Conheça as novas Diretoras da ADUR
Elisa Guaraná de Castro, professora titular DCS/ICHS (Presidente)
A Adur é parte da minha trajetória de formação e luta. Cheguei à Rural em 1998 em meio a uma greve em defesa da educação pública, das nossas carreiras e contra a privatização das universidades. Me sindicalizei na Adur como continuidade da minha atuação, desde o movimento estudantil, na defesa de um Brasil democrático e de uma educação pública, gratuita e de qualidade. Com a chegada à Adur e ao movimento docente articulei, na participação no GT de Política Agrária, Urbana e Ambiental, essa atuação com a questão agrária e defesa da Reforma Agrária, em que milito como pesquisadora desde o período da graduação. Chegar à diretoria da Adur no momento mais difícil da história recente do Brasil, demanda de todas e todos uma imensa capacidade de diálogo e unidade de ação, na luta intransigente pelos nossos direitos como professores, contra os ataques graves à educação pública, à ciência e ao serviço público, ao direito à vida. Minha trajetória vem somar para uma Adur que esteja na luta, com acolhimento e respeito à diversidade.
Lia Maria Teixeira de Oliveira, professora titular DECMSD/ Aposentada (1ª Vice-presidente)
Minha trajetória docente está entranhada de minha participação política na universidade desde a graduação. Aceito a perspectiva de diversos autores da área de formação de educadores/as que o magistério é uma construção coletiva e cotidiana, na diversidade de espaços e tempos onde as práticas pedagógicas se constroem. Compreendo então que a minha trajetória tem minha posição política tomada nas lutas que participamos e participo na ADUR e no ANDES SN. Participar ativamente de um dos maiores e mais qualificados espaços sindicais como o ANDES SN nos dá força para manter resistência na ADUR diante dos sucessivos golpes no serviço público e na democracia brasileira pelas últimas emendas (anti)constitucionais desde o golpe de 2016. Compreendo a organização coletiva e a representatividade dos associados e associadas da ADUR de suma importância para a construção do movimento docente na Rural. Sindicalizada desde professora auxiliar em 1986 até hoje como professora titular aposentada, me sinto muito acolhida para as lutas coletivas em defesa da educação básica, da universidade pública, gratuita e pela formação de professores/as.
Patrícia Bastos de Azevedo, professora associada II DES/IM (2ª Vic-presidente)
Pensar no caminho que trilhei até chegar a 2ª vice-presidência da Adur me fez lembrar de minha infância em Santa Margarida, e do movimento das associações de bairro nos anos 80, sendo levada pela mão por minha mãe as reuniões e manifestações, as diretas já, ou como estudante no fora Collor, o último já na década de 90. Me fez lembrar também dos meus 15 anos como professora da educação básica, as assembleias e greves do SEPE/RJ. Isso sem contar ser neta de comunistas que colocou sua identidade partidária nos nomes dos filhos. O meu caminho até esta diretoria foi forjado em uma militância doméstica e feminista, que marca a forma como eu construo a minha caminhada na vida, acreditando na luta coletiva, com solidariedade e sororidade. Neste momento sofrido e intenso, penso que a luta sindical é um lugar fundamental na construção de uma sociedade mais inclusiva. Militar na ADUR-RJ é defender uma universidade pública, gratuita, laica e socialmente referenciada na construção de uma sociedade para todes e democrática.
Jaqueline Rocha Borges dos Santos, professora adjunta II DCFar/ICBS (1ª Tesoureira)
Na trajetória que me insere em participações, destaco a vida acadêmica desde a graduação, em que atuei como presidente de Centro Acadêmico e coordenadora da Executiva Regional dos Estudantes de Farmácia (EREFAR). Somado a isso, esse período (1994-1999) foi marcado por intensas participações em combate aos projetos de lei que propunham a desobrigatoriedade de farmacêutico em Farmácias e a venda de medicamentos em supermercados. O período ainda conta com uma intensa participação nos Encontros Regionais e Nacionais de estudantes e Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE), em que tive a emocionante experiência de ver e ouvir Fidel Castro. Após, já em atuação profissional, fui diretora do Sindicato dos Farmacêuticos de São Paulo (SINFAR-SP), coordenadora por dois mandatos de Seccional do Conselho Regional de Farmácia de São Paulo (CRF-SP), delegada eleita para Conferências de Saúde, Saúde Mental e Assistência Farmacêutica no âmbito municipal, estadual e nacional. A atuação na próxima gestão da ADUR está intrinsecamente vinculada com o percurso que tenho até aqui, por expor o viver das construções coletivas que se consolidam pelo desejo de justiça social!
