A UFRRJ vem praticando, desde os anos de 1990, um laudo
técnico sobre a insalubridade e periculosidade dos
servidores técnico-administrativos e docentes, que foi
questionado pelo Tribunal de Contas da União (TCU),
tendo em vista o não cumprimento de novas determinações
com relação à questão. Em 2005 foi realizado novo laudo
sobre a insalubridade, mas o mesmo não foi acatado pela
categoria dos servidores, em função de discordância com
a metodologia adotada para a sua confecção.
Em dezembro de 2009, após o primeiro comunicado do TCU,
que determinava a retirada imediata dos adicionais de
insalubridade e periculosidade, a Administração Central
da UFRRJ, naquele momento, em virtude da mudança da
forma desses lançamentos no sistema Siapenet, retirou e
a seguir lançou tais adicionais para os servidores que
faziam jus aos mesmos, conforme avaliação técnica feita
pela presidente da Comissão de Insalubridade à época
(Portaria nº 72/GR, de 30/1/2009).
Paralelamente, foi encaminhado ofício da Reitoria ao TCU
sobre o procedimento realizado e dado início ao trabalho
para a elaboração de novos laudos ambientais com a
nomeação de comissão designada para esse fim. Por
distintos motivos, houve a necessidade de recompor, por
três vezes, a referida comissão, sendo que a atual tem
em sua composição uma médica do trabalho, um técnico em
segurança do trabalho, um docente da área de biologia e
um técnico administrativo com conhecimento na área
biológica.
Neste ínterim, a UFRRJ recebeu outra notificação do TCU,
reiterando a determinação para suspensão do pagamento
dos referidos adicionais. No estrito cumprimento do
Acórdão daquele órgão, a Administração Central teve que
suspender imediatamente o pagamento dos adicionais, para
evitar penalidades maiores para a instituição e, não
entendendo razoável essa determinação que atingiu áreas
da instituição com atividades claramente insalubres,
encaminhou ofício à Secretaria Geral de Controle Externo
do TCU do Rio de Janeiro, solicitando uma reavaliação do
posicionamento do Tribunal.
Em articulação com a Comissão Permanente de
Insalubridade e Periculosidade, está projetado um
período de 90 dias para a conclusão do mapeamento
ambiental dos setores afetados pela determinação do TCU
(até agosto próximo) e o Conselho Universitário (ConsU)
da UFRRJ, a pedido do Sindicato dos Trabalhadores em
Educação da UFRRJ (Sintur-RJ), deliberou que a
Administração acatará a indicação das entidades
sindicais sobre se será feita a aplicação imediata dos
laudos, à medida que a Comissão for concluindo
setorialmente seus trabalhos, ou se os laudos serão
aplicados somente ao final de todo o trabalho da
Comissão sobre o conjunto das áreas atingidas pela
determinação do TCU, com o respectivo pagamento dos
adicionais. Foi também aprovado pelo ConsU que serão
disponibilizadas às entidades de classe as cópias dos
laudos técnicos relativos aos pagamentos de adicionais
de insalubridade e periculosidade à medida que os mesmos
forem sendo realizados.
Observe-se que alguns setores já foram objeto de
avaliação e que um cronograma de visitas da Comissão foi
disponibilizado para conhecimento de todos, uma vez que
o laudo só poderá ser realizado com a presença dos
servidores que atuam no respectivo setor visitado.Com as
prerrogativas legais que lhe são afetas, a Administração
Central da UFRRJ convidou e esteve reunida, durante a
tarde do dia 29/5, com o Comando Local do movimento de
greve dos servidores técnico-administrativos,
reafirmando o respeito que mantém pelos movimentos
reivindicatórios dos segmentos da comunidade
universitária. Como a cada edição anual do Sistema de
Seleção Unificada (SiSU/ MEC), tem crescido, em nossos
cursos de graduação, o número de ingressantes cujas
origens estão na faixa da população brasileira de baixa
renda, o normal funcionamento do Restaurante
Universitário é vital para que tais estudantes consigam
permanecer estudando até a conclusão de suas carreiras
universitárias e, por essa razão, uma boa parte da
reunião foi dedicada à discussão do significado da
contratação de alternativas de alimentação, das
dificuldades inerentes ao processo de decretação de
emergência que sustenta essa contratação e do impacto
que a suspensão da alimentação dos estudantes tem na
busca da solução para as causas do atual movimento
grevista.
Ao mesmo tempo, a administração central mostrou a
necessidade da intensificação do diálogo com o objetivo
de encontrar pontos que viabilizem ações que permitam o
início do ano letivo de 2013, com calendário já
demasiadamente estendido, sem comprometer os
encaminhamentos que estão sendo dados para a solução das
questões geradas pelo cumprimento da determinação do
TCU.
Seropédica, 31/5/2013
Ana Maria Dantas Soares, reitora da UFRRJ