Polícia agride ativista em
Copacabana durante manifestação pacífica |
Dia 23 de junho, segunda-feira, realizou-se mais uma manifestação
contra a Copa do Mundo. Aconteceu, em Copacabana, o ato "A festa nos
estádios não vale as lágrimas nas favelas", mobilizado por várias
organizações que lutam pelos direitos do povo, entre elas a Rede de
Comunidades e Movimentos Contra a Violência e o Movimento Favela Não
se Cala. Os manifestantes — vítimas de despejos violentos, mães que
tiveram seus filhos assassinados pela polícia e pessoas que sofreram
toda ordem de abusos — oriundos de inúmeras favelas da cidade, se
concentraram em frente à associação de moradores do Morro Chapéu
Mangueira ainda pela manhã. No local, houve algumas apresentações
artísticas, roda de capoeira, pinturas em referência à violência do
Estado contra o povo e inúmeras outras intervenções.
O ato desceu o morro e tomou as ruas para dar o recado: "Polícia
assassina! Chega de chacina!" Próximo à Rua Princesa Isabel, a
manifestação se juntou ao protesto "Não vai ter Copa", que saiu da
estação de metrô Cardeal Arcoverde em direção à praia. Engordando
mais ainda as fileiras do ato, mais a frente, manifestantes se
juntaram aos moradores do Morro do Cantagalo, entre eles a ativista
Deise Carvalho, que teve seu filho assassinado por agentes
penitenciários em um presídio para menores em 2009. A manifestação
chegou ao Cantagalo, onde lideranças fizeram intervenções condenando
a violência policial e manifestantes entoaram palavras de ordem
contra as Unidades de Polícia Pacificadora. Os participantes também
empunhavam faixas, clamando pela liberdade de Rafael Braga – morador
de rua, catador de latinhas, preso durante outra manifestação sob a
falsa acusação de portar um coquetel molotov, enquanto carregava, na
verdade, uma garrafa de água sanitária e outra de desinfetante.
Depois do ato, o "Homem-Aranha", ativista conhecido por se vestir
como o personagem dos quadrinhos, foi preso arbitrariamente por
policiais simplesmente porque se recusou a entregar sua faixa a um
dos agentes de repressão. Para algemá-lo e prendê-lo, PMs usaram de
extrema violência e quase quebraram o braço do ativista, que acabara
de ser submetido a uma cirurgia. Nem Batman, nem Homem-Aranha.
Ninguém escapa da violência da polícia do Rio de Janeiro.
Fonte: Facebook – Frente Internacionalista Fist/
Facebook – A Nova Democracia, com edição da ADUR-RJ/
Fotos: A Nova Democracia