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Dia da Mulher Negra, Latino-Americana e Caribenha

25 de julho é o Dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha. Apesar das inúmeras ações recentes de reconhecer e destacar a importância das mulheres negras em diversas áreas do conhecimento e campos de atuação, o esquecimento ainda é presente. Neste sentido, para celebrar a data, a ADUR destaca a vida e a obra de uma destas mulheres, pioneira em uma área majoritariamente dominada por homens brancos, que está viva e segue atuando: a cineasta Adélia Sampaio.

De acordo com o Observatório Brasileiro do Cinema e do Audiovisual, em 2019, dos 167 filmes brasileiros lançados comercialmente no país, apenas 36 foram dirigidos por mulheres. Em 2016, dos 142 filmes nacionais lançados comercialmente, mais de 97% foram dirigidos por pessoas brancas. No recorte de gênero, apenas 19,7% dos filmes foram dirigidos por mulheres, e nenhuma delas era negra.

Nascida em 1944, Adélia foi a primeira mulher negra a produzir um filme longa metragem no Brasil. A cineasta fez história em uma época ainda mais difícil para a população negra. Apenas trinta e quatro anos depois do filme pioneiro de Adélia, a cineasta Viviane Ferreira se tornou a segunda mulher negra a dirigir um longa de ficção, em 2020.


Adélia Sampaio nasceu em Minas Gerais e se mudou para o Rio de Janeiro com 13 anos de idade para morar com a irmã, que trabalhava em uma produtora de filmes russos. Ainda criança Adélia entrou em contato com a sétima arte e decidiu que seria cineasta.

Na década de 60, inspirada pela vontade de produzir filmes e estar em contato com o universo do cinema, Adélia começou a trabalhar como telefonista na Difilm, uma empresa de produção e distribuição de filmes fundada por jovens cineastas ligados ao movimento Cinema Novo. A partir daí, Adélia se envolveu em diversas atividades da produtora. Em uma época com ínfima participação e representatividade feminina e negra no cinema, ela foi pioneira: trabalhou como continuísta, maquiadora, câmera, montadora e produtora.

Em 1979, Adélia estreou como diretora com o curta-metragem “Denúncia Vazia”. O filme aborda a história de um casal de idosos que, ao receber uma intimação de despejo e sem recursos para alugar outro apartamento, decide recorrer ao suicídio.

O filme “Amor Maldito” é baseado em uma história real e mostra a relação amorosa entre duas mulheres com um desfecho trágico por conta do preconceito. Adélia Sampaio foi a diretora e roteirista dessa produção pioneira do cinema brasileiro.

Na época, a Embrafilmes, empresa estatal de produção e distribuição de filmes nacionais, recusou o financiamento do filme alegando que a temática homossexual era inadequada. O filme não recebeu financiamento e só chegou às salas de cinema ao ser lançado disfarçado de pornochanchada. Apesar do boicote, o filme virou um sucesso, foi exibido posteriormente no Rio de Janeiro e participou de Festivais nacionais e internacionais. Em 2018 foi homenageado no Festival Internacional de Mulheres no Cinema e na Mostra Diretoras Negras no Cinema Brasileiro.

Adélia Sampaio e a Ditadura Militar

Em 1987, Adélia Sampaio lançou o documentário “Fugindo do Passado: Um Drink para Tetéia e História Banal”, que aborda a Ditadura Militar no Brasil. A obra contou com a colaboração do jornalista Paulo Markun.

A conexão da cineasta com a ditadura vai além do cinema. Seu marido, o renomado jornalista Pedro Porfírio, foi um dos presos políticos do período militar. A casa de Adélia era um ponto de encontro para os opositores do regime militar.

Homenagem em Mostra de Cinema

Em 2014, foi criada uma Mostra Competitiva de Cinema Negro que leva o nome de Adélia Sampaio. De acordo com Edileuza Penha, idealizadora e uma das curadoras do festival, a ideia da homenagem surgiu com a proposta de realizar um encontro nacional de cineastas negras e uma mostra competitiva de cinema negro feminino. O evento também é o primeiro no Brasil, e celebra o pioneirismo e o talento das diretoras e produtoras negras, reconhecendo a importância delas na história do cinema.

“Ainda em meu doutorado, em 2013, percebi a invisibilidade das mulheres cineastas. Foi quando descobri o trabalho de Adélia Sampaio e veio a ideia de homenagear uma cineasta viva — a primeira cineasta negra brasileira, que trabalhou com quase todas as figuras do cinema novo”, declarou Edileuza ao jornal Brasil de Fato em maio deste ano.


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