Adur

25 de julho de 2021

Imprensa ADUR-RJ

Hoje, dia 25 de julho, é celebrado o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha. A data foi criada em 1992 com o 1º Encontro de Mulheres Negras Latinas e Caribenhas na República Dominicana e foi posteriormente reconhecida pela Organização das Nações Unidas (ONU).

O dia marca a importância da luta contra as opressões raciais e de gênero e da construção de ações de enfrentamento ao racismo e ao sexismo para efetivar políticas públicas voltadas para a redução destas desigualdades estruturais.

Desde o ano de 2014, a data foi institucionalizada no Brasil, através da Lei nº 12.987, como o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra, uma homenagem à mulher que representou uma liderança nas lutas quilombolas contra a escravidão e é reconhecida como um símbolo de representatividade heróica para a história das mulheres negras.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as mulheres negras são 28% da população brasileira e, no entanto, são as menos representadas no campo político e são as que menos ocupam cargos de liderança em empresas. Segundo dados da pesquisa realizada pelo Movimento Mulheres Negras, nas eleições de 2016, a presença de mulheres negras em cargos no Poder Executivo e Legislativo não passava de 5%. Uma outra pesquisa, feita em novembro de 2020, pela consultoria Indique Uma Preta em parceria com a empresa Box1824 indicou que apenas 2% das mulheres negras empregadas no Brasil ocupam cargos de direção nos locais em que trabalham.

As mulheres negras brasileiras também são as que mais estão em posições de vulnerabilidade social e consequentemente, são as mais atingidas pela violência sistêmica. Dados do Atlas da Violência, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), divulgado em 2019 mostram que as mulheres negras são as principais vítimas de violência doméstica e feminicídio no Brasil: 66% das vítimas são mulheres negras.

A situação retrata a gravidade da desigualdade racial e de gênero no país, uma consequência direta do histórico patriarcal e escravocrata do Brasil, o último país do Ocidente a abolir a escravidão enquanto sistema legal de exploração de corpos negros, principalmente de mulheres negras.

Diversas pautas precisam ser discutidas e por isso que nesta data, a ADUR-RJ homenageia e celebra as vidas, as lutas e as resistências de mulheres negras latino-americanas e caribenhas.

Escutem, leiam, divulguem o trabalho e a produção intelectual de mulheres negras latino-americanas e caribenhas.

“A mulher negra é responsável pela formação de um inconsciente cultural negro brasileiro. Ela passou os valores culturais negros, a cultura brasileira é eminentemente negra, esse foi seu principal papel desde o início (…) Em razão disto é ir à luta e garantir os nossos espaços que, evidentemente, nunca nos foram concedidos.” (Lélia González, antropóloga brasileira).

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