CARTA DE APRESENTAÇÃO DA CHAPA
"ADUR EM MOVIMENTO" |
“O movimento sindical docente provou ser, ao longo de sua história,
elemento fundamental na constituição da universidade, tomada
enquanto corpo intelectual e laboral. Juntas, gerações de
professores defenderam seu caráter “público, gratuito e de
qualidade”, com todos os sucessos e derrotas que uma luta implica.
Com isso, combatemos – em insuficiente, mas decisiva medida – a
deterioração dos investimentos em ensino superior, pesquisa e
extensão, em particular no que diz respeito às condições de trabalho
dos professores. De outro modo, a precariedade de infraestrutura e
várias perdas na carreira certamente seriam mais agudas. As vitórias
pontuais não foram benesses recebidas, mas direitos conquistados. De
fato, o direito à greve e a existência de uma corporação de
trabalhadores conscientes de seus interesses e relevância
específicos na sociedade confundem-se com a própria gênese da
universidade.
Considerando que uma universidade forte não pode prescindir de um
sindicato forte, e que a força política da classe docente depende da
relevância social da universidade, apresentamos nossa candidatura à
Associação dos Docentes da Universidade Federal Rural do Rio de
Janeiro (biênio nov/2015 – nov/2017), seção sindical da ANDES-SN, em
momento desafiador. O processo de arrocho de investimentos sociais
não tem poupado a educação e o horizonte avistável não promete
melhoras nem alívio. Ao mesmo tempo, antigas dificuldades de
mobilização docente atingem um nível crítico. Às vésperas da
terceira data-limite para inscrições de chapas para a Adur,
apresentava-se um vácuo eleitoral. O fato de o sindicato não andar
sozinho como um corpo separado de seus membros produzia uma crise.
Isso evidencia a deficiência na organização política da nossa
classe, que põe em risco a própria universidade, tal como queremos
que seja. Nessas circunstâncias, não cabe a uma chapa que pretende
se engajar no movimento sindical realizar diagnósticos, mas sim
criar as condições para que esses diagnósticos sejam feitos. Todas
estas são explicações plausíveis para nossa desmobilização:
afastamento, no interior da base, entre representantes e
representados; pressões produtivistas que substituem cooperação por
competição; o descrédito de que sofre a ação política na vida. Mas
nenhuma delas pode ser uma explicação eficaz se não tiver como autor
um sindicato concebido como materialização do conjunto de seus
filiados. Um punhado de professores não é suficiente para movimentar
na direção devida um sindicato e por extensão uma universidade
inteira.
Para enfrentar esse momento de dificuldade, contamos com o apoio
indispensável do conselho de representantes e de todxs que queiram
pensar e construir a Adur, nosso movimento sindical!”