TRANSPORTE JÁ!
EXIGIMOS MELHORIA DO TRANSPORTE NA UFRRJ
A Reitoria da Rural descumpriu acordo firmado com o DCE no primeiro
semestre de 2013, em que se comprometeu a atender reivindicações
relacionadas ao transporte entre os campi de Seropédica e Nova
Iguaçu, dentre várias outras reivindicações, como condição para a
desocupação do gabinete da reitoria pelo movimento estudantil. O
prazo para atendimento desta pauta expirou em junho e até agora não
há evidências de que o problema será resolvido. Pior que isso, a
administração já informou recentemente da impossibilidade de
atendimento desta demanda, até que a frota de ônibus e vans seja
ampliada com novas compras. Ou seja, nos enrolaram na esperança de
conseguirem nossa desmobilização, para ficarem na zona de conforto.
Mas marketing informando que a mobilidade estudantil é uma realidade
na universidade não falta. Isso aparece desde o Quiosque dos Alunos,
até às deliberações do CEPE. E o que é mobilidade? O dicionário diz
que mobilidade é “capacidade ou facilidade de se mover”. No meio
acadêmico, mobilidade também significa possibilidade de cursar
disciplinas em outros locais (outra instituição de ensino ou outro
campus da própria universidade). A UFRRJ deliberou, em 2008
(Deliberação CEPE Nº 136/2008), que a mobilidade pudesse ser
praticada pelos estudantes. Já são então cinco anos de previsão da
mobilidade acadêmica na Rural.
Infelizmente esta não é nossa realidade. No universo de alunos da
Rural, são poucos os que têm condições de assumir tal desafio. Já é
tão difícil estudar no próprio campus de origem, pela precarização
dos nossos espaços, imagine fazer isso peregrinando entre um local e
outro, com deficiências graves no sistema de transportes.
Há apenas 36 Km distantes um do outro, os campi da Rural em
Seropédica e Nova Iguaçu não contam com nenhum sistema de transporte
coletivo para permitir a mobilidade de estudantes e servidores entre
esses locais. Apesar da facilidade de acesso, já que o trânsito se
faz em duas rodovias federais que se interligam, e pelos poucos
minutos de duração da viagem, a universidade não tem um serviço
orgânico de transporte coletivo que possa garantir a tão sonhada
mobilidade. Então a viagem se torna um martírio, pois as opções de
transportes públicos são precárias.
Isso significa que não é possível pleitear mobilidade? Na verdade é
possível sim. E existe demanda de dezenas de estudantes que
gostariam de desfrutar desta possibilidade a cada semestre letivo.
Mas não é fácil ir de um campus para o outro. Experimente sair do
IM, ou do ITR, ou do centro da cidade do Rio, para estudar ou
resolver qualquer assunto em Seropédica. Muitos fazem isso com
frequência e com certeza podem afirmar que o desgaste físico e
mental impõe limitações de rendimento acadêmico. No caso do ITR fica
ainda mais complicado pela maior distância.
Quem perde com isso? Todos perdem. O estudante deixa de aproveitar a
experiência da diversidade na sua formação. Docentes e técnicos
administrativos não vivenciam igualmente a solidariedade e o
companheirismo entre os colegas de outros campi. A
compartimentalização empobrece o sentimento de unidade na
diversidade. A universidade se apequena.
O que pode ser feito? A administração da universidade pode
providenciar ônibus e vans para garantir o trânsito entre estes
espaços nos horários de maior demanda de mobilidade.
Existem outras alternativas? Sim, mas é preciso dizer que tais
alternativas são ações complementares. É importante pressionar para
que a universidade venha a garantir gratuitamente, para seus alunos
e servidores, a utilização do sistema de transporte próprio da
instituição, com horários regulares e garantia de vagas para a
demanda apresentada.
