto o chamado trabalho reprodutivo, são, consideravelmente, maiores que as masculinas em todos os estratos educacionais. Esse cenário revela um descompasso entre os intensos avanços da população feminina no mundo público e a manutenção de padrões que constrangem as mulheres a continuarem desenvolvendo de forma concentrada o trabalho de cuidado. Essa permanência reflete uma cultura patriarcal, para a qual os afazeres ligados ao cuidado e o próprio trabalho de reprodução social ainda são construídos socialmente como tarefa exclusivamente da família”.
Já a professora da UNESP (Ourinhos/SP),Terezinha Brumatti Carvalhal, ressaltou a importância de se estudar a questão de gênero, sob a perspectiva geográfica. “Para isso delimitamos o espaço do sindicato em Presidente Prudente como forma de demonstrar como se dá as relações de poder entre os sexos. Por meio das composições das diretorias, percebemos que as mulheres tendem a ocupar cargos secundários, haja vista que o sindicato, assim como o espaço político e público em geral, são ocupados primordialmente pelos homens. Enquanto que, apesar das mudanças, tem permanecido unicamente às mulheres, a responsabilidade da manutenção da casa e da reprodução da força-de-trabalho para o capital, formado pelo marido, filhos e de si própria. Pudemos perceber um distanciamento entre as trabalhadoras e a diretoria dos sindicatos, ao não adotarem políticas voltadas à questão da mulher e de sua maior participação nos sindicatos”
Enfim, este encontro que está inserido dentro do ciclo de debates “As Dimensões do Sindicalismo” teve o intuito de levantar questões relacionadas às questões de gênero nos processos políticos e sindicais.
Assista o debate na íntegra no link: https://bit.ly/3qoz1Q1
Mais Notícias
Funcionamento ADUR durante o feriado
Postado em 17/04/2025
A ADUR deseja a todas e todos uma Feliz Páscoa e confraternização com família e amigos. Um ótimo descanso neste … leia mais
Ação judicial da ADUR garante RSC para docentes EBTT aposentados da UFRRJ
Postado em 17/04/2025
Professores EBTT da UFRRJ que se aposentaram com paridade antes de 1º de março de 2013 têm direito ao adicional … leia mais
Glauber Braga Fica!
Postado em 16/04/2025
16 de abril de 2025 Comunicação da ADUR A ADUR-RJ manifesta sua solidariedade ao deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ), diante … leia mais
Mario Vargas Llosa
Postado em 15/04/2025
Morreu neste domingo, dia 13 de abril, o escritor peruano Mario Vargas Llosa. Em seus 89 anos, ele construiu uma … leia mais
O Estado do RJ sofre com a falta de uma política de segurança
Postado em 15/04/2025
15 de abril de 2025 Comunicação da ADUR Nas últimas semanas, o Rio de Janeiro tem enfrentado um aumento significativo … leia mais
Nota de Repúdio à Proposta de Armínio Fraga
Postado em 15/04/2025
15 de abril de 2025 Comunicação da ADUR A declaração do ex-presidente do Banco Central, Armínio Fraga, sugerindo o congelamento … leia mais
Governo federal inaugura novo campus da UFF em Campos dos Goytacazes
Postado em 14/04/2025
O presidente Lula participa, neste momento, da inauguração do novo campus da Universidade Federal Fluminense (UFF) em Campos dos Goytacazes, … leia mais
Nota de apoio à FAPERJ e à comunidade cientifica do RJ
Postado em 11/04/2025
11 de abril de 2026 Comunicação da ADUR A Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e a Academia … leia mais
Deputado Glauber Braga Fica!!!
Postado em 10/04/2025
10 de abril de 2025 Comunicação da ADUR Perseguição politica. Esta é a definição da absurda decisão do Conselho de … leia mais
Bernardo Paraíso, presente!
Postado em 08/04/2025
Exatamente um ano atrás, a comunidade acadêmica da UFRRJ sofria um duro golpe: o assassinato brutal do estudante do curso … leia mais