Professor grevista da Prefeitura
do Rio recebe R$ 22,17 de salário |
Os professores da Prefeitura do Rio que aderiram à greve encerrada
no último dia 27 vão receber, na próxima quarta-feira (2), os
salários com descontos dos dias parados. Há casos em que os docentes
vão ter apenas R$ 22,17 de remuneração líquida. “Não sei como vou
pagar o meu aluguel este mês”, relatou um professor à coluna.
A greve da categoria foi considerada ilegal pelo Supremo Tribunal
Federal (STF) e, a partir da decisão, o município comunicou que iria
efetuar o corte de ponto. Contudo, professores que procuraram a
coluna disseram estar surpreendidos com a decisão.
O Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe) informou
que vai pedir a intervenção da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e
da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) para reverter o desconto
nos salários.
O sindicato também explicou que vai pedir à Secretaria Municipal de
Educação (SME) antecipação da audiência com integrantes da pasta,
que está marcada para 7 de julho.
“Precisamos urgentemente conversar com o prefeito Eduardo Paes e
pedir que ele reveja a decisão de cortar os salários dos
professores. Estávamos em greve, não faltamos ao trabalho. A
paralisação é um direito do trabalhador”, argumentou Marta Moraes,
integrante da coordenação do Sepe.
Entre os diversos contracheques enviados pelos professores à coluna,
há casos em que os docentes que vão receber R$22,17 na conta, sendo
o salário integral de R$1.995,60. Outro exemplo é de um professor
com remuneração total de R$1.923,20 e valor líquido de R$ 35,98. E,
também, de um profissional que terá R$ 357,60, com salário bruto de
R$ 1.989,78. Todos os descontos têm rubrica “pontos perdidos” na
folha de pagamento.
A Secretaria Municipal de Educação informou que só vai se pronunciar
sobre o caso após a reunião prevista para acontecer no próximo dia
7. Até lá, não há previsão de revisar o corte dos salários.
SUSTENTO FAMILIAR - Marta Moraes contou ainda que a principal
preocupação do Sepe neste momento é que os professores não tenham
como honrar os compromissos financeiros: “Nossa classe é
representada principalmente por mulheres. São pessoas que sustentam
a família, que têm maridos desempregados. Além das que são mães
solteiras. É por isso que precisamos antecipar a reunião para
resolver o impasse. Esperávamos uma postura mais justa da
prefeitura”.
SEM ACESSO - Outro problema identificado pelos professores que
participaram da greve foi a dificuldade de acesso à folha de
pagamento na internet. “Não existe contracheque para a matrícula
informada”, era a mensagem que aparecia para alguns docentes. “Isso
é no mínimo um tipo de terrorismo psicológico. Se vão cortar nossos
salários, pelo menos poderiam nos informar o que devemos esperar no
dia do pagamento”, revelou um professor.
Fonte: Jornal O DIA/ Alessandra Porto