Docentes reforçam
ato em São Luís em defesa dos direitos sociais
Centenas de
docentes, participantes do 33º Congresso do ANDES-SN, atenderam ao
chamado dos movimentos sociais de São Luís (MA) e integraram, no
início da noite desta quinta-feira (13), ato coordenado pela
CSP-Conlutas em defesa dos direitos sociais e contra a política de
opressão do governo estadual.
Ao longo de todo
o percurso, representantes de movimentos sindicais, sociais,
estudantil - como CSP-Conlutas, ANDES-SN, Quilombo Raça e Classe,
Quilombo Urbano, Quilombo Charco, Associação Quilombo Cruzeiro,
Moquibom, Anel, Movimento Mulheres em Luta (MML) - e a classe
trabalhadora denunciaram os problemas vividos pela população
maranhense, em relação à moradia, transporte, saneamento básico,
alagamentos e a falta de acesso à educação e à saúde de qualidade,
entre outros.
As lideranças dos
movimentos quilombolas também relataram a repressão do governo, as
ameaças que sofrem diariamente e as inúmeras tentativas de extinção
das comunidades tradicionais. A presença dos docentes participantes
do 33º Congresso foi destacada durante as falas, que saudaram os
professores. Durante a manifestação, a presidente do ANDES-SN,
Marinalva Oliveira, ressaltou a importância da unidade na luta e
destacou a participação do Sindicato Nacional na atividade. “O
ANDES-SN está reunido em São Luís com professores de todo o país,
que representam instituições de ensino superior dos estados, e vem
se somar a esta manifestação vitoriosa do povo maranhense, que
reivindica o acesso a direitos sociais para esta população, que tem
sido espoliada dos seus direitos”. Marinalva acrescentou ainda que
os docentes estavam no ato por solidariedade à luta, e também na
defesa da educação, pela aplicação dos 10% do PIB para a educação
pública já, contra a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares
(Ebserh) e por condições dignas de salários.
O presidente da
Apruma, Seção Sindical do ANDES-SN, Antônio Gonçalves, ressaltou a
presença do Sindicato Nacional na manifestação. “Agradeço ao
ANDES-SN por se somar à classe trabalhadora do Maranhão nesta luta e
exigir a saída deste governo. Vamos conseguir mudar a realidade do
Maranhão em breve, não pelo voto, mas pela disputa e pela
conscientização da classe trabalhadora. Estamos aqui para resistir”.
“O Maranhão
esteve nas manchetes dos últimos dias por conta dos acontecimentos
de Pedrinhas, mas o estado tem muitos outros problemas. Há meio
século é dominado por uma oligarquia, responsável pelos problemas
enfrentados pela população, mais de 60% passa fome. É o estado com a
maior concentração de terras e com os piores indicadores de saúde,
além de ter altos índices de analfabetismo. A população tem que
lutar para conquistar suas reivindicações”, afirmou o representante
da Executiva Nacional da CSP-Conlutas, Saulo Arcangeli.
Percurso
Os manifestantes
se concentraram na Praça Deodoro, em frente à Biblioteca Pública, e
seguiram pelas ruas do centro histórico até a rampa do Palácio dos
Leões, sede do governo do Maranhão. Várias palavras de ordem, como
“Quilombo não vive cansado, melhor morrer na luta que viver
escravizado”, “Mulheres em luta contra a opressão, abaixo ao
machismo e à exploração” e “Da copa eu abro mão, eu quero o Sarney
bem longe do Maranhão”, foram ditas ao longo do caminho, que se
somaram às falas de representantes de vários segmentos – saúde,
educação e movimentos sociais. Um forte esquema policial impediu a
subida dos manifestantes à sede do governo do estado, que
permaneceram no local por mais de uma hora.
Um veículo da
imprensa local, que cobria o ato, denunciou as ameaças sofridas por
parte da polícia, que tentou censurar e impedir a cobertura.
Expressões da cultura maranhense também estiveram presentes na
manifestação, como o Tambor de Crioula. O ato foi finalizado com uma
intervenção artística, feita por um docente da delegação da Bahia,
participante do 33º Congresso.
Fonte: ANDES-SN, 14/2/14.