(21) 2682-1379 Fale Conosco
[wpdreams_ajaxsearchlite]

Em meio a disputas políticas de um governo negacionista, Brasil, enfim, inicia vacinação contra COVID-19

No último domingo, 17 de janeiro de 2021, Monica Calazans, enfermeira, mulher negra, de 54 anos, foi a primeira pessoa no Brasil a ser vacinada contra a COVID-19 fora dos estudos clínicos. Em meio a uma guerra política entre o governo federal e o governador do estado de São Paulo sobre as vacinas contra a doença, a Anvisa aprovou o uso emergencial das vacinas CoronaVac e AstraZeneca no Brasil. Neste momento, as vacinas serão destinadas à pessoas de grupos de risco, como indígenas, idosos e profissionais de saúde.

A vacina é essencial para o controle da pandemia de coronavírus. Diferente do que prega o presidente Bolsonaro, não há tratamento precoce para a COVID-19, tampouco outra alternativa terapêutica aprovada. Para impedir a lotação de hospitais, UTIs e o consequente colapso do sistema de saúde, o ideal é evitar a contaminação da doença. Ao promoverem a imunização de uma grande parcela da população, as vacinas impedem a circulação desenfreada do vírus, além de prevenir que a doença se desenvolva para um quadro mais grave.

Os testes apontaram que a vacina é segura, no entanto, são necessárias duas doses para que a eficácia esteja garantida. Os estudos clínicos indicaram a segurança das vacinas, e especialistas apontam que o risco dos efeitos colaterais é menor do que o risco provocado pela doença em si.

Com o início da vacinação, a primeira fase será direcionada para os grupos prioritários: profissionais da saúde, idosos acima de 75 anos e a população indígena. Em seguida, os grupos de risco de pessoas com comorbidades e após a vacinação será disponibilizada para o restante da população.

 

As disputas políticas em torno das vacinas

Apenas agora o cenário em relação à vacinação contra a COVID-19 começa a melhorar. O Brasil é um dos países mais atrasados em relação à construção de um plano de imunização adequado e eficiente. A gestão Bolsonaro demonstrou, desde o início da pandemia, uma postura negacionista e irresponsável, minimizando a doença, defendendo medicamentos que não tem eficácia, sendo contrário às medidas de isolamento, e questionando os resultados científicos das vacinas.

O atual ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, um militar especialista em logística, foi o único capaz de seguir as orientações do presidente, sempre na contramão de todas as recomendações das autoridades mundiais de saúde.

Por sua vez, o governador de São Paulo, João Doria, que declaradamente tem intenção de ser presidenciável em 2022, se utilizou da negligência do governo federal para tomar para si o protagonismo do início da vacinação no país. Bolsonaro e Doria trocam farpas publicamente desde o início de 2020, mas antes de estabelecer uma rivalidade política com o presidente, o tucano foi eleito na onda bolsonarista em 2018.

 

As vacinas Sinovac e AstraZeneca

Até o momento, o Brasil tem disponíveis duas vacinas: a vacina de Oxford em parceria com a farmacêutica britânica AstraZeneca que está sob a tutela da Fiocruz; e a Coronavac, a vacina da farmacêutica chinesa SinoVac em parceria com o Instituto Butantan. Depois de um longo período de avaliação, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou as vacinas para uso emergencial no domingo, 17 de janeiro.

A aprovação da Anvisa, no entanto, só é válida para as 8 milhões de doses já disponíveis que passaram por avaliação prévia. Destas 8 milhões, 6 milhões são as doses produzidas pelo Instituto Butantan e as outras 2 milhões eram parte de um acordo de importação da Índia para o Brasil. No entanto, o governo indiano vetou o envio alegando que ainda era muito cedo para fornecer o imunizante para outros países, uma vez que a vacinação ainda estava começando na Índia. O governo brasileiro tentou negociar, mas o indiano ainda não anunciou nenhuma resposta sobre a importação.

Com a incerteza da Índia, no dia 15 de janeiro, o Ministério da Saúde solicitou ao Butantan a entrega “imediata” das 6 milhões de doses produzidas pelo Instituto. O governo de São Paulo informou que entregará as doses disponíveis ao Ministério da Saúde para a campanha nacional de vacinação e o próprio Ministério anunciou que a distribuição para os estados terão início ainda esta semana.

