31/03/2004
MESA NACIONAL DE NEGOCIAÇÃO PERMANENTE
REUNIÃO
EXTRAORDINÁRIA – 30 DE MARÇO DE 2004
PAUTA: Resposta do Governo Federal às reivindicações
contidas na pauta emergencial: “Reposição das perdas; correção das
distorções; incorporação das gratificações – GAE e produtivistas; diretrizes
de planos de carreira; data-base em 1º de maio; cumprimento dos acordos de
greve”.
RESPOSTA DO MPOG: O Secretário de Recursos Humanos
do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão – SRH/MPOG apresentou, em
nome da bancada do governo na MNNP, como resposta, apenas a tabela que
segue anexa, com vigência a partir de 1º de maio, se aceita pelos Servidores
Públicos Federais. Argumentou que a proposta teve como objetivo contemplar
os servidores que recebem os menores salários.
NÃO FORAM APRESENTADAS: a metodologia de cálculo que
foi utilizada; as planilhas com os valores que cada servidor receberá a
partir de 1º de maio e não foram fornecidas as planilhas com os alegados
ganhos diferenciados que cada grupo de servidores teria auferido no período
de janeiro 1995 – dezembro 2003 e que justificariam os reajustes
diferenciados propostos. Solicitamos tais dados por meio de ofícios
protocolados no MPOG desde a instalação da MNNP, em março de 2003.
PROBLEMAS NA PROPOSTA DO GOVERNO:
A proposta
continua tratando diferentemente os servidores ativos, aposentados e
pensionistas; volta a tratar, de forma também diferenciada, os professores
de 2º grau e de 3º grau das IFES e propõe reajuste de salário novamente sob
a forma de gratificação produtivista.
REITERAMOS: que não aceitamos tratamento
diferenciado para os servidores aposentados e pensionistas e para os
professores do 2º grau. Deixamos claro que a correção de distorções entre e
intracarreiras é uma bandeira antiga do movimento dos servidores públicos
federais e não uma benesse do atual governo. E mais, que queremos os dados
que demonstram os ganhos de todos os grupos de servidores no período janeiro
1995 – dezembro 2003 e as distorções existentes entre e intracarreira para
discutirmos conjuntamente as correções que deverão ser realizadas. Não
aceitamos que o governo arbitre unilateralmente os percentuais de correção
de distorções.
PRÓXIMOS PASSOS: Até a próxima quarta-feira, dia 2
de abril de 2004, a SRH/MPOG ficou de fornecer as planilhas com a
metodologia de cálculo utilizada e com os valores correspondentes, para que
os servidores saibam quanto receberão. Ficou acertada uma nova reunião
extraordinária da MNNP para o dia 6 de abril de 2004 (terça-feira) para que
o governo apresente sua posição frente a nossa pauta de reivindicação.
Diretoria do ANDES-SN |
19/03/2004
Reajuste será limitado e de no máximo 20%
Governo
planeja dar aumento de menos de 1% a todos os servidores e conceder
gratificações diferenciadas a algumas categorias
Governo
e servidores públicos voltaram à mesa de negociação para discutir o reajuste
do funcionalismo, mas os dois lados partem de posições tão antagônicas que
tornam um acordo difícil. Uma nova tentativa será feita em duas semanas. Os
servidores exigem a reposição das perdas salariais acumuladas desde 1995 —
ou seja, aumento de 127% nos salários.
Os
planos do governo são de um reajuste muito menor que isso e em valores
diferentes — algumas categorias receberiam mais, outras menos ou nada. Nessa
hipótese, o secretário de Recursos Humanos do Ministério do Planejamento,
Sérgio Mendonça, calcula que os maiores beneficiados podem obter até 20% de
aumento.
A
matemática para isso é a seguinte: o governo reservou R$ 1,5 bilhão para
serem utilizados no aumento dos servidores este ano. Se todos os 1,1 milhão
de servidores ativos e aposentados do Poder Executivo (sem contar os
militares) fossem receber a mesma coisa, o reajuste seria de 2,67%. O
governo prefere, porém, conceder um aumento bem menor para todos, inferior a
1%, e utilizar o que sobrar dos R$ 1,5 bilhão em gratificações de
desempenho.
