Professor
municipal ameaça retomar greve
Motivo é o atraso
no envio do plano de carreiras
Rio
- O novo projeto de lei com o Plano de Cargos, Carreiras e Salários
(PCCS) dos servidores da Educação da Prefeitura do Rio deve chegar
somente hoje à Câmara de Vereadores, com um dia de atraso. O
compromisso do Executivo com a coordenação do Sindicato Estadual dos
Profissionais de Educação (Sepe) era de que o texto seria enviado
ontem. Se houver outro atraso, os docentes ameaçam retomar a greve,
que durou 34 dias.
Coordenadora do
sindicato, Suzana Gutierrez declarou à coluna que a atitude da
prefeitura foi “lamentável”. Hoje, a categoria promove paralisação
de 24 horas e assembleia na Cinelândia às 14h para discutir a
proposta de novo plano (caso o documento seja entregue). “Se a
prefeitura não enviar amanhã (hoje) o projeto de lei, vamos retornar
à greve por tempo indeterminado. E se voltarmos, não vamos mais
trabalhar com promessas ou hipóteses. Só suspenderemos a paralisação
quando o novo plano estiver dentro do que a categoria reivindica”,
alertou.
Ela conta que o
decreto publicado no diário oficial de 29 de agosto determinou que o
prazo final de entrega do projeto de lei à Câmara de Vereadores era
16 