Luciana de Amorim Nóbrega, professora associada DCS/Aposentada (2ª Tesoureira)
Sou Luciana de Amorim Nóbrega, professora aposentada do extinto DLCS, ICHS. Fui coordenadora do Centro de Memória da Rural, de onde saí para implantar o ITR e ser sua primeira diretora. Minha vida como docente teve início no final dos anos 70, na Universidade Católica de Brasília, de onde fui demitida ao tentar criar uma associação de docentes. Nos anos 80, já de volta ao Rio, ingressei como docente na Faculdade da Cidade e na Faculdade Bennett, sucessivamente. De ambas fui novamente demitida, pelo mesmo motivo. Após passagem pela Universidade Federal do Amapá, entrei na Rural e no dia seguinte à minha posse me filiei a ADUR na qual participei de algumas diretoria, sendo esta que se inicia a quarta.
Este relato deixa clara a importância que sempre creditei à necessidade de uma AD para apoio e garantia da carreira, condições de trabalho e desempenho de um docente. Sou exemplo de que sem a fundamental união entre pares perdi batalhas, tendo que começar do zero. A ADUR somos todos nós.
Beatriz Wey, professora associada II DCS/ICHS (1ª Secretária)
Minha trajetória sindical começou quando ainda era pequena e acompanhava meu pai nas assembleias do sindicato dos bancários, na cidade de São Paulo. Era um tempo de repressão e resistência como o nosso, que exigiram coragem de todos. Em 1986 ingressei na PUC-SP. A escolha pelo curso de Ciências Sociais confirmou uma vontade de entender as contradições políticas e sociais. Ainda com 18 anos me filiei a um partido político. Hoje sigo na executiva deste mesmo partido, o que contribui muito para minha formação política, para além do campo da Ciência Política. Pela primeira vez estarei à frente de um sindicato, acreditando na luta e na forma direta de atuação na vida docente. Estarei atuando como primeira secretaria.
Fabrícia Vellasquez Paiva, professora adjunta DTPE/IE (2ª Secretária)
Meu percurso como docente se inicia ainda no magistério da Educação Básica, com destaque para a rede pública de ensino, em que, neste momento, já me percebia envolvida com os movimentos sociais da/na Educação – tanto junto à categoria quanto com os estudantes. Com o ingresso no magistério superior não foi diferente: a chamada e a urgência de atuação junto às bases, de maneira crítica e propositiva, acionava em mim a continuidade de ações políticas em diálogo à UFRRJ, sempre requerendo um posicionamento claro e coerente na docência, na pesquisa, na extensão, na gestão e na análise da relação institucional com a sociedade. A inquietude que me tem movido, insistentemente, representa uma resistência que se ratifica na mesma dinâmica de ser mulher, mãe, pesquisadora em uma sociedade cujo projeto não é o de incluir pelas diferenças. Neste sentido, a participação ainda mais assertiva nesta seção sindical, de representação contextualizada; além de outros espaços, também nacionais, se alicerça como nova fase de construções efetivamente coletivas e reflexivas sobre a construção da carreira – em identidade e em memória docentes – sempre a partir da relação com os movimentos sociais e demais coletivos que referenciam a organização necessária para a garantia de direitos sociais.
* Este texto foi publicado na edição 193 do ADUR Informa, o boletim impresso da ADUR. Confira a edição completa neste link: ADUR Informa 193