Adur

Há algumas semanas, a alimentação oferecida pelo Restaurante Universitário da UFRRJ foi o centro do debate na instituição, chegando a ganhar repercussão na mídia. Estudantes denunciaram que as quentinhas oferecidas pela empresa terceirizada contratada para o serviço continham comida estragada e até insetos. Em uma ação que repercutiu nas redes sociais, os estudantes obrigam o vice-reitor, Cesar Da Ros, durante uma das aulas inaugurais do semestre, a comer uma das quentinhas oferecidas pelo RU durante.

A mobilização dos estudantes resultou na mudança no modo de distribuição da alimentação (que passou a ser feita em bandejas) e na extensão do horário de abertura do RU. Além disso, também foi criado um GT de Biossegurança, uma comissão formada por representantes da Proaes, representantes da empresa contratada, estudantes da base e representantes do DCE para acompanhar a situação.

Em resposta à situação e ao precário atendimento de alimentação inclusive para docentes e técnicos-administrativos, os diretores de institutos da UFRRJ se manifestaram em defesa do professor Cesar Da Ros e solicitaram uma reunião extraordinária do Conselho Universitário para tratar sobre o assunto. Diante da situação, ADUR e SINTUR requisitaram o acesso aos processos de contração da empresa, funcionários, etc e também reivindicaram uma reunião extraordinária do CONSU para ampliar a discussão sobre alimentação nos campi. A reunião aconteceu no dia 20 de junho, a partir das 17h.

Em ofício, as categorias propuseram uma metodologia para a reunião diferente da proposta pela reitoria, mas após argumentação da representação da ADUR no encontro, endossada por outros docentes presentes, o método proposto pela categoria foi o utilizado na reunião.

O debate começou, então, com as falas de representantes das categorias da universidade (estudantes, docentes e técnicos-administrativos), depois falaram os diretores de institutos, e na sequência os representantes da administração central.

Em síntese, os estudantes comentaram sobre as conquistas imediatas após a manifestação, como a mudança na forma de distribuição da alimentação e o aumento no horário de atendimento; e também apontaram aspectos que ainda precisam ser melhorados para o melhor atendimento do serviço de alimentação oferecido pelo RU. A professora Elisa Guaraná, representando a ADUR no Conselho reforçou as questões colocadas pelos estudantes e propôs a criação de uma comissão de segurança alimentar para tratar do assunto da alimentação no campus de forma integrada e mais participativa. Os representantes do TAEs contextualizaram a sequência de mudanças na forma de distribuição da alimentação, reforçaram que a questão da alimentação atravessa outros processos, como a elaboração de um plano de segurança do alojamento.

Após as falas dos representantes das categorias, foi a vez dos diretores de Institutos comentarem sobre o assunto. As falas trataram, principalmente, de apresentar soluções estratégicas como a criação de espaços com microondas para os estudantes esquentarem as comidas, e também de cobrar da administração central celeridade e transparência na resolução dos problemas.

Por último, representantes da administração central da UFRRJ falaram, sob diferentes perspectivas sobre o tema. De modo geral, foram apresentados aspectos históricos e técnicos que explicam a necessidade e importância da obra no RU, as dificuldades enfrentadas durante o todo processo até os últimos acontecimentos, e também foram apresentados motivos porque as cantinas dos institutos ainda não reabriram.

Por fim, a administração central concordou com a formação de uma Comissão de Segurança Alimentar proposta pelos três segmentos, integrada a já formada Comissão de Biossegurança composta pelos estudantes que integram a Comissão de Biossegurança; pelo professor Andre Marques (representante docente no Consu), pela professora Beatriz Wey (pela ADUR), pelo professor Lamounier Erthal Villela (do GTPAUA da ADUR); por representantes do SINTUR e TAEs no Consu que ainda não foram definidos; e por um representante do Departamento de Tecnologia de Alimentos que será indicado pela Reitoria. O objetivo da Comissão de Segurança Alimentar é ampliar a discussão sobre alimentação, enfrentar imediatamente o que já foi encaminhado, discutir soluções alternativas e, a médio prazo, debater um plano de segurança alimentar da instituição.

Pré-reunião das categorias aconteceu na ADUR

Antes do Consu, aconteceu uma reunião prévia na ADUR com representantes dos professores, dos estudantes e dos técnicos-administrativos com o objetivo de organizar as demandas do grupo. No encontro foi debatida a metodologia proposta, temas centrais que deveriam ser tratados e reforçada a importância de integrar e ampliar o debate sobre o assunto da alimentação no campus.

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