1 ano do Tsunami da Educação
Há um ano, no dia 15 de maio de 2019, estudantes, professores e trabalhadores em geral de todo o país saíram às ruas em defesa da educação pública, gratuita e de qualidade. Pelo menos 200 cidades em todos os estados e no Distrito Federal pararam para lutar contra os ataques do governo Bolsonaro à educação na Greve Nacional da Educação, o Tsunami da Educação, como ficou conhecido. No Rio de Janeiro, cerca de 200 mil pessoas ocuparam as ruas do centro da cidade em uma grande manifestação que marchou da Candelária à Central do Brasil.
No mesmo dia, pela manhã, a atividade “Educação na Praça” movimentou a Praça XV, no centro do Rio, com aulas públicas, oficinas e exposições de trabalhos científicos. O objetivo foi levar para as ruas o conhecimento produzido nas universidades e escolas. Estiveram presentes alunos e professores dos Institutos Federais do Rio de Janeiro, do Cefet-RJ, Uerj, UFRJ, Unirio, UFF, UFRRJ, entre outros. As iniciativas foram uma maneira de extensão do conhecimento científico produzido dentro da Universidade para o cotidiano da população.
Em Seropédica, também aconteceu uma atividade denominada Rural na Praça, no Km 49, e uma manifestação em defesa da educação que marchou da Praça do Km 49 à UFRRJ.
Na sequência, 12 ônibus saíram da UFRRJ levando estudantes, professores e técnicos para as atividades de luta no centro do Rio de Janeiro. Quem estava na Praça XV se juntou às pessoas que já estavam na Candelária e todas as faixas da Avenida Presidente Vargas foram tomadas pelo ato.
Balbúrdia contra a Covid-19
As atividades de “Educação na Praça” organizadas por todo o país no ano passado foram uma resposta de estudantes e professores às declarações do ministro Abraham Weintraub que afirmou que as universidades públicas só produziam balbúrdia. Com a paralisação das atividades acadêmicas devido à pandemia do novo coronavírus, este ano, as universidades públicas de todo o Brasil estão se mobilizando de outras maneiras para contribuir no combate à Covid-19.
Na UFRRJ, professores de diversos departamentos se uniram para lançar o projeto “A Rural está com você”. A iniciativa, que começou em abril, busca divulgar vídeos com conhecimento científico produzido dentro da Universidade de maneira simples e acessível para que as pessoas possam incluir em suas rotinas durante a pandemia. O projeto é aberto para participação de todos: basta enviar um vídeo de até 3 minutos para o e-mail ruralcomvoce@gmail.com explicando a sua pesquisa e os consequentes benefícios dela para a sociedade. Os vídeos são publicados nas páginas da UFRRJ nas redes sociais e no YouTube.
Assim como outras universidades públicas, a UFRRJ também trabalha na produção de álcool 70 para distribuição em diversas unidades administrativas e acadêmicas, inclusive nos alojamentos da Universidade. A produção é feita nos laboratórios do Instituto de Química da UFRRJ (IQ) a partir de doações de insumos. Com a produção, a UFRRJ já foi capaz de atender a demanda do Corpo de Bombeiros, de casas de repouso para idosos, de orfanatos municipais e dos Correios do município de Seropédica. Para contribuir com esta iniciativa, é só entrar em contato através do e-mail coronavirus@ufrrj.br.
Em 2020, novos motivos para mobilização
Em 2019, a Greve Nacional da Educação mobilizou milhares de pessoas pelo país contra os cortes anunciados pelo MEC. Na ocasião, o governo havia cortado R$ 5,8 bi no Ministério da Educação e o ministro Abraham Weintraub cortou 30% do orçamento de três universidades federais, UnB, UFF e UFBA com a justificativa de que as instituições estariam fazendo balbúrdia. Com a repercussão da fala, Weintraub ampliou o corte de 30% para todas as IFES.
Desde o período de campanha eleitoral, Bolsonaro e seus aliados elegeram as universidades e a própria ciência como inimigas. Em 2020, a pandemia de coronavírus que atinge o país parece funcionar como uma oportunidade para o governo atacar as instituições ainda mais frontalmente.
Na semana que as manifestações de 15 de maio de 2019 completam um ano, vivemos um contexto de pandemia, no qual o mais seguro é manter o distanciamento social e ficar em casa. Neste momento, novas pautas relacionadas à educação mobilizam estudantes, professores e trabalhadores em geral. Uma delas é o adiamento do Exame Nacional do Ensino Médio, o Enem. Esta notícia da ADUR-RJ explica porque o adiamento da prova é essencial para minimizar as consequências da crise no cotidiano de milhares de estudantes.
Confira outras fotos do 15M a seguir:
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