Adur

Em uma iniciativa da professora Flora Daemon com a diretoria da ADUR, na última sexta-feira, dia 12 de abril, aconteceu um encontro histórico: foi realizado uma reunião da comunidade acadêmica da UFRRJ com parlamentares federais, estaduais e municipais na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro para tratar sobre segurança pública. O encontro mobilizou centenas de pessoas e foi organizado após a sequência de eventos violentos na cidade de Seropédica que, no dia 8 de abril, culminaram com a morte do estudante da UFRRJ Bernardo Paraíso em uma troca de tiros de grupos milicianos que disputam o território.

O evento lotou o auditório do vigésimo primeiro andar da Assembleia Legislativa e contou com a participação de deputadas e deputados estaduais e federais, uma vereadora da cidade do Rio, além de representantes de diversas entidades. Nas falas, emoção, luto e o desejo de paz para a população da cidade e para os estudantes, professores e técnicos administrativos. Na reunião, o grupo presente apresentou aos parlamentares uma série de medidas urgentes, que incluem a realização de audiência com o Ministério da Justiça e Ministério da Educação; a articulação entre as forças de segurança federais e estaduais para o fim da guerra entre as milícias na região; a criação de um grupo de trabalho na Comissão de Direitos Humanos da Alerj para articular políticas públicas em colaboração com a comunidade local, entre outras demandas.

A mesa do evento foi composta pela presidenta da ADUR, Elisa Guaraná, pela professora da UFRRJ Flora Daemon, pela técnica administrativa e representante do SINTUR, Gilmara Lopes, pela estudante Victoria Gribel, que integra o Centro Acadêmico do curso de Biologia, e pelo reitor em exercício da UFRRJ, César Da Ros.

Ao abrir os trabalhos, a professora Elisa apresentou brevemente a situação dos últimos eventos e dos sentimentos da comunidade acadêmica da UFRRJ com toda a situação. Na sequência, a professora Flora Daemon leu uma carta elaborada coletivamente endereçada aos parlamentares. O documento apresenta o panorama e solicita aos parlamentares presentes medidas para conter a violência no município. O documento foi distribuído aos presentes e pode ser conferido na íntegra neste link.

Na sequência Victória Gribel leu uma carta do Diretório Acadêmico de Biologia, curso de Bernado que emocionou os presentes. “Como divulgado em redes sociais: um estudante morreu e poderia ter sido eu. Reforçaremos: um estudante morreu e poderia ter sido qualquer um de nós. Bernardo Paraíso tinha apenas 24 anos. Um estudante morreu e poderia ter sido seu filho, seu sobrinho”, afirma trecho da carta. O documento completo pode ser lido neste link.

Também falaram sobre os últimos acontecimentos, sob diferentes pontos de vista, a técnica administrativa e representante do SINTUR, Gilmara Lopes e o reitor em exercício da UFRRJ, César Da Ros.

Parlamentares do campo progressista marcaram presença

No total, dez parlamentares estiveram presentes, uma resposta importante para um problema crescente, que aflige milhares de pessoas e interfere diretamente a vida acadêmica de estudantes da UFRRJ.

Andrezinho Ceciliano (PT), Dani Balbi (PCdB), Dani Monteiro (PSOL), Elika Takimoto (PT), Martha Rocha (PDT), e Renata Souza (PSOL) foram os parlamentares estaduais que participaram do encontro. Talíria Petrone (PSOL), Tarcísio Motta (PSOL) e Jandira Feghali (PCdB) foram os representantes nacionais presentes no encontro. Além deles, também marcou presença a vereadora da cidade do Rio, Mônica Cunha (PSOL).

As falas das e dos parlamentares reforçaram a solidariedade à comunidade da UFRRJ e aos amigos e familiares de Bernardo, e também demonstraram apoio e assistência à questão da segurança na cidade. Também foram apresentadas propostas como projetos de lei, que possibilite a federalização de casos de violência envolvendo milícias, e ações mais diretas, como incluir atores como o Ministério Público no grupo de trabalho proposto pela comunidade acadêmica.

Além das e dos parlamentares, também marcaram presença representantes dos mandados de Flávio Serafini (PSOL), Marina do MST (PT), Yuri Moura (PSOL), Professor José Maria (PSOL), Zeifan (PT), Carla Machado (PT), Lindbergh Faria (PT), Chico Alencar (PSOL), Glauber Braga (PSOL), e Henrique Vieira (PSOL).

Mais de 20 organizações estiveram presentes: Tortura Nunca Mais, UNE, UEE, ANDES, Embrapa, Correnteza, Diretórios/Centros Acadêmicos da UFRRJ: Direito, Veterinária, História, Pedagogia, Jornalismo, Geografia, Ciências Sociais, LEC e Agronomia, Levante Popular da Juventude, NAJUP – Luiza Mahin, Fórum Popular de Segurança Pública, DCE UERJ, PCdoB Seropédica, PT Seropédica, SEPE-RJ, Federação dos Estudantes de Agronomia do Brasil (FEAB), Iniciativa Direito à Memória e Justiça Racial, ADUFRJ, ANPG e Fasubra.

Evento repercutiu na mídia tradicional

Com a situação trágica colocada, o evento foi organizado com a celeridade de poucos dias, mas apesar da urgência, o tema mobilizou inúmeros mandatos parlamentares, centenas de pessoas que lotaram a sala da Alerj e repercutiu na mídia tradicional. O encontro foi noticiado no RJTV da noite do dia 12 de abril, e também em reportagens no jornal O Globo, e Extra.

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