Promotoria ajuiza ação contra prefeito do Rio por recolher viciados
O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro ajuizou na tarde
desta quarta-feira duas ações civis pelo recolhimento de dependentes
em crack das ruas da cidade. A primeira é de improbidade
administrativa contra o prefeito Eduardo Paes e o atual secretário
de Governo, Rodrigo Bethlem.
A segunda ação é contra o município do Rio. Segundo o promotor
Rogério Pacheco Alves, que assina as ações, a violência da
prefeitura contra os moradores de rua envolveu até funcionários da
Comlurb, que recolheram pertences de pessoas alegando ser lixo.
Essa ação é indenizatória e pede R$ 50 mil para cada pessoa
recolhida pela prefeitura. O município calcula que a cidade do Rio
tenha 6.000 pessoas vivendo nas ruas, o que totalizaria R$ 300
milhões em indenizações.
Os motivos pelas ações são o uso de violência pelos agentes
municipais, más condições dos abrigos e destruição de documentos e
pertences de moradores de rua pelos funcionários da Comlurb.
"Para mim essas ações são muito claras e tratam da "limpeza" da
cidade por parte do poder público, visando os grandes eventos [Copa
do Mundo e Olimpíada]. Essas operações já mostraram para a gente a
sua ineficácia e ainda aconteceram cercadas de grande violência",
afirmou o promotor Rogério Pacheco.
Até o momento, o prefeito Eduardo Paes não se pronunciou sobre as
medidas adotadas pelo Ministério Público.
Fonte: Folha de S. Paulo. [Marco A. Martins, RJ]