Movimento Popular Terra Livre
ocupa Fazenda do Estado em Itauçu (GO) |
Um grupo de
aproximadamente 120 famílias, organizado pelo Movimento Popular
Terra Livre (MPTL), ocupa, há mais de uma semana, a Fazenda Córrego
Rico, mais conhecida como a Fazenda do Estado, localizada em Itauçu
(GO). A área total conta com 151 alqueires ou 771 hectares.
A ocupação,
iniciada no dia 4, tem como objetivo reivindicar ao governador
Marconi Perillo (PSDB/GO), a retirada da fazenda da relação de
imóveis do Estado de Goiás colocados à venda, para que a área seja
destinada à reforma agrária. “Até este momento, o governo não veio
conversar. Iremos manter a ocupação até haver negociação”, afirma
Joselito Ferreira da Silva, membro da coordenação nacional do MPTL.
Em 2013, a
fazenda foi colocada à venda, junto com outros imóveis em um leilão,
pelo preço mínimo de R$ 9,4 milhões e não apareceu comprador
interessado. Neste período um grupo de famílias também organizadas
pelo MPTL montou um acampamento nas proximidades da fazenda, na
GO-144, estrada de terra que liga a cidade de Araçu ao Distrito de
Ordália, com o objetivo de chamar atenção do governador para que
retirasse a fazenda do leilão. Porém, antes mesmo de estabelecer um
canal de negociação com o movimento, as famílias foram retiradas a
força pela polícia.
Em nota divulgada
à imprensa, o MPTL informa que o Instituto Nacional de Colonização e
Reforma Agrária (Incra) já demonstrou interesse pela área. De acordo
com o movimento, a Superintendência do Incra em Goiás realizou
vistoria prévia na fazenda e constatou sua viabilidade para fins de
reforma agrária. “O Incra se mostrou favorável, agora só falta o
governo se posicionar. Esperamos uma negociação com o governo para a
reforma agrária”, disse Silva.
Segundo o
movimento Terra Livre, se a terra for destinada para a reforma
agrária poderá beneficiar dezenas de famílias de trabalhadores
rurais sem terra. “O assentamento vai gerar trabalho e renda para
centenas de pessoas, movimentará a economia da região, aumentará a
produção de alimentos. Como sabem a agricultura familiar é
responsável por 75% de toda produção de alimentos que vai para mesa
dos brasileiros e por ¾ dos postos de trabalho gerado no campo”,
informa o movimento.
O MPTL afirma que
o custo médio para criação de emprego no campo é mais barato que
todos os outros ramos de atividades, econômica, indústria, comércio
e serviço.
*Com informações
do MPTL
Fonte: ANDES-SN,
14/10/14.