Reabertura comercial explicita desigualdades e interesses econômicos do governo, aponta Diretoria da ADUR-RJ
A pandemia expôs para o povo brasileiro o que há de mais perverso em uma sociedade capitalista: as desigualdades sociais. Enquanto a elite ganha dinheiro sem sair de casa e desfruta de condições dignas para viver, a população que reside em comunidades mais carentes tenta sobreviver com falta de requisitos básicos como saneamento e a necessidade de se deslocar para o local de trabalho a fim de receber o salário no final do mês. Essa pressão do presidente Jair Bolsonaro por um processo mais acelerado de reabertura da economia tem como objetivo agradar e favorecer os empresários, que não estão preocupados com as aglomerações ocorridas nos transportes públicos Esse movimento, promovido pelo governo federal, vai na contramão das recomendações da Organização Mundial da Saúde que afirma que, para se combater o Covid-19, é necessário o confinamento social ou, ao menos, um distanciamento mínimo de dois metros entre as pessoas.
Esta crise na saúde mostrou, também, um lado obscuro de parte da nossa sociedade: a ausência da cidadania com o carimbo das autoridades públicas. As cenas exibidas nesta semana, com a concentração de pessoas e sem máscaras em bares e restaurantes, no Leblon e na Barra da Tijuca, mostra o erro do prefeito da cidade do RJ em autorizar a flexibilização precoce das regras de segurança ao combate do Covid-19 e um desrespeito de parte da população com todos aqueles que estão na linha de frente dos hospitais e postos de saúde buscando salvar vidas. Somado a isso, a posição do comandante da nação ao vetar o uso obrigatório de máscaras revelou a insensibilidade com as famílias que foram vítimas do vírus. Diante deste episódio não é difícil afirmar de que a barbárie, na atual conjuntura, está vencendo a civilização.
Para a Associação dos Docentes da UFRRJ o que está jogo é qual tipo de estado pode atender as demandas da sociedade brasileira. “A nossa luta é para garantir que a saúde, a educação e o saneamento sejam bens públicos e que sejam oferecidos serviços de qualidade. Nesta pandemia ficou evidente que o mercado, ou seja, a burguesia não tem nenhuma relação com as questões humanitárias, pois está preocupada mais com o lucro do que com a vidas das pessoas”, destacou a direção do sindicato.
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