Mas também é possível, para a administração central da universidade,
pressionar os governos municipais e estadual a cooperarem nesta
questão. Isto inclui que estes governos atuem conjuntamente com a
reitoria da universidade para que as empresas de ônibus, que tem a
concessão de circulação entre os municípios de Seropédica, Nova
Iguaçu, Três Rios e Rio de Janeiro, possam oferecer mais linhas de
ônibus, sobretudo utilizando as rodovias de trânsito mais rápido,
reduzindo o tempo de viagem e melhorando a qualidade de vida dos
usuários.
Igualmente importantes são as condições dos pontos de ônibus nos
trechos percorridos. É necessário investir em urbanização ao longo
do itinerário, para que os passageiros tenham segurança nos
embarques e desembarques dos carros.
Outra alternativa é viabilizar o transporte de trens urbanos entre
Seropédica e Rio de Janeiro (Estação Central do Brasil). A
universidade já foi assediada para ceder espaço público para a
construção de um retropátio (local para estacionamento e manobra de
trens) para a MRS, no campus Seropédica. O CONSU da UFRRJ negou a
esta empresa a possibilidade do lucro fácil, pois consistia em
privatização do espaço que é do povo, para servir ao setor
empresarial no transporte de minérios em larga escala.
Para estes poucos privilegiados do setor empresarial, o importante é
transportar cargas e valores. Para o povo, o importante é ter oferta
de transporte popular de qualidade. A universidade se viu
pressionada para responder uma demanda do mercado, que significava
abrir mão de seu espaço para uma atividade poluidora do ambiente se
instalar em seu território. Mas o CONSU foi soberano e disse não. É
preciso garantir que outras formas de assédio sejam rechaçadas.
Mas sobre a ligação ferroviária entre Seropédica e Rio de Janeiro,
com trens urbanos para passageiros, continua a completa ausência de
esforços para sua concretização. Esta é a realidade. Nem as empresas
se posicionam e nem a administração da universidade se empenha em
apresentar projetos, embora existam informações de que para a
autorização de construção da linha férrea na área da universidade,
havia previsão de serviço de transporte de passageiros. Isso precisa
ser resgatado e apresentado para a nossa comunidade. Os trens
urbanos são modalidades de transporte de massas que contemplariam a
demanda de transporte nas áreas de influência da Rural, propiciando
inclusive maior acesso da classe trabalhadora aos cursos da
universidade.
É preciso avançar para melhorar o transporte dos estudantes,
servidores e da população dos municípios limítrofes ao espaço da
universidade. O ano de 2013 mostrou que a luta pelo transporte
coletivo é uma luta fundamental. Não se trata apenas de uma
reivindicação local. É uma reivindicação que diz respeito ao direito
à cidade, ao bem estar coletivo. Lutar pelo transporte é lutar por
direitos coletivos. Por isso é hora e mobilizar estudantes e
trabalhadores para lutar pela melhoria do transporte na UFRRJ,
Seropédica, Nova Iguaçu e Três Rios.
REIVINDICAMOS:
1)
Três linhas diárias de ônibus da UFRRJ entre Seropédica e
Nova Iguaçu (ida e volta).
2)
Três linhas diárias de ônibus da UFRRJ do Centro do Rio para
Seropédica (ida e volta).
3)
Três linhas diárias de ônibus da UFRRJ do Centro do Rio para
Três Rios (ida e volta).
4)
Facilidade de agendamento de veículos da UFRRJ para a ligação
entre Três Rios e Seropédica.
5)
Transporte circular da UFRRJ eficiente dentro do campus
Seropédica, nos três turnos (manhã, tarde e noite).
6)
Que a Administração pressione as empresas de transporte que
oferecem linhas para os municípios onde temos campus, para oferta de
um serviço de transporte ágil e seguro, com tarifa reduzida,à custa
do lucro da empresa.
7)
Que a Administração apresente estudo sobre a utilização da
linha férrea do campus Seropédica para transporte de passageiros.
Mobilize-se! Venha para a luta e contribua para a construção de uma
universidade melhor.
Você tem direito a transporte gratuito para a sua mobilidade
acadêmica.
Comitês de Mobilização da UFRRJ