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Dia do trabalhador: uma história de luta

Melhores condições de trabalho, organização e luta sempre foram as principais pautas do Dia dos Trabalhadores, uma data que é uma conquista histórica para a classe trabalhadora.

 

Origem

No dia 1º de maio de 1886, em Chicago (EUA), milhares de trabalhadores aderiram ao “Dia da Greve Geral” por melhores condições de trabalho, tendo como uma das pautas principais a redução da jornada diária de trabalho para 8 horas de serviço. O movimento aconteceu em diversas cidades norte-americanas e resultou em dezenas de mortos e centenas de feridos. Em 1889, os principais partidos socialistas e sindicatos da Europa, reunidos em Paris, na Segunda Internacional Socialista, estabeleceram o 1º de maio como Dia do Trabalhador, uma data para celebrar as conquistas dos trabalhadores ao longo da história.

O movimento de greve e revolta dos trabalhadores era fruto de um contexto de exploração provocada pela Revolução Industrial que teve início no século XVIII. Junto com as fábricas e o modo de produção industrial, nascia a classe operária que, com o tempo, passou a se organizar em função da luta por direitos. Os movimentos de greve pela redução da jornada de trabalho fervilhavam por diversos países industrializados, assim como a repressão.

 

Dia dos Trabalhadores no Brasil

No Brasil, a industrialização chegou com pelo menos cem anos de diferença em relação aos países europeus. Até 1888, a mão-de-obra no país era composta quase exclusivamente por escravos. Apesar de institucionalmente ter acabado com a assinatura da Lei Áurea, o regime escravocrata deixou sequelas na formação social da população e também no modelo econômico do país, que até hoje tem maioria dos mais pobres formada por pessoas negras.

Com a recente industrialização, no final do século XIX e início do século XX, o governo brasileiro incentivou a imigração de europeus para trabalharem nas fábricas. Um número estimado em 5 milhões de italianos, espanhóis, portugueses, eslavos e, mais a frente, japoneses e árabes vieram para o Brasil no período e trouxeram consigo as ideias sobre organização e a luta por direitos trabalhistas.

Foi na década de 1910 que o movimento operário começou a se organizar no país. Impulsionados pelos ideais socialistas e anarquistas, os trabalhadores fizeram protestos e greves por todo país. Em diversas cidades o dia 1º de maio era motivo para a realização de discursos, apresentações musicais, passeatas e atividades do gênero. Em 1917, uma grande greve paralisou a indústria e o comércio brasileiros: a classe operária ganhava força.

Já em 1924, o 1º de maio passou a ser feriado nacional do Dia do Trabalhador. Com a Era Vargas, a data que antes era marcada por protestos operários, greves e manifestações, se tornou motivo para a propaganda trabalhista de Vargas, que utilizava a data para anunciar benefícios aos trabalhadores.

 

A questão trabalhista no Brasil em meio à pandemia de coronavírus

Apesar dos avanços na luta por direitos, os trabalhadores têm pouco a comemorar. A pandemia de Covid-19 tornou ainda mais delicado o cenário para a maior parte dos trabalhadores do mundo todo. No Brasil, lutas históricas por direitos foram frontalmente atacadas com a aprovação da Lei da Terceirização e da Reforma Trabalhista em 2017, e mais recentemente, com a Reforma da Previdência, em 2019. As consequências já são visíveis: segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 1 em cada 5 trabalhadores brasileiros recebia menos da metade de um salário mínimo no ano passado. Desde o início da pandemia, trabalhadores foram demitidos ou, no caso dos informais, tiveram suas condições de trabalho ainda mais prejudicadas, já que não contam com nenhum tipo de assistência.

Com o isolamento social, são os trabalhadores dos chamados serviços essenciais que mantém diversos setores em funcionamento. Mesmo com os riscos de contaminação e falta de equipamentos de proteção, estes profissionais continuam exercendo suas funções e têm sido fundamentais para o funcionamento do país.

Neste último 1º de maio, enfermeiras e enfermeiros realizaram um protesto em Brasília, na Praça dos Três Poderes. Eles reivindicavam melhores condições de trabalho e a manutenção do isolamento social durante esse período. No entanto, foram atacados por defensores do governo Bolsonaro, que refutam o argumento científico de isolamento como melhor maneira de combate à proliferação da doença.

Desde o golpe que retirou a presidenta Dilma Rousseff do poder, os direitos dos trabalhadores tem sido diretamente atacados. Com a eleição de Bolsonaro, a retirada de direitos se tornou ainda mais violenta e, além disso, uma série de profissões importantíssimas tem sido desacreditadas, como os cientistas e professores, e até mesmo hostilizadas, como o caso dos artistas. Este ano, há pouco a se comemorar no Dia dos Trabalhadores e sobram motivos para manter e aprimorar formas de organização e mobilização em defesa dos direitos da classe trabalhadora.


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