Adur

No dia 24 de maio, uma reunião da Comissão de Mobilização com representantes da ADUR, do SINTUR e do DCE debateu sobre o Ato unificado Fora Bolsonaro que irá acontecer no próximo sábado, dia 29 de maio. A reunião deliberou, por consenso, a adesão das entidades ao ato e também encaminhou formas de mobilização e organização para o protesto.

Além de disponibilizar um ônibus para levar estudantes interessados em ir ao ato, a ADUR também irá distribuir kits com máscara e álcool em gel. A ideia é construir condições para garantir a segurança necessária de quem irá participar do ato.

A coordenadora-geral do SINTUR, Ivanilda Reis, aponta que a mobilização do dia 29 tem uma importância ímpar nas lutas conjuntas porque as mobilizações feitas até aqui não foram suficientes diante do tamanho dos ataques do governo Bolsonaro.

“No dia 29, nós trabalhadores estamos indo às ruas, enfrentando a pandemia, porque não aguentamos mais tantos ataques: os cortes nos orçamentos da universidade; a reforma administrativa para destruir os serviços públicos; a pandemia de COVID-19 matando cada vez mais; essa vacina que é insuficiente devido a esse governo genocida que não investe na saúde da população. Dia 29 é um dia de dizer basta, de dizer Fora Bolsonaro, fora todos os ataques, fora governo genocida que quer exterminar com a população.”

A coordenadora ressalta, ainda, a importância de permancer em unidade mesmo depois do dia 29. “Nós estamos precisando muito de unidade para enfrentar todos esses ataques. Então, conseguir fazer uma reunião com estudantes, representação da ADUR e do SINTUR, mostra esse entendimento de técnicos, professores e estudantes, da importância dessa unidade na nossa luta em defesa da universidade, por direitos, contra a reforma administrativa, por vacina, uma luta, na verdade, pela vida”.

O vice-presidente da ADUR, Claúdio Maia Porto, explica que a mobilização nas ruas é justificada pela gravidade da atual situação. “Vivemos um momento político muito grave. Há um grande projeto de subordinação da sociedade a relações de força e poder, eliminando conquistas sociais e humanitárias que o processo político produziu. Ameaça de ditaduras, retirada de direitos trabalhistas, imposição de uma ordem econômica neoliberal, desmonte do Estado por reformas que retiram a independência do Servidor para o exercício da função pública, tornando-o completamente vulnerável aos interesses pessoais dos governantes, todas essas são questões que exigem a mobilização de todos os segmentos do funcionalismo e da comunidade universitária”.

Ele também comenta sobre a primeira missão da Comissão de Mobilização da UFRRJ. “A Comissão de Mobilização capitaneada pela ADUR, pelo SINTUR e pela representação estudantil é um momento importantíssimo dessa mobilização. Através dela teremos a oportunidade de traçar linhas de ação claras para o enfrentamento dessa imensa ofensiva reacionária. A primeira missão da Comissão será na organização do ato do dia 29/05, promovendo a luta política nas ruas com segurança sanitária.”

Erik de Souza, estudante recém-formado do Colégio Técnico da Rural (CTUR), acredita que a mobilização do dia 29 de maio vai representar a volta do Tsunami da Educação que inundou o Brasil em 2019 em defesa da educação pública.

“Diante das manifestações de bolsonaristas, a presença da oposição para disputar diretamente as ruas se faz mais necessária. Como não somos negacionistas, é difícil convencer nossas bases a sair para protestar, por isso iniciativas como a contratação de transporte próprio e distribuição de álcool em gel e máscaras PFF2 pelos sindicatos da Rural são imprescindíveis. Se somam a essas iniciativas os protestos que já ocorreram neste mês contra a Chacina do Jacarezinho e contra os cortes na UFRJ, que com um planejamento muito menor e feitos em menos tempo, mostraram que é possível realizar grandes mobilizações sociais com segurança”, pondera Erik.

O estudante considera fundamental a unidade no apoio às mobilizações do dia 29 pela luta em defesa da democracia, da autonomia universitária e da educação pública. “Se um povo vai às ruas numa pandemia, é porque o governo é mais perigoso que o vírus. É nossa tarefa derrubar esse governo negacionista que ataca diariamente a vida, a ciência e nossas universidades”, afirma ele.

Além da participação no ato do dia 29, a reunião também decidiu por dar visibilidade ao desmonte da educação em curso, com a produção de faixas que serão colocadas na entrada da universidade e de um outdoor que será produzido em unidade entre as categorias. Também serão elaborados materiais digitais explicando como ir ao ato com segurança.

A reunião pautou principalmente o ato do dia 29, porém, a proposta é que a Comissão de Mobilização se mantenha em atividade com o objetivo de organizar a luta em defesa da universidade. “A unidade permanece mesmo depois do dia 29”, disse Ivanilda.

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