Entidades aprovam
ações de mobilizações na Copa e contra reunião dos Brics
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As
mobilizações de junho indicaram: “da Copa eu abro mão, quero
dinheiro pra saúde e educação”, mostraram o ânimo dos
trabalhadores e que as lutas permanecem. Com a proximidade
do evento e a crise econômica internacional que reflete no
país, diversas entidades se reuniram, em dezembro de 2013 no
Rio de janeiro, para discutir a situação e pensar em ações
para 2014. O governo percebeu que as lutas serão
intensificadas em 2014, e por isso tem apontado medidas que
criminalizam as lutas e os ativistas dos movimentos sociais.
Organizada pelo Jubileu Sul e pela Articulação Nacional dos
Comitês dos Atingidos pela Copa (Ancop), a reunião contou
com a participação da CSP-Conlutas, e representações da
Ancop de diversos estados – Bahia, Paraná, Ceará, Minas
Gerais, São Paulo, Pernambuco, Rio de Janeiro e o Distrito
Federal -, assim como o MPL-RJ, Conselho Nacional de Igrejas
Cristãs (Conic), MTST, Grito dos Excluídos de Porto Alegre
(RS), Sindicato dos Petroleiros do Rio, entre outras
entidades. |
Duas iniciativas
prioritárias foram aprovadas no encontro. A primeira é o
fortalecimento da campanha da eleição da Fifa como pior empresa do
mundo, no qual a votação se refere ao prêmio Public Eye Awards,
criado em 2000. Conhecido como o “Nobel” da vergonha corporativa
mundial, que apresenta uma lista com indicações das piores empresas
do mundo, escolhida por voto popular em função de problemas
ambientais, sociais e trabalhistas. O resultado é apresentado
durante o Fórum Econômico Mundial, na cidade suíça de Davos.
A Fifa, entidade
que administra o futebol mundial e organiza a Copa do Mundo, disputa
entre as oito companhias a votação de 2014. A entidade presidida por
Joseph Blatter é acusada de incentivar violações de direitos e mau
uso de dinheiro público nos países que recebem o megaevento, em
favorecimento de empresas parceiras e com anuência de governos
locais. A campanha pela eleição da Fifa como pior empresa está em
andamento e a votação é eletrônica. Está em sites e redes sociais. A
CSP-Conlutas se integra à campanha, assim como já fizeram a Ancop e
o Jubileu Sul, e convoca a todos os militantes ligados à Central
para que participem e votem. As orientações estão no site da Central
(http://www.cspconlutas.org.br/) e nas redes sociais – facebook, nos
grupos e no twitter. Para Dia Nacional de coleta de votos e agitação
da campanha, foi definida a próxima segunda-feira, 13 de janeiro.
A segunda ação
decidida na reunião das entidades são os protestos na reunião dos
Brics. O governo federal ainda mantém indefinido o local da
realização do evento, previsto para Fortaleza ou Brasília. Foi
aprovada a realização de ato público contra as agressões ao povo
pobre e a criminalizações dos movimentos sociais em virtude da
realização da Copa do Mundo em nosso país no local da realização da
Cúpula dos Brics; a organização de um curso de formação sobre o tema
“Banco dos BRICS”, paralelo à realização da Cúpula; a realização,
nos mesmo período e local, de uma Plenária nacional dos Atingidos
pela Copa com a participação de atingidos por grandes projetos.
As entidades
definiram ainda 15 de maio como o Dia Nacional de Mobilização contra
as agressões ao povo pobre e a criminalizações dos movimentos
sociais, em virtude da realização da Copa do Mundo no Brasil.
“A grande
contradição posta pelos governos federal e estaduais é impor medidas
que retiram dinheiro das políticas sociais públicas, negando ao povo
direitos básicos como saúde, educação, transporte e moradia, e por
outro lado dispõem de vultuosos recursos para realização de eventos
como a copa do mundo. E mais, para conter a insatisfação dos
movimentos sociais diante desta espoliação, anuncia a criação de
tropa de choque e lei antiterror para conter e criminalizar os
protestos. Assim, é necessário ampliarmos a unidade com todos os
setores que estejam dispostos a lutar contra a criminalização dos
movimentos sociais e da retirada abrupta de direitos da classe
trabalhadora”, ressalta a presidente do ANDES-SN, Marinalva
Oliveira.
A CSP-Conlutas
afirma que fortalecerá e buscará integrar-se no apoio a todas essas
iniciativas orientando, desde já, seus ativistas a se incorporarem
nas articulações nos estados, intensificar a divulgação e votação na
Fifa como pior empresa do mundo e organizar a participação no ato
público que será realizado durante a reunião dos Brics, e juntamente
com os parceiros do Espaço de Unidade de Ação, do Jubileu, da Ancop
e seus comitês, a Central buscará planejar as ações para o período
da Copa.
“O desafio é
ampliar a unidade entre todos os que estejam dispostos a construir
um calendário de mobilização para o período de realização da Copa do
Mundo, vamos fazê-lo em defesa dos direitos de nossa classe e contra
a criminalização dos movimentos sociais; Precisamos enfrentar e
denunciar a absurda ‘Lei da Copa’ que, combinada com a chamada ‘Lei
Antiterror’, tenta nos impor um verdadeiro estado de exceção, e dão
ainda mais condições para criminalizar as nossas lutas, como
pretendem a Dilma, os empresários e os governos estaduais”, afirma
Atnágoras Lopes, da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas
que, juntamente com Miguel Leme - também da Executiva -, representou
a Central nessa reunião.
No dia 21 de
março será realizada a reunião da Coordenação Nacional da
CSP-Conlutas, e está prevista a participação de centenas de
ativistas de todo país para atualizar as discussões e
encaminhamentos das mobilizações do primeiro semestre de 2014 que,
além do calendário acima, incluem as campanhas salariais de diversas
categorias (como a dos servidores públicos federais que já tem pauta
e calendário), a luta contra as opressões, em defesa da moradia,
luta pela terra e reforma agrária e em defesa da educação pública,
entre outras tantas batalhas.
* Com informações
da CSP-Conlutas
Fonte: ANDES-SN, 6/1/14.