Graças à forte
mobilização, reitor da Unirio retira adesão à Ebserh da pauta
O movimento
contrário à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh)
saiu fortalecido na manhã desta quinta-feira, 09, no Rio de Janeiro.
Graças à forte mobilização da comunidade acadêmica, que compareceu
em peso à reunião do Conselho Universitário (Consuni) da Unirio, o
reitor Luiz Pedro San Gil Jutuca foi obrigado a atender o clamor dos
três segmentos representativos da Universidade e retirar de pauta a
votação da adesão à Ebserh, que estava marcada para hoje.
O adiamento da
seção já havia sido pedido ao reitor há quase uma semana, em
documento assinado pelo Fórum de Enfrentamento à Ebserh, composto
pelos três segmentos representativos da Unirio, que alega que para
decidir sobre uma matéria que trará tantas conseqüências negativas
para a Universidade e para o Hospital Universitário Gaffrée e Guinle
(HUGG), é necessária a realização de um amplo debate para esclarecer
a comunidade e os conselheiros universitários sobre o tema.
Entretanto, o
pedido só foi atendido depois da grande pressão de docentes,
técnicos e estudantes, não só da Unirio, como de todas as
Universidades do Rio de Janeiro e algumas, inclusive, de outros
estados, que lotaram o auditório onde estava sendo realizada a
reunião. “O que vivemos aqui é a prova de que a mobilização e a
unidade na luta trazem, sim, resultados. Hoje foi a Unirio, em breve
será a UFF. Que essa mobilização sirva de recado para os reitores do
Brasil e para o governo federal: enquanto houver tentativa de
aprovar a Ebserh, haverá resistência!”, ressaltou a presidente da
ADUFF-SSind, Ebin Farage, presente na manifestação.
Calendário de
Debates
Acuado, o reitor
Luiz Pedro San Gil Jutuca também se comprometeu a organizar um
calendário de debates na Unirio, em parceria com docentes, técnicos
e estudantes “até que a comunidade universitária e, principalmente,
os conselheiros se sintam esclarecidos em relação à Ebserh”. Uma
comissão deverá ser formada para definir as datas e os locais dos
debates.
Para a presidente
da Associação dos Docentes da Universidade Federal do Estado do Rio
de Janeiro (ADUNIRIO) e conselheira do Consuni, Elizabeth Orletti, o
momento agora é de lutar para que essas audiências públicas sejam as
mais amplas possíveis, envolvendo todos os departamentos da
Universidade, e que possam ser realizadas sem pressa. “Que esses
debates sirvam para mostrar, definitivamente, a perversidade da
Ebserh e o que ela de fato representa: a privatização dos hospitais
universitários e da saúde”, disse.
A estudante de
Enfermagem e integrante do Fórum de Enfrentamento à Ebserh da
Unirio, Thamires Medeiros, concorda. “Ao contrário do que se tem
dito, não existe prazo para a adesão à Ebserh. O que existe é um
prazo para que os hospitais universitários promovam concursos
públicos e acabem com os terceirizados. Entretanto, O Tribunal de
Contas da União não sugere que isso se dê pela Ebserh. A Ebserh é um
projeto do governo, do qual nós podemos e devemos ser contrários.
Afinal, é uma incoerência a Universidade aprovar uma coisa que é
alvo de uma ADIN (Ação Direta de Inconstitucionalidade) ajuizada
pelo próprio Procurador Geral da União”, finaliza.
Fonte: ADUFF - Seção Sindical, [Andes-SN, 9/5/13]