Assembleia da ADUR-RJ discute critérios para promoção à classe E
(titular) e reafirma que produtivismo não deve orientar
desenvolvimento na carreira |
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A promoção para professor titular foi o único tema de pauta
em discussão na Assembleia da ADUR-RJ de 15 de maio. O
assunto tem despertado o interesse da categoria docente,
sobretudo após a apresentação de proposta, com normas e
critérios para ascensão a titular, elaborada por comissão
interna nomeada pela Reitoria. A proposta da comissão
interna foi divulgada na última reunião do CEPE (7/5) e,
naquela ocasião, diretores da Seção Sindical alertaram para
a necessidade que os critérios fossem discutidos de forma
transparente e democrática, criticando o fato de a mesma
proposta privilegiar o produtivismo no Ensino Superior.
Veja mais em:
http://www.adur-rj.org.br/5com/pop_2014/diretoria2.htm |
Logo foi veiculado o documento "Nota da Diretoria da ADUR-RJ sobre
as normas de promoção à classe de professor titular do MS e do
EBTT", por meio do qual os representantes da Seção Sindical
reafirmam que a proposta da comissão interna está ancorada em
concepção elitista da educação, com critérios de avaliação rigorosos
e até mesmo mais restritivos que a legislação e a Portaria 982/2013.
Na mesma declaração, a Diretoria da ADUR-RJ afirma que, da maneira
como está formulada pela comissão interna, a proposta para promoção
à classe de titular "estimula o produtivismo ao apresentar uma
tabela de pontuação desequilibrada entre pesquisa, ensino e
extensão, tripé constitutivo da concepção constitucional de ensino
superior, defendido pelo ANDES-SN e também garantido pelo estatuto e
pelo Plano de Desenvolvimento Interno (PDI) da UFRRJ".
Pelo mesmo documento, a Diretoria da ADUR-RJ propôs quatro pontos
importantes para subsidiar o debate na Assembleia da categoria,
sendo eles:
"- É necessário amplo debate prévio na comunidade e entre os
docentes para uma construção coletiva e democrática dos
procedimentos de promoção, já que todos os docentes serão afetados;
- A avaliação prévia proposta extrapola a Portaria nº 982 de outubro
de 2013, que garante o direito à pleitear a promoção para todos os
docentes que estão há pelo menos dois anos como Associado IV;
- As atividades do docente em ensino, pesquisa e extensão devem ser
consideradas, com pesos equivalentes entre si;
- As atividades de representação acadêmica, representação de classe,
exercício de cargos administrativos, em todos os níveis, devem ter
pesos equivalentes, mas não devem sobrepor em importância as
atividades-fim".
A "Nota da Diretoria da ADUR-RJ sobre as normas de promoção à classe
de professor titular do MS e do EBTT", a Portaria 982/2013 e a
proposta da comissão interna da Universidade foram disponibilizados
aos presentes para auxiliar o debate na Assembleia da ADUR-RJ. O
último documento foi apresentado pelo
professor Mário Geraldo (DEQUIM), membro da comissão instituída pela
Reitoria da UFRRJ. Na sequência, a professora Ana Cristina Souza dos
Santos divulgou a proposta oriunda da CPPD –
Comissão Permanente
de Pessoal
Docente
da Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ, que, na
visão da diretoria e do GTPE, estaria pautada por uma lógica mais
próxima à concepção de carreira do movimento docente, mostrando aos
participantes que é possível construir alternativas.
As intervenções dos participantes e da diretoria da ADUR-RJ foram
críticas à proposta da comissão. Os presentes se manifestaram pela
recusa em tratar a promoção para professor titular descolada do
resto do desenvolvimento da carreira, aproximando o processo de um
concurso público. Alertaram para os efeitos perversos em se aplicar
o “modelo CAPES” de avaliação da produção do docente na carreira,
expressa na tabela de pontuação que acompanha a proposta da comissão
da UFRRJ. Na visão dos docentes, a avaliação de desempenho prevista
pela lei e pela Portaria 982/2013 deve ser qualitativa e abrangente,
contemplando as especificidades das áreas de conhecimento, o
engajamento dos docentes na universidade e o conjunto da trajetória
acadêmica. Por fim, apontou-se a necessidade de ampliar o debate
para a comunidade, com um prazo mais longo para apresentação e
discussão de propostas.
Ao final do debate importantes encaminhamentos foram aprovados:
1.
A ADUR-RJ recomenda a todos os docentes que completaram o
interstício de 24 meses classe Associado, nível IV, a protocolarem o
pedido de promoção para titular, anexando ao processo em caráter
preliminar a cópia da portaria de Associado IV e do currículo
lattes. O objetivo é garantir que, após a aprovação das normas e
da realização das bancas, os pagamentos possam retroagir à data dos
pedidos.
2.
A ADUR-RJ solicitará ao CEPE que adie a aprovação das normas
e abra espaço para apresentação de propostas alternativas e para a
realização de audiências públicas, para que essas propostas possam
ser debatidas.
3.
Para participar do debate público, a ADUR-RJ elaborará eixos
programáticos para a construção de uma proposta de resolução que
trate do desenvolvimento da carreira como um todo, contemplando as
exigências específicas para a promoção a Titular, mas não a
desvinculando de um processo mais amplo de evolução da trajetória
acadêmica dos professores e professoras.
Diretores da ADUR-RJ estarão presentes na próxima reunião do CEPE,
que ocorre amanhã (20/5), às 13h, para acompanhar a discussão sobre
o tema.