Trabalhadores e
movimentos voltam às ruas em SP
Manifestações
estão marcadas para esta quarta-feira, 14
A próxima
quarta-feira (14) pode significar a volta das grandes manifestações
de rua. Desta vez, pelo menos de início, com pautas mais ligadas aos
movimentos sociais e aos trabalhadores. Responsável por desatar a
onda de protestos que tomou o país, em junho, o Movimento Passe
Livre (MPL) convocou uma manifestação contra a má qualidade dos
transportes ferroviários em São Paulo.
A concentração
está marcada para começar às 15h no Vale do Anhangabaú, centro da
capital. A nova marcha foi motivada pelas recentes denúncias de
formação de cartel entre empresas estrangeiras que, com anuência do
governo do estado, há duas décadas dominado pelo PSDB, teriam
burlado a concorrência para vencer licitações de reforma de
composições e ampliação das linhas do Metrô e da Companhia Paulista
de Trens Metropolitanos (CPTM).
“Temos usado
muito o Facebook para divulgar, além de acompanhar os metroviários
em panfletagens nas principais estações da cidade. Vai ser um ato
importante, mas, de maneira geral, nosso foco, desde que revogamos o
aumento, é estar voltados para as ações da periferia, que é um
terreno importante de luta”, explica Mayara Vivian, membro do MPL.
Mayara aponta a
importância deste ato e ainda faz apelo: “Como temos dito desde o
início, é essencial que haja solidariedade entre diversos setores da
sociedade que lutam contra a lógica do capitalismo em todas as
áreas, contra o privilégio que é dado ao dinheiro e às empresas em
vez de ser dado às pessoas”.
A manifestação do
Passe Livre contará com apoio do Sindicato dos Metroviários de São
Paulo, Sindicato dos Ferroviários da Zona Sorocabana e da Central
Única dos Trabalhadores (CUT). “Os contratos irregulares atingem não
só a venda de produtos, mas reforma e manutenção dos trens. Queremos
a devolução do dinheiro roubado da população e que prendam e punam
exemplarmente corruptos e corruptores”, propõe Altino de Melo
Prazeres Júnior, presidente do Sindicato dos Metroviários.
O sindicalista
acredita que a manifestação também servirá para denunciar o esquema
de parcerias público-privadas (PPP) em São Paulo. “Essas denúncias
do cartel são uma demonstração clara do que é a PPP: uma parceria em
que o público é corrompido pelo setor privado.”
Na mesma linha do
discurso do Passe Livre, Prazeres defende que o governo priorize o
direito dos cidadãos a um transporte digno – e não o lucro de
grandes empresas – na hora de definir políticas públicas para o
setor.
Isso inclui a
reestatização da Linha 4-Amarela do Metrô paulista, por exemplo,
trecho operado por um consórcio privado. “No fundo, tudo é uma
disputa pelo dinheiro do Estado: os empresários querem ficar com os
recursos, e os trabalhadores, conscientes ou não, querem que o fruto
do nosso trabalho fique para a maioria”, explica, ressaltando que,
se o Erário fosse ressarcido do prejuízo que teve nos processos
licitatórios – superior a R$ 400 milhões, segundo denúncias da
Siemens –, mais linhas poderiam ser construídas e o preço da
passagem, baixar.
“Quando brigam o
valor da tarifa, as pessoas querem que os empresários ganhem menos
dinheiro e a população gaste menos”, diz Prazeres.
Fonte: Rede
Brasil Atual
Edição: Carina Carvalho (estagiária) e Fritz R. Nunes (Jornalista)
Assessoria de Imprensa da Sedufsm
12/8/13.