Estudantes de Hong Kong tomam as
ruas exigindo democracia |
Milhares de estudantes de Hong Kong entraram em greve, ocuparam o
parque central da cidade e tomaram as ruas reivindicando democracia
Há semanas jovens
e estudantes estão promovendo uma campanha por democracia e sufrágio
universal através do movimento Occupy Central. Desde segunda-feira
(29), estudantes universitários estão em greve, encontrando-se
diariamente num parque no centro da cidade e, na última sexta,
ocuparam por algumas horas a sede do governo. Centenas de
professores e técnicos das universidades assinaram um manifesto em
apoio ao movimento.
No domingo, dia
28 de setembro, os protestos se intensificaram e os cidadãos foram
agredidos com gás lacrimogênio, spray de pimenta e balas de borracha
pela polícia. Os manifestantes romperam o bloqueio policial que
protegia os edifícios que abrigam a sede do governo e do conselho
legislativo de Hong Kong e ocuparam os prédios por algumas horas.
Organizações de
defesa dos direitos humanos anunciaram nesta segunda (1º) que
autoridades chinesas detiveram mais de uma dezena de ativistas em
todo o país e interrogaram mais de 60 pessoas que expressaram apoio
às manifestações pró-democracia que ocorrem em Hong Kong.
Fontes ligadas a
ativistas chineses indicam que as detenções no continente chinês
acontecem paralelamente às tentativas das autoridades de Pequim em
controlar notícias sobre as manifestações em Hong Kong.
De acordo com a
plataforma de advogados China Human Rights Defenders (CHRD),
cidadãos chineses enfrentam “represálias” e, nos últimos dias, pelo
menos 12 pessoas foram detidas e muitas outras ameaçadas em todo o
país. A Anistia Internacional (AI) afirma ter informações de pelo
menos 20 detenções e mais de 60 pessoas interrogadas.
Em comunicado,
Willian Nee, da AI, ressaltou que “ cerco aos ativistas na China
sublinha os receios dos manifestantes de Hong Kong sobre o aumento
do controle de Pequim nos assuntos internos do território”. A
Anistia Internacional apelou para a libertação imediata dos detidos.
Occupy Central
O movimento se
iniciou pela exigência de que as decisões políticas tenham autonomia
do governo central chinês, em Pequim. Desde 97, quando Hong Kong
deixou de ser uma colônia britânica, o território é regido pelo
acordo “um país, dois sistemas” garantindo maior liberdade de
expressão e protesto do que no restante do país, que vive uma dura
ditadura comandada pelo Estado chinês.
Em agosto, a
China anunciou que a partir de 2017 o chefe executivo local poderia
ser eleito por sufrágio universal, mas apenas entre dois ou três
candidatos selecionados por um comitê sob a autoridade de Pequim.
Assim, há um controle cada vez maior de Pequim garantindo a
“lealdade política” de Hong Kong com o regime chinês.
* Com informações da Anel e da Agência Brasil
* Fotos: Leung Ching Yau Alex/Flickr
Fonte: ANDES-SN,
1/10/14.