A Coronavac, vacina produzida pelo Butantan em parceria com a SinoVac, foi amplamente descredibilizada pelo governo federal durante seu processo de desenvolvimento. Bolsonaro, inclusive, comemorou um incidente que levou à interrupção dos testes do imunizante, que por diversas vezes teve sua eficácia questionada por ele que a classificou como “vacina chinesa do Doria”.

É sempre importante destacar que a produção das vacinas e a imunização da população são frutos do trabalho de institutos científicos sérios e do Sistema Único de Saúde, ambos constantemente atacados pelo governo federal. De acordo com o vice-presidente da ADUR-RJ e professor do Instituto de Física da UFRRJ,  Cláudio Maia, “estamos assistindo a um completo desmonte do Estado como agente implementador de políticas públicas. A ciência e a tecnologia são um caso particular disso, acentuado pela hostilidade que a extrema-direita brasileira nutre pela cultura e pelas formas elaboradas de conhecimento”, declarou. “Há ainda outro agravante nesse caso: no Brasil, a extrema-direita se associou a um projeto antinacional de submissão e vassalagem aos interesses norte-americanos. A ciência e a tecnologia, pelo contrário, são elementos fundamentais para a soberania de um povo; não encontram espaço nesse cenário de suicídio geopolítico”, acrescentou.


Mais Notícias

Representações sindicais participam do 67º Conad em julho, na capital de Minas Gerais

Postado em 03/07/2024

03 de julho de 2024 Comunicação da ADUR Convocado pela diretoria do ANDES-SN, o 67º encontro do Conad (Conselho do leia mais


UFRRJ concede título Doutora Honoris Causa para Benedita da Silva

Postado em 28/06/2024

O Conselho Universitário da UFRRJ aprovou, hoje, a concessão do título de Doutora Honoris Causa para a deputada federal Benedita leia mais


28 de junho | Dia do Orgulho LGBTQIA+

Postado em 28/06/2024

🌈 Em 28 de junho, celebramos o Dia do Orgulho LGBTQIA+. Esta data homenageia a coragem e a resistência dos leia mais


ADUR condena a tentativa de golpe militar na Bolívia

Postado em 27/06/2024

27 de junho de 2024 Comunicação da ADUR A Associação dos Docentes da Universidade Rural Federal do Rio de Janeiro leia mais


Próxima Assembleia da ADUR será 10 de julho – Salve a data

Postado em 26/06/2024

Salve a data! Dia 10 de julho acontecerá mais uma Assembleia Geral Simultânea e Descentralizada da ADUR. A Assembleia terá leia mais


CEPE acata demanda da ADUR: aulas retornam 26 de junho e dois semestres de 2024 serão finalizados este ano

Postado em 25/06/2024

O Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão da UFRRJ aprovou o retorno do calendário letivo para o dia 26 de leia mais


ADUR e Mulheres Marcham em Copacabana pelo Arquivamento do PL dos Estupradores

Postado em 24/06/2024

  23 de junho de 2024 Comunicação da ADUR No último domingo, 23 de junho de 2024, a Associação de leia mais


Assembleia Geral da ADUR encaminha assinatura das propostas apresentadas pelo MGI e pelo MEC e saída unificada da greve

Postado em 19/06/2024

Após amplo debate de análise de conjuntura e avaliação da greve, as professoras e professores da UFRRJ decidiram, em Assembleia leia mais


MGI aceita criar comissões para rever reenquadramento de aposentados, reposicionamento de docente e insalubridade

Postado em 19/06/2024

Temas foram incluídos na contraproposta de negociação a partir da atuação direta da ADUR O Ministério da Gestão e Inovação leia mais


Assembleia da ADUR – 19 de junho

Postado em 17/06/2024

🚨 Atenção, docentes! 📆 Dia 19 de junho, quarta-feira, acontecerá mais uma Assembleia Geral Simultânea e Descentralizada da ADUR. A leia mais


demais notícias