O ANDES é fruto de décadas de lutas de professoras e professores que construíram a entidade pela base, fazendo historicamente um convite ao debate fundamental não só para a defesa dos direitos da categoria docente e da própria educação pública, mas para se pensar conjuntamente um projeto de sociedade efetivamente igualitária que se desdobre numa concepção de universidade correspondente. O projeto de universidade defendido pelo ANDES é construído por cada professora e professor que se dispõe àquele debate.

A conjuntura mundial e a distopia brasileira dos últimos anos impuseram ao ANDES novos desafios, pautas urgentes, dado que a política governamental proto-fascista passa a atentar não só contra a categoria docente, mas contra a própria existência da universidade pública. Essa encruzilhada histórica se aprofunda com a proposta de reforma administrativa, que permite a extinção de universidades por decreto, amplia as possibilidades de demissão arbitrária, permite a nomeação de pessoas que não são servidoras para cargos de direção e torna a privatização dos serviços públicos estrutural, ao estabelecer que o Estado só deve atuar onde o mercado não ocupa. Além disso, com a crise pandêmica, as lutas são temporariamente transferidas em boa parte, mas não exclusivamente, para o meio digital.

As telas agora passam a ser o ambiente de embate e também de trabalho, diante da implementação de modalidades remotas de ensino que deterioram as condições de trabalho docente, com sobrecarga de trabalho, falta de preparação pedagógica e estrutura, além de transferência de custos das instituições para professores e professoras. Perdemos auxílio transporte e adicional de insalubridade, sem que nossos gastos com internet, luz e outros custos domésticos fossem compensados.

Nas eleições que se aproximam, a chapa 1 representa o valoroso legado de lutadoras e lutadores que defendem um projeto de universidade socialmente referenciada. Assim, na mesma medida em que reconhecem erros, acertos e avanços na trajetória histórica do ANDES/SN, as professoras e professores da CHAPA 1 sempre o defenderam como espaço por excelência para avançar direitos.

Trata-se de uma disputa acirrada entre diferentes modelos de enfrentamento às medidas ultra-conservadoras do governo Bolsonaro e dos governos estaduais que se alinham ou se aproveitam dessas medidas. Nós acreditamos que esse enfrentamento deve se dar a partir da autonomia sindical construída na base, por decisões dos professores e professoras filiados/as ao Andes-SN, independentemente da ingerência de interesses partidários.

Entendemos ainda que essa autonomia é condição para a unidade com os mais diversos setores que se colocam em defesa da educação pública, compreendendo a importância do conhecimento para o avanço civilizatório. Sem isso, escolhas sectárias baseadas em projetos políticos circunstanciais podem prejudicar a mais ampla unidade necessária para combater Bolsonaro e seus asseclas. Essa unidade de enfrentamento deve se construir em torno das pautas que nos unem, não em torno de um partido.

Avançar um projeto justo de sociedade e de universidade depende agora de um sindicato capaz de prover UNIDADE PARA LUTAR. Depende, portanto, da construção de uma ampla frente de setores progressistas, aos quais o sindicato deve se somar. O Sindicato Nacional deve olhar para sua história e, diante de um presente tão desafiador, avançar firme nas lutas por direitos de toda classe trabalhadora. Nenhuma conquista a menos!

A Chapa 1 – Unidade Para Lutar, é integrada, na sua Regional Rio, por dois docentes da UFRRJ que assinam este texto: Grasiela Baruco e Markos Klemz Guerrero.

Grasiela Baruco, candidata a 2a tesoureira, é Professora do Dept. de Ciências Econômicas; representante docente junto ao Consuni/ICSA; e foi 2a secretária na gestão 2013-15 da ADUR.

Markos Klemz Guerrero, candidato a 2o secretário, é Professor do Dept. de Filosofia, representante docente titular no CEPE; e foi Presidente na gestão 2015-17 da ADUR.

ADUR ONLINE é um espaço da base do Sindicato. As opiniões expressas no texto não necessariamente representam a opinião da Diretoria da ADUR-RJ.