Governo não
atende pauta dos SPF e entidades devem intensificar mobilização
O governo federal
deu uma demonstração clara nesta quarta-feira (19) de que não há
disponibilidade em negociar com os servidores públicos federais
(SPF). O recado foi transmitido na reunião entre representantes do
Fórum das Entidades Nacionais do SPF e membros da Secretaria de
Relações do Trabalho do Ministério do Planejamento, Orçamento e
Gestão (Mpog), que aconteceu durante o ato realizado pelos
servidores na Esplanada dos Ministérios, em Brasília (DF).
A atividade
contou com a presença de centenas de manifestantes de diversas
categorias do funcionalismo público e integra o Dia Nacional de
Mobilização chamado pelo Fórum. Em diversas cidades do país, os
docentes federais se uniram aos demais servidores e foram às ruas
cobrar atendimento à pauta unificada da categoria, em defesa de
serviços públicos de qualidade e valorização dos SPF.
Segundo informe
passado após a reunião com o Mpog, o Secretário de Relações do
Trabalho (SRT/Mpog) Sérgio Mendonça recebeu os dirigentes,
acompanhado de sua equipe, e foi explícito ao informar que o governo
entende que há um acordo vigente, firmado em 2012 com várias
categorias do funcionalismo, e que não irá negociar, nem a pauta
específica das categorias nem a unificada dos SPF, e que não há
margem orçamentária para revisão do acordado.
De acordo com
Paulo Barela, representante da CSP-Conlutas na mesa, o secretário da
SRT/Mpog disse apenas que seria possível refletir sobre a
possibilidade de reajuste nos benefícios sociais. “Reivindicamos um
calendário de reuniões para manter a porta aberta e Mendonça
respondeu que não há necessidade, pois isso não irá reverter a
posição do governo”, comentou Barela.
O coordenador da
CSP-Conlutas informou que as entidades cobraram do governo uma
resposta escrita e oficial à pauta protocolada em janeiro, o que foi
prometido para o final de março, e informaram que as entidades devem
intensificar as mobilizações. “Já existe uma greve em curso e várias
entidades já têm uma agenda de ações. Vamos intensificar a
mobilização para pressionar o governo a mudar essa postura
intransigente, como fizemos em 2012”, finalizou.
Ato na Esplanada
Na capital
federal, representantes do ANDES-SN e de várias categorias se
reuniram em frente ao prédio principal do Mpog (Bloco K), para
cobrar a resposta do governo à pauta unificada e a audiência com a
ministra Miriam Belchior. No início de fevereiro, o Planejamento
havia se comprometido com dirigentes do Fórum dos SPF em dar retorno
às reivindicações e sobre o encontro com ministra até o início de
março, o que não ocorreu.
Durante a fala
dos representantes das entidades presentes no ato, ficou explícita a
indignação dos servidores com o descaso do governo em relação ao
pleito da categoria, principalmente diante da argumentação de que
não há recursos disponíveis, uma vez que o governo reviu diversos
contratos e aumentou o repasse de verba pública para as empreiteiras
que estão construindo estádios pra a Copa. Também foram saudados os
técnicos administrativos das universidades federais, representados
pela Fasubra, em greve desde segunda-feira (17).
Gibran Jordão,
coordenador da Fasubra, destacou que, em seu segundo dia, a
paralisação por tempo indeterminado já conta com a adesão de mais da
metade da categoria. “A greve é uma reação ao descaso do governo com
a Educação e com os técnicos administrativos, que recebem o pior
piso do funcionalismo federal, cerca de um salário mínimo e meio.
Estamos vivendo um clima político em que cresce a mobilização dos
trabalhadores para organizar a luta e assim arrancar do governo
resposta à pauta específica das categorias e também à pauta
unificada”, disse.
Em sua fala, a
presidente do ANDES-SN, Marinalva Oliveira saudou o movimento dos
técnicos administrativos e ressaltou que a saída é intensificar a
mobilização em todo o país. “Começamos hoje com a mobilização em
vários setores. No ANDES-SN, chamamos um dia nacional de
paralisação, com atos em diversas cidades, como resposta à
intransigência em relação às nossas pautas. O governo segue
inflexível com os trabalhadores, mas não com o empresariado. Nosso
caminho é ir para a luta de forma unificada. Esse governo precisa
nos respeitar e o nosso respeito buscaremos na rua, mostrando a
força da nossa mobilização, pois é assim que temos feito e foi assim
que já conseguimos fazer com que eles nos ouvissem”, avaliou
Marinalva.
Fonte: ANDES-SN, 19/3/14.