Reunião entre Servidores Federais e governo não
apresenta avanços |
Representantes das mais de 30 entidades que compõem o Fórum das
Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais (SPF) se
reuniram na manhã desta quinta-feira (14), com representantes do
Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (Mpog) e do Trabalho
e Emprego (MTE). A reunião foi fruto da intensa mobilização dos
servidores, que conseguiram antecipar o calendário apresentado pelo
governo. No entanto, o governo não trouxe nenhum avanço para a
mesa, deixando as pautas apresentadas novamente sem resposta.
Durante a reunião, servidores realizaram vigília em frente ao prédio
do Planejamento, em Brasília (DF) e atos nos estados. A quinta-feira
também foi marcada pelo Dia Nacional de Paralisação dos docentes das
Instituições Federais de Ensino.
Nesta reunião com a Secretaria de Relações do Trabalho do Mpog,
conforme o calendário acordado na última reunião em 20 de abril, o
governo deveria dar retorno aos itens, do que foi denominado pelo
Fórum dos SPF de bloco negocial, que compreende data-base dos
servidores federais, os direitos de negociação coletiva, direito de
greve a regulamentação da convenção 151 da OIT e a liberação de
dirigentes sindicais. Além disso, seria tratado também um dos itens
da pauta econômica – os benefícios, que são considerados verba de
custeio e não dependem da disposição orçamentária para despesa com
pessoal, argumento usado pelo governo para limitar a negociação dos
demais pontos.
Segundo informe dos representantes sindicais que participaram do
encontro, o secretário de Relações do Trabalho do Ministério do
Trabalho e Emprego, Manoel Messias, convidado para a mesa pelo
Planejamento, apresentou uma explanação sobre o entendimento do
governo sobre a Convenção 151 da Organização Internacional do
Trabalho (OIT), que trata da negociação coletiva no serviço público.
Questionado, Sérgio Mendonça, secretário da SRT/Mpog, disse que não
há intenção do governo em encaminhar a regulamentação junto ao
Congresso.
Na sequência, os representantes do Planejamento apresentaram uma
série de estudos sobre a defasagem dos benefícios auxílio
alimentação, creche e saúde, e reforçaram que os números eram apenas
cenários e não caracterizavam uma proposta por parte do governo
Na avaliação de Amauri Medeiros, tesoureiro do ANDES-SN que esteve
presente na mesa, a reunião configurou novamente a postura do
governo em prolongar o processo e tentar conduzir as negociações
conforme as pautas que lhe convém. “O governo claramente mostrou
que tudo o que foi apresentado hoje é apenas estudos e que precisam
discutir internamente. Não houve nenhuma resposta à pauta
apresentada e à metodologia acordada na última mesa. Avaliamos
inicialmente que a realização dessa reunião, sem respeitar a
metodologia, não é um avanço. E ainda termina a reunião sem
apresentar uma nova data”, explica.
O tesoureiro do Sindicato Nacional lembra que os representantes do
Fórum dos SPF se reúnem nesta tarde para avaliar a reunião, definir
os encaminhamentos e os próximos passos da mobilização dos
servidores federais.
Ato nacional dos SPF
Durante a reunião do Fórum dos SPF com o governo, ato de vigília foi
realizado em frente ao ministério do Planejamento, pelas categorias
do serviço público, dentre estas dos docentes federais, para
pressionar o governo a atender as reivindicações da Campanha
Salarial 2015.
Giovanni Frizzo, um dos coordenadores do Setor das Instituições
Federais de Ensino Superior (Ifes) do ANDES-SN e 1° vice-presidente
da Regional Rio Grande do Sul do Sindicato Nacional, falou no ato
sobre a insatisfação dos docentes aos ataques aos direitos dos
trabalhadores, promovidos pelo governo, especialmente aos servidores
públicos federais. Para ele, a mobilização é fundamental para
pressionar por negociação. “Nós estamos mais uma vez aqui, fortes,
em conjunto com os SPF, em torno da nossa pauta. Nós não iremos
ficar calados e de braços cruzados enquanto os nossos direitos estão
sendo atacados, enquanto o ajuste fiscal inviabilizar a existência
de serviços públicos nesse país, e enquanto a regulamentação da
terceirização demonstrar o claro caráter de precarização das
relações de trabalho”, disse. Representantes das demais entidades
que compõem o Fórum também apontaram os recentes ataques aos
direitos dos trabalhadores, com as MPs 664 e 665 e o projeto que
libera as terceirizações; o corte orçamentário e a crise no serviço
público federal.
Docentes das diversas seções sindicais do ANDES-SN participaram do
ato nacional, destacando em suas falas a importância da atividade
para denunciar o projeto do governo de desmonte dos serviços
públicos, a tentativa de enfraquecer a unidade entre os servidores
federais e a necessidade de intensificar a mobilização, rumo à
construção da greve geral.
Fonte: ANDES-SN