Protocolo de Kyoto entra em vigor
 

 
CINGAPURA (16/02/2005) - Depois de anos de atrasos, o primeiro pacto mundial contra o aquecimento do planeta entrou em vigor nesta quarta-feira.

O Protocolo de Kyoto, um acordo internacional que prevê o corte das emissões de gases relacionados ao efeito estufa, vale formalmente a partir desde as 3h. Uma cerimônia na cidade de Kyoto, onde o pacto foi assinado em 1997, marca a data, com a presença da ambientalista Wangari Maathai, ganhadora do Prêmio Nobel da Paz de 2004.

Grupos ambientalistas e a Organização das Nações Unidas (ONU) afirmam que o pacto é um importante primeiro passo na tentativa de limitar o aumento de temperatura do planeta e, em decorrência, do nível do mar e dos extremos meteorológicos.

Mas alguns países desenvolvidos - de quem se exige o corte das emissões - acham o acordo injusto, porque exclui países em desenvolvimento que respondem por uma parcela expressiva dos poluentes relacionados ao aquecimento global. Os Estados Unidos, que chegaram a assinar o tratado, recusaram-se a ratificá-lo. A decisão foi anunciada em 2001. George W. Bush afirmou que o pacto seria custoso demais e errava ao não exigir o cumprimento de metas dos países em desenvolvimento. Para que o protocolo entrasse em vigor, era preciso que um número mínimo de países que respondessem por uma parcela expressiva de emissões o ratificasse. Isso foi garantido com adesão da Rússia, no fim do ano passado. O Protocolo de Kyoto acabou sendo ratificado por 141 países, incluindo o Brasil.

- Kyoto nos dá uma base muito sólida para nossa política climática - disse Klaus Toepfer, diretor do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), aclamando o pacto como um primeiro passo para a prevenção de mudanças climáticas catastróficas nas próximas décadas.

O secretário-geral da ONU, Kofi Annan, pediu unidade global.

- A mudança climática é um problema global. Ela requer uma resposta global - disse ele em declarações para serem exibidas durante a cerimônia de Kyoto.

Kyoto estabelece para países desenvolvidos limites compulsórios para a emissão de gases que causam o efeito estufa. O principal deles é o gás carbônico, resultante principalmente da queima de combustíveis fósseis e, no Brasil, das queimadas. Os países industrializados precisam diminuir suas emissões em 5,2% em relação aos níveis de 1990. A meta tem de ser cumprida entre 2008 e 2012. Os cortes podem ser feitos diretamente, mas também há mecanismos que permitem a compra de créditos de carbono, financiando-se em outros países, por exemplo, atividades que reduzem as emissões. 

Fonte: Agências Internacionais, 16/02/2005.