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Entrevista com a Chapa 1 – UnidadeParaLutar

Quem respondeu às questões pela Chapa 1-UnidadeParaLutar foi o professor do Departamento de Filosofia UFRRJ, Markos Klemz. O docente é candidato à 2º Secretário Regional Rio na eleição.

 

1) Quais as principais propostas da sua chapa?

A partir dos princípios da democracia e autonomia sindicais, defendemos uma educação pública, gratuita e socialmente referenciada mantida com fundo público. Entendemos que a defesa dos direitos de docentes, da liberdade de ensinar e aprender e da ciência e tecnologia é inseparável da luta pela democracia e pelos interesses de todas e todos os trabalhadores, incluindo o enfrentamento a todas as formas de opressão. Por isso, fortaleceremos todas as frentes unitárias que estão em luta contra os ataques da extrema-direita. Nesse sentido, priorizaremos o FONASEFE e a CNESF, bem como o Fórum Sindical, Popular e de Juventudes e aprimoraremos as campanhas de mídia em defesa das IES e dos serviços públicos. Com isso, pretendemos combater todos os retrocessos promovidos pelo protofascismo, resgatando a memória histórica e a verdade sobre a ditadura empresarial-militar e defendendo uma política de desenvolvimento que incorpore a pauta socioambiental.

 

2) Como é a leitura da sua chapa em relação ao quadro político atual? Nesse contexto, quais são os principais desafios do movimento docente hoje?

Dentre as novas ameaças postas pela conjuntura, destacamos a Reforma Administrativa e as novas formas de precarização do trabalho introduzidas pelo ensino remoto. A reforma administrativa acirra o problema das intervenções que temos vivido, pois abre a possibilidade de que cargos de direção sejam ocupados por não-servidores por indicação política; além disso, ameaça nossa própria existência, pois o presidente terá o poder de até mesmo extinguir por decreto autarquias. Qualquer gratificação poderá ser cancelada numa canetada, inclusive a metade de nossos salários, representada pela gratificação da RT. O ensino remoto apresenta o risco inaceitável de vir a se tornar permanente no momento pós pandemia. Na medida em que ele está instalado em todas as IES, deve-se convocar a categoria para lutar contra seus malefícios, tais como a sobrecarga de trabalho e a transferência de gastos adicionais ao professorado, que vê direitos como auxílio transporte e insalubridade serem arbitrariamente retirados.

 

3) Quais os principais instrumentos de luta e estratégias para o enfrentamento do momento político atual?

Não podemos nos dar ao luxo de alimentar fraturas no movimento popular e sindical, por isso a construção de espaços de unidade e frente ampla nunca foi tão importante. É fundamental para nossa categoria a existência de um sindicato forte articulado com movimentos sociais, estudantil e populares. É claro que a pandemia impõe desafios inéditos. Ainda não se consolidaram formas de luta que complementem as tradicionais. Neste momento de isolamento social decorrente da pandemia a luta nas ruas não perde sua importância, mas deve ser continuamente repensada tendo em vista a segurança e a vida de todos os manifestantes. A presença cada vez mais forte do sindicato nos espaços digitais adquire uma centralidade ainda maior, o que ressalta a necessidade de uma política de comunicação que esteja à altura de nossas necessidades de unidade e enraizamento social. É preciso aprofundar a consciência da categoria e da população em geral acerca da natureza de ataques como a reforma administrativa.

 

4) Destaque para os eleitores, os motivos pelos quais sua chapa seria a mais indicada para compor a Direção do ANDES SN.

Quem está nas lutas destes pais sabe o papel fundamental que ANDES-sn como aglutinador de espaços e ações coletivas, unitárias e massivas no enfrentamento aos governos e patrões que retiram direitos. Nós, da Chapa 1, sempre estivemos nas mobilizações, por isso temos o conhecimento e a prática necessários para dirigir o sindicato nacional de acordo com as exigências que a conjuntura impõe. Nosso compromisso com o sindicato está entranhado na trajetória política de cada um de nós, unidos pela compreensão do seu papel como ferramenta na luta por direitos. Nesse sentido, assumiremos a direção do sindicato com experiência, ao mesmo tempo em que incorporamos novos docentes na vida do sindicato, garantindo a vitalidade e atualização de nossa perspectiva política. Nosso zelo obstinado pela autonomia, independência e democracia sindical é o único meio adequado para reagir e avançar no embate contra o retrocesso conservador que ameaça os trabalhadores e as próprias instituições do país.