A maior vergonha da Copa não foi o placar de 7 x 1: repressão policial aos manifestantes
torna Saens Pena em Praça de guerra
     
 

 

Ontem (13/7), enquanto milhares de televisores sintonizavam a final da Copa do Mundo, com a disputa entre Alemanha e Argentina no Maracanã, trabalhadores, estudantes, moradores de favelas, educadores e outros manifestantes se posicionavam, de forma pacífica, contra a grande ‘campeã’ do torneio: a FIFA.  O ato na Praça Saens Pena, a poucos metros do estádio, transcorria bem, com passeata que seguia pelas ruas do bairro, até a intervenção violenta da polícia.  

De acordo com os relatos do Jornal A Nova Democracia, houve cenas lamentáveis de violência – agressões, linchamentos, roubos, bombas de gás e efeito moral, tiros de bala de borracha, spray de pimentas -- dos agentes de segurança do Estado contra mais de mil pessoas, incluindo jornalistas, fotógrafos e advogados. Dezenas de pessoas ficaram feridas e seis foram presas. Os agressores escondiam sua identificação no uniforme.   

Segundo o Jornal A Nova Democracia, vários profissionais de comunicação, tanto os das empresas do monopólio quanto os da imprensa democrática, foram covardemente atacados por policiais. Muitos tiveram seus equipamentos danificados e um fotógrafo quebrou o pulso ao receber um golpe de cassetete. Além disso, depois do ato, cerca de 400 pessoas foram mantidas em cárcere privado pela polícia nos dois quarteirões que cercam a Praça Saens Pena. Um cordão humano com mais de mil policiais da tropa de choque, cavalaria e Força Nacional bloqueou a passagem de quem quer que fosse, inclusive moradores e trabalhadores do comércio local que voltavam para as suas casas. A passagem só foi liberada depois de muita pressão de inúmeros veículos de comunicação do Brasil e do mundo. 

A violência desproporcional da PM visava garantir a ‘tranquilidade’ da cerimônia de encerramento, do jogo e da premiação do campeão na Copa do Mundo, segundo o ‘padrão’ FIFA. Certamente, desde junho de 2013, não se via um cerco tão covarde do Estado reacionário àqueles que estão somente lutando por um mundo melhor, no qual ao menos a dignidade humana seja respeitada. Apesar do placar de 7 x 1, na semifinal para a Alemanha, e de 3 x 0, na disputa pelo terceiro lugar com a Holanda, sem sombra de dúvidas, a maior derrota sofrida pelos brasileiros foram os 40 bilhões derramados dos cofres públicos; todo o retrocesso à liberdade de expressão em um regime que se diz democrático, e a violência do Estado contra o povo para garantir a realização do megaevento.

 

Fonte: Coletivo Mariachi, Coletivo Carranca, coletivo vinhetando, Coletivo Tatu, Mídia Independente Coletiva - MIC, Jornal Alemão Notícias, Frente Independente Popular - RJ, Advogados Ativistas, Movimento de Decoração Anti-Copa, Movimento Estudantil Popular Revolucionário - MEPR, Favela Não Se Cala, Liga Operária,Instituto de Defensores de Direitos Humanos - DDH, Rafucko, Programa Tribuna do Trabalhador, Das Lutas.
Com edição da ADUR-RJ.

Foto: Mídia Ninja

 

 

 


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