Anistia Internacional criticou
prisões arbitrárias às vésperas da final |
A Anistia Internacional, que antes da realização da Copa do Mundo já
havia externado preocupações com a repressão policial às
manifestações no Brasil, emitiu nota pública criticando as prisões
que aconteceram às vésperas da final do torneio. No dia 12 de julho,
cerca de 20 manifestantes foram presos no Rio de Janeiro (e outros
tiveram prisão temporária decretada), sob a alegação de formação de
quadrilha. Uma delas é a advogada Eloísa Samy, que, nos protestos de
junho de 2013, defendeu presos políticos.
Segundo a Anistia Internacional, “A liberdade de expressão e
manifestação pacífica são um direito humano e devem ser respeitados
e garantidos pelas autoridades em todas as situações, inclusive
durante a Copa do Mundo. Ninguém deve ser detido ou preso apenas por
participar de uma manifestação e exercer tal direito”.
Pela mesma nota, a Anistia Internacional solicita às autoridades do
Rio de Janeiro que:
“- garantam o direito de reunião e manifestação pacífica e parem de
agir de forma a intimidar os manifestantes;
- garantam que todos aqueles detidos tenham total acesso à
assistência legal e aconselhamento jurídico, e que advogados sejam
autorizados a exercer suas funções profissionais sem intimidação,
obstáculo ou interferência imprópria”.
Em nota, a Anistia Internacional classificou as prisões como uma
"repetição de um padrão de intimidação que já havia sido
identificado pela organização antes do início do Mundial."
Presidente da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do
Brasil - OAB, Marcelo Chalreo considerou as prisões "sem fundamento
legal, com claro intuito de impedir o direito de manifestação".
A ONG de direitos humanos Justiça Global reagiu às prisões e disse
que a ação tem o "propósito único de neutralizar, reprimir e
amedrontar aqueles e aquelas que têm feito da presença na rua uma
das suas formas de expressão e luta por justiça social."
Fonte: Com informações da Folha de S. Paulo.