Weintraub será investigado pelo STF por crime de racismo
A Procuradoria-Geral da República solicitou ao Supremo Tribunal Federal a abertura de inquérito contra o ministro da Educação, Abraham Weintraub, pelo crime de racismo.
A PGR encaminhou o pedido ao STF após o ministro ter feito um post no Twitter, no dia 4 de abril, acusando a China de estar se beneficiando da crise mundial provocada pelo coronavírus. Na publicação, que posteriormente foi apagada, Weintraub ridicularizava o sotaque de chineses ao falar a língua portuguesa, trocando a letra R pela letra L, como faz o personagem Cebolinha, da Turma da Mônica.
A Embaixada da China no Brasil considerou as declarações do ministro “completamente absurdas e desprezíveis” e “de cunho fortemente racista”. Em comunicado, a Embaixada afirmou que “o lado chinês manifesta forte indignação e repúdio a esse tipo de atitude”. O comunicado também menciona que as declarações desencadearam influências negativas na relação do país com a China, que é o maior parceiro econômico do Brasil, respondendo a cerca de 27,6% das exportações brasileiras.
A Mauricio de Sousa Produções, criadora da Turma da Mônica, repudiou a declaração do ministro e afirmou não ter autorizado a reprodução dos personagens da marca na publicação.
Após o episódio, Weintraub afirmou que não foi racista, mas que pediria desculpas à China, na condição de que o país vendesse mil respiradores para o Ministério da Educação à preço de custo.
Caso o STF acolha a abertura do inquérito, a PGR poderá denunciar o ministro da Educação ao STF pelo crime de racismo. A prática de ato considerado como preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional pode levar à prisão de um a três anos e multa, de acordo com o artigo 20 da lei 7.716/1989.
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