A Fazenda também é Sala de Aula: estudantes e trabalhadores das
agrárias reivindicam melhorias |
O Grupo de Trabalho em Política
Agrária, Urbana e Ambiental –
GTPAUA/ADUR-RJ, com apoio do SINTUR e do DCE, prossegue com as
discussões sobre a situação dos animais no campus da UFRRJ,
das condições de infraestrutura e de trabalho na Fazenda
Universitária, por serem aspectos
multidimensionais no bem estar animal. No dia 7 de maio, aconteceu a
plenária para avaliar e debater a situação precarizada da fazenda
universitária, que, há muito, apresenta problemas relacionados à
infraestrutura e à administração. O grupo reivindica
que haja um Programa Institucional para a Fazenda do IZ,
resgatando o caráter didático-pedagógico que deve ter uma Fazenda
Escola. Nova plenária será realizada dia 21 de maio (quarta-feira),
às 15h, no IZ. Neste dia, será feita reavaliação da realidade da
Fazenda e organizado ato na Reitoria.
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Na última plenária, os trabalhos foram coordenados por Luciano da
Silva Alonso, diretor da ADUR-RJ. A mesa também foi composta pelo
Diretor do IZ, Fernando Curvelo; pela Vice-Diretora do IZ, Rosana
Colatino, e pelo representante do Diretório Acadêmico (DAZ), Alan
Caldeira. Houve participação de estudantes, professores e
técnico-administrativos da UFRRJ, e ficou claro que, para os cursos
das Ciências Agrárias, a Fazenda também é sala de aula.
Foram feitos encaminhamentos importantes para discussão na
comunidade. São eles:
1. Levantamento da área exata da Fazenda e comparação
com registros históricos. Preservação do caráter público
da área da universidade, contra a privatização;
2. Apesar da extensão da área, não há formação de pastos
e nem arborização; há utilização irregular das áreas da
Fazenda por criadores da vizinhança;
3. Ampliar e fortalecer as ações em prol da sanidade dos
animais;
4. Fechamento da Suinocultura para vazio sanitário;
5. Fechamento do SFRIA –Setor de Fisiopatologia da
Reprodução e Inseminação Artificial --para reforma
completa e adequação do espaço para o trabalho com
qualidade;
6. Condições de trabalho para técnico-administrativos,
docentes e terceirizados nos setores e atividades
práticas; atendimento de direitos trabalhistas,
inclusive pagamento de adicional de insalubridade e
fornecimento de equipamentos de proteção individual;
7. Impossibilidade de utilização para consumo humano,
por questões sanitárias, de alimentos oriundos da
Fazenda;
8. Envolver todas as instâncias administrativas no
processo de resolução dos problemas;
9. Investir a Direção do Instituto de função
estratégica/reforma administrativa para privilegiar a
Diretoria e reduzir o trabalho de resolução de problemas
de natureza predial, garantindo função acadêmica para
qualidade no ensino, pesquisa e extensão;
10. A partir da organização da comunidade, mobilizar e
realizar ações radicalizadas para mudança do quadro de
precarização;
11. Setorizar o debate para maior agilidade na obtenção
de dados;
12. Indicar reformas de curto prazo para garantir
mobilização;
13. Departamentos/Setores/coletivos estudantis, terão
prazo de 30 dias para apresentarem suas demandas.
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O evento foi considerado bastante produtivo pela professora
Maria Cristina Lorenzon (Departamento de Produção Animal/ IZ),
membro do GTPAUA/ADUR-RJ. “A UFRRJ, como modelo agrário, deve ser
uma força motriz para monitorar essas questões e avançar nas
soluções, não só dentro do seu campus, como também dentro do
município e em toda demanda nacional. Vivenciamos forte impacto em
nosso ambiente e os membros do GTPAUA/ ADUR-RJ devem mobilizar a
comunidade para mostrar situações em nosso campus,
que requer mudanças para trazer melhorias no ambiente universitário.
A plenária sobre a precarização da fazenda é uma agenda importante
do grupo, em defesa pela água, terra, ar, fauna e flora, pois diz
respeito à produção da nossa academia e é uma contribuição a
sobrevivência do nosso planeta”, avaliou.
De acordo com a docente, as demandas em prol da conservação do meio
ambiente são urgentes, já que os indicadores de impacto ambientais
mostram um sinal vermelho em torno da produção de alimentos, da
preservação da água e dos ecossistemas nativos.
Para Alan Caldeira, estudante do 4º período e representante do
Diretório Acadêmico, a plenária foi muito
positiva. “É importante para que todos os colegas se conscientizem
sobre as condições que estamos vivendo não só no IZ, mas em toda
Universidade. A plenária leva ao conhecimento da comunidade
acadêmica o que está acontecendo de fato na instituição e busca
formas cabíveis de solucionar o problema”, disse.
De acordo com ele, docentes, discentes e técnico-administrativos
sofrem, principalmente, com a precariedade da infraestrutura dos
prédios e setores. “É preciso que haja maior integração dos três
segmentos para reivindicar maior clareza nos serviços prestados a
comunidade universitária”, afirma.