Setor das Ifes intensifica debate
sobre desenvolvimento na carreira docente |
O tema integra a agenda de lutas temáticas do mês de outubro para o
Setor das Federais do ANDES-SN
Dando sequência à
agenda de lutas do Setor das Instituições Federais de Ensino
Superior (Ifes) do ANDES-SN deliberada no 59º Conad, realizado em
agosto em Aracaju (SE), as seções sindicais devem intensificar, no
mês de outubro, a mobilização acerca da carreira docente, em
especial em relação à implementação dos critérios relacionados ao
desenvolvimento na carreira.
Para fomentar o
debate, os docentes presentes na reunião do Setor das Ifes, que
aconteceu no último final de semana (27 e 28) em Brasília (DF)
deliberaram, entre outros encaminhamentos, que as seções sindicais
utilizem como base para discussão dos critérios para desenvolvimento
na carreira o compromisso assumido pelo Ministério da Educação (MEC)
com o ANDES-SN, em reunião realizada em 23 de abril que tratou da
reestruturação da carreira docente, tendo como referência os
princípios defendidos pelo Sindicato Nacional.
Segundo Francisco
Jacob Paiva da Silva, um dos coordenadores do Setor das Ifes, a
participação de 28 seções sindicais na reunião, nesse momento de
retomada da discussão e início da construção da pauta de 2015,
demonstra o interesse da categoria e sinaliza a capacidade
convocatória dessa diretoria. “Saímos do Conad em Aracaju, que
atualizou o plano de lutas do setor, com uma agenda temática de
lutas que dialoga com as necessidades vivenciadas pela categoria nas
IFE e temos que amplificar as ações para que de fato o sindicato
consiga responder às demandas concretas da vida cotidiana dos
docentes”, ressaltou Jacob.
De acordo com o
diretor do ANDES-SN, durante os dois dias de reunião, foi possível
avançar na elaboração de que “avança a ofensiva do governo federal
para a mercantilização das Instituições Federais de Ensino e
consequente precarização do trabalho docente que, combinada à uma
política de desvalorização salarial, empurra os docentes para a
complementação de renda com atividades extras, resultando em pouco
tempo para a participação nos espaços coletivos, na individualização
da categoria e acirramento do produtivismo e competição interna.”
Outro apontamento
da reunião foi a necessidade dos docentes estarem atentos ao
processo de regulamentação dos critérios de desenvolvimento na
carreira, em particular para a classe E (titular). “Há uma grande
possibilidade, como já vem ocorrendo em algumas IFE, de decisão
unilateral por parte das reitorias, sem debate com os docentes, de
implementação de critérios produtivistas, elitistas e excludentes,
que aprofundem a desestruturação dessa carreira prevista na Lei
12.772, que já é, por vício de origem, incompatível com a nossa
visão do fazer acadêmico”, alerta.
Segundo o
coordenador do Setor das Ifes, um traço evidente de alinhamento dos
gestores das Federais ao projeto de contrarreforma na educação que
vêm sendo aprofundado pelo Governo Federal foi a ação recente dos
reitores, que ao declarar apoio à reeleição da presidente Dilma, sem
consultar a academia, abriram mão de representar a academia e
“rifaram e desrespeitaram a autonomia universitária, para serem
cabos eleitorais de candidatura à Presidência da República”.
Para fortalecer a
luta em defesa da Educação Pública, o Setor indicou ainda que as
seções sindicais participem dos atos estaduais em defesa da educação
pública, que serão realizados segunda quinzena de outubro, conforme
encaminhamentos do Encontro Nacional de Educação (ENE).
Fonte: ANDES-SN,
30/9/14.