‘‘Nossa idéia é dar aumentos diferentes para parte dos servidores e um
índice linear menor. Quanto menor esse índice, sobram mais recursos para os
aumentos diferenciados’’, explica o secretário de Recursos Humanos. Como
essas gratificações teriam valores distintos, o impacto no bolso de cada
servidor seria, naturalmente, diferente. ‘‘Algumas categorias poderiam ter
aumento de 20%’’, completa Mendonça. Segundo ele, também haveria diferenças
entre o aumento dos servidores ativos e dos aposentados.
Proposta concreta
Os servidores não gostaram. De um lado, porque o resultado final será bem
menor do que eles esperam receber. De outro, porque a discussão ainda é
vaga, uma vez que o governo não apresentou valores. ‘‘O governo apenas
traçou cenários. Nós queremos uma proposta concreta que seja uma resposta à
nossa pauta de reivindicações’’, afirma o secretário-geral da Confederação
dos Trabalhadores no Serviço Público Federal, Gilberto Jorge Gomes.
Um desenho melhor acabado, com valores de aumento, devem ser apresentados na
próxima reunião, marcada para o próximo dia 30. Ainda assim, é certo que a
idéia do governo é deixar alguns servidores de fora. Pelo cenário proposto
pelo secretário de Recursos Humanos, o reajuste seria para os 900 mil
servidores que ganham menos, principalmente os da área de seguridade social
(Saúde, Previdência, Trabalho, INSS, etc). Nas contas do Planejamento, a
maioria desses 900 mil servidores recebem menos de R$ 2 mil.
Ficam de fora do aumento cerca de 200 mil servidores. O governo sustenta que
150 mil deles já tiveram benefícios no ano passado (com reestruturação de
planos de carreira) ou estão em negociação, a exemplo da Polícia Federal. A
PF está em greve desde o dia 9. Os 50 mil servidores restantes, portanto,
seriam aqueles sem direito a reajuste nenhum.
‘‘Nessa linha, a greve vai se mostrando cada vez mais próxima’’, diz o
representante do Sindicato Nacional dos Docentes de Ensino Superior (Andes),
José Domingues. Depois da próxima reunião, no dia 30, os servidores farão
assembléias para decidir o que fazer. Eles têm indicativo de greve marcado
para abril, mas a data exata da eventual paralisação será decidida no dia 18
de abril.
MEMÓRIA
História se repete
O
reajuste do funcionalismo em 2004 será pouco maior que o concedido no ano
passado. Em 2003, o governo sustentou que estava amarrado ao orçamento da
administração anterior, que reservara apenas R$ 1,1 bilhão para reajuste dos
servidores. O valor foi suficiente para um aumento linear de 1% e um
adicional no valor fixo de R$ 59,87. Na época, o Ministério do Planejamento
calculava que, dessa forma, 75% dos servidores receberiam reajustes entre 4%
e 13,23%. O orçamento de 2004, com valores definidos pelo atual governo,
portanto, reservou aos servidores um pouco mais que no ano passado — R$ 1,5
bilhão. (LOG)
Fonte: Correio Braziliense, Luís
Osvaldo Grossmann. |
17/03/2004
SPFs lançam Campanha Salarial 2004
Concentrados
em frente ao Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, cerca de 200
servidores públicos federais participaram hoje de manhã do lançamento
nacional da Campanha Salarial 2004. A chuva não desanimou os participantes
que, puxados pelo carro de som, entoavam palavras de ordem contra a
política econômica do Governo Lula. "Pode chover, pode molhar, contra o
arrocho o servidor vai parar", gritavam, referindo-se à iminente greve
unificada, aprovada ontem em Plenária Nacional para o mês de abril.
A comissão de servidores,
composta pelas 10 entidades que compõem a Coordenação Nacional das
Entidades de Servidores Federais (CNESF), protocolou, às 11h, a pauta de
reivindicações, que inclui uma política salarial que recomponha o poder de
compra dos salários, com reajuste emergencial de 50,19%, conforme cálculos
do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos
(Dieese), referente às perdas a partir de 1998. Os trabalhadores também
reivindicam a reposição das perdas históricas (de 1995 a 2003) de 127%.
Na pauta deste ano, o
funcionalismo quer a incorporação, ao vencimento básico, das gratificações
por exercício de atividades e demais gratificações produtivistas (no seu
valor mais alto); e a negociação das diretrizes de planos de cargos,
carreiras e salários para o setor, que foram entregues no dia 28 de maio
do ano passado e até hoje não tiveram uma resposta do Governo. Atualmente,
a grande maioria dos servidores permanece vinculada a planos de cargos
obsoletos, sem quaisquer incentivos ao desenvolvimento profissional.
Além disso, os servidores
reivindicam o cumprimento dos acordos de greve, a redução da jornada de
trabalho sem redução salarial e com a isonomia de piso e a defesa da
universidade e dos serviços públicos.
Os trabalhadores querem
ainda o reconhecimento da data-base dos servidores públicos federais em 1º
de maio, desrespeitada pelo Governo desde 1996. A data simboliza a luta
internacional dos trabalhadores pela garantia de seus direitos, além de
coincidir com o reajuste do salário mínimo.
Muitos docentes
participaram do ato público. A categoria está indignada com as perdas
decorrentes de quase uma década de congelamento das remunerações,
proventos e pensões. O ANDES quer a incorporação das gratificações (GAE,
GED e GID), nos seus valores máximos, para todos os professores do
magistério superior e básico, ativos e aposentados. Reivindica também a
implementação da Carreira Única do ANDES-SN, já protocolada no MEC.
Os servidores prepararam
também um manifesto, que foi entregue junto com a pauta de reindicações e
distribuído entre os participantes. No documento, destacam que a pauta
deste ano mantém algumas bandeiras de outras campanhas, "reflexo do
descompromisso de seguidos governos com o funcionalismo e com os serviços
públicos".
De acordo com o
manifesto, "a política orçamentária, que privilegia o mercado financeiro e
compromete a produção nacional com o pagamento das dívidas interna e
externa, tem levado ao desmonte dos serviços públicos, notadamente nas
áreas de educação e saúde".
Os deputados federais
Luciana Genro (sem partido-RS) e Babá (sem partido-PA) estiveram presentes
no lançamento da Campanha para prestar solidariedade aos servidores
públicos. Babá fez uma análise geral do primeiro ano do Governo do PT:
"foram R$ 145 bilhões de juros pagos aos banqueiros internacionais contra
R$ 4 bilhões investidos no país; apenas 13 mil famílias foram assentadas
em todo o ano passado e o primeiro emprego só bateu na porta de 2 mil
jovens". Para o deputado, a greve unificada é a única saída para o
funcionalismo público. "Não podemos mais deixar que Lula trate os
trabalhadores do jeito que vem tratando. É vergonhoso", disse.
Em seu discurso, Luciana
Genro voltou a atacar a CUT, afirmando que a Central recusa-se a fazer o
enfrentamento com o Governo. "A situação é extremamente grave. Estamos no
3º mandato de FHC e o desemprego cresce brutalmente. Esse Governo não
representa a classe trabalhadora, é um agente do capital estrangeiro, do
FMI", acusou.
Fonte: Assessoria
de Imprensa do ANDES-SN, Gabriela Campos. |
16/03/2004
Plenária
dos SPFs confirma indicativo de greve para abril
Reunidos
hoje em Brasília, 315 servidores públicos federais (241 delegados e 74
observadores) aprovaram indicativo de greve para o mês de abril. A
Plenária Nacional, que aconteceu no auditório da Confederação Nacional dos
Trabalhadores da Indústria (CNTI), reafirmou a intenção do funcionalismo
de unir-se para combater a política econômica do governo Lula e lutar pela
Campanha Salarial, exigindo reposição das perdas, correção das distorções,
diretrizes de Planos de Carreira, incorporação das gratificações, entre
outras reivindicações. No dia 18 de abril, será realizada nova plenária, e
definida a data para o início da greve unificada.
Além de fazer uma análise
da conjuntura, os participantes da plenária definiram um calendário de
mobilização para os próximos dois meses, onde estão previstas atividades
em todos os estados do país, com atos e paralisações (confira o calendário
abaixo).
A 3ª secretária do
ANDES-SN, Maria Cristina Miranda, aproveitou para informar que o Sindicato
promoveu, agora em março, em Salvador, seu 23º Congresso, onde os quase
500 participantes debateram e aprofundaram as discussões sobre as reformas
sindical e trabalhista e a reforma universitária, além da Campanha
Salarial da categoria. Uma das deliberações do Congresso foi a de que, ao
longo de todo este ano, os docentes estarão trabalhando em um fórum de
resistência sindical, com a realização de vários seminários nos estados.
A diretora do ANDES disse
ainda que o Sindicato irá participar de uma audiência, amanhã, com o
ministro da Educação, onde, além de discutir a Medida Provisória que
destina vagas em universidades particulares para alunos excluídos, vai
"(re)protocolar" as reivindicações das Instituições Federais de Ensino
Superior (IFES). Em reunião ontem, o setor das IFES decidiu por
intensificar as atividades de mobilização pela Campanha Salarial e contra
as reformas e indicar que a Coordenação Nacional de Entidades de
Servidores Públicos (CNESF) divulgue um panfleto unitário denunciando a
falta de disposição do Governo em negociar com os servidores públicos
federais. A proposta do ANDES foi apresentada na Plenária e aprovada por
unanimidade.
De acordo com Maria
Cristina, para o ANDES a expressão máxima dos ataques do Governo contra a
classe trabalhadora foram as propostas acintosas apresentadas na Mesa
Nacional de Negociação Permanente (MNNP). Na última reunião, em 19 de
fevereiro, o Governo apresentou três hipóteses aos servidores públicos –
nenhuma delas com reajuste superior a 2,67%. Nova reunião da Mesa será
realizada nesta quinta-feira (18/3), a partir das 14h. Na Plenária, ficou
estabelecido que haverá um ato público em frente ao Ministério do
Planejamento durante a reunião.
Além das lideranças
sindicais, os deputados federais Luciana Genro (sem partido-RS) e Babá
(sem partido-PA) estiveram presentes na Plenária. Em seu discurso, Luciana
Genro criticou a atuação da CUT, "que tem trabalhado como braço do Governo
e não como representante legítima dos trabalhadores", e manifestou sua
preocupação com a iminente reforma universitária. "Essa reforma
privatizante vai sucatear as universidades públicas. A MP que o Governo
pretende editar esta semana é a legalização da pilantropia", afirmou a
deputada, referindo-se à iniciativa do ministro da Educação de reservar
vagas nas universidades particulares para alunos excluídos.
Babá também questionou o
comportamento da Central. "Por que a CUT, que eu ajudei a fundar, votou,
no Fórum Nacional do Trabalho, a favor da reforma sindical e
trabalhista?". Para o deputado, independentemente da Central, os
servidores precisam se unir para não ter que "pagar a conta" mais uma vez.
"Não dá para aceitar o argumento do Governo de que não há verbas para
reajustar o salário do funcionalismo. Dinheiro há, mas está destinado para
pagar os bilhões da dívida externa", disse. Babá conclamou os
trabalhadores a deflagrar uma poderosa greve pelos seus direitos e contra
o Governo Lula.
Calendário de mobilizações aprovado na Plenária:
17/3
– Lançamento nacional da Campanha Salarial 2004 dos SPFs (concentração às
9h em frente ao Ministério do Planejamento)
18/3
– Ato público em frente ao Ministério do Planejamento, a partir das 14h,
durante reunião da Mesa Nacional de Negociação Permanente (MNNP).
01/4
– Lançamento da Campanha Salarial nos estados
14/4
– Paralisação de 24 horas com atos públicos nos estados
16/4
e
17/4
– Plenárias Setoriais dos SPFs
18/4
– Plenária Nacional dos
SPFs.
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Fonte:
Assessoria de Imprensa do ANDES-SN,
Gabriela Campos. |
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