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Opinião da Semana #10: Jair no G20: a vergonha que o Brasil passou e o mundo todo assistiu

4 de novembro de 2021

Opinião da Semana #10

Imprensa ADUR-RJ

 

Jair no G20: a vergonha que o Brasil passou e o mundo todo assistiu

 

Terminou ontem, 3 de novembro, o encontro do G20 na Itália, onde os principais líderes dos países que representam 80% da economia do planeta estiveram reunidos. O presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, participou da cúpula, e mais uma vez tornou-se o centro das atenções do noticiário internacional em razão de seus discursos contra os compromissos ambientais de diminuição das emissões de carbono no mundo, e pela insistência em criar factóides para desvirtuar a crise econômica que o país enfrenta.

A estratégia bolsonarista não foi ao acaso, e tampouco é novidade nestes encontros, pois Donald Trump sustentou em outras oportunidades (em claro aceno para os seus eleitores) que o debate global sobre mudanças climáticas é, na verdade, uma plataforma para os “comunistas” (da China) impedirem o crescimento dos EUA e a expansão do american way of life. Jair equivocadamente repete Trump, e comete os erros do norte-americano ao se posicionar contra os esforços que primam, neste momento, pela continuidade da vida no planeta Terra. As mudanças climáticas chegaram, são latentes, e o debate global sobre o assunto, apesar de lento, revela-se cada vez mais urgente.

É também notório e amplamente respaldado pela opinião de cientistas que os países pobres e localizados nos trópicos, como o Brasil, serão os mais afetados pelas transformações do clima. É de esperar, portanto, que o presidente que viaja ao encontro do G20 representando as vozes de toda a América Latina faça valer o nosso pavor. Mas, ao invés disso, Bolsonaro, repete Trump, e mente ao dizer que o desmatamento na Amazônia “está bem”; que os “xiitas climáticos fazem demasiado alarde; e que por fim “a culpa é da China”, “dos comunistas”, do “globalismo”. Bolsonaro perde, assim, duas oportunidades: a de colocar o Brasil em uma conjectura como um líder latino; e a de promover uma política de Estado na Amazônia como um projeto de nossa soberania, um exemplo ao mundo, uma lição do Brasil aos outros.

Para Jair Bolsonaro, contudo, é mais fácil encontrar culpados e criar factóides. Ao Diretor-Geral da OMS, disse que foi sabotado por prefeitos, governadores e ministros da Suprema Corte. Para Erdogan, presidente da Turquia, afirmou que o Brasil enfrenta uma crise por causa da Petrobras. Em seu discurso na Cúpula, o brasileiro limitou-se a dizer que “os esforços do G20 deveriam concentrar-se no combate à atual pandemia”. Em verdade, Bolsonaro nega ao Brasil a sua origem de grandeza, de liderança global, porque é compelido por Paulo Guedes a deixar a mão invisível do mercado controlar os recursos naturais do país. Por esta razão, ele é incapaz de promover qualquer política de governo que interfira nos interesses do agronegócio, da mineração ou do turismo. Enquanto isso, o país arde nas queimadas e sofre com a falta de água em seus reservatórios por falta de chuva.

Ainda no G20, o ministro Paulo Guedes, deu destaque às tentativas do Brasil de fazer parte da OCDE, e afirmou que o país “emite, por ano, 1,7% de carbono na atmosfera. A China (que não faz parte da OCDE) expele 30%, e os Estados Unidos, 15%”. Ou seja, o presidente brasileiro, em sua fala, rejeitou a necessidade de qualquer discussão climática no G20, em seguida, seu ministro da Economia (verdadeiro responsável pela situação do Brasil) afirmou que a emissão de carbono na atmosfera não é um problema para os brasileiros. Ora, não é surpresa que a delegação brasileira na Itália tenha sido amplamente retratada pela imprensa como uma espécie de pária internacional. Trata-se de uma delegação que mentiu, omitiu a crise social que o país enfrenta, e ainda rejeitou a ideia do Estado brasileiro agir contra o desmatamento na maior floresta do mundo.

A participação de Jair Bolsonaro no G20 foi uma vergonha para o Brasil no âmbito das relações internacionais, também marcada por gafes e pela negligência com as agressões de sua equipe de segurança contra os jornalistas que cobriram o evento. Conforme noticiado pela BBC e Reuters, a presença do presidente brasileiro no encontro reforçou o seu estereótipo de líder inexpressivo, isolando ainda mais o Brasil no cenário internacional. Bolsonaro foi um dos únicos presidentes que não teve reuniões bilaterais com nenhum outro líder durante o evento; ele ficou ausente na maioria dos encontros, optando por caminhadas com simpatizantes; e também foi alvo de protestos tanto em Roma quanto no vilarejo de seu bisavô, onde foi homenageado. No fim da cúpula, ao invés de participar da COP26, em Glasgow (Escócia), onde outros líderes estiveram reunidos, decidiu fazer da oportunidade uma viagem de turismo pelo interior da Itália.

Enquanto o mundo discute o futuro do planeta e, sobretudo, o da América Latina, frente ao aquecimento global e necessidade de reduzir as emissões de carbono, Jair Bolsonaro passeia em Pádua, na Itália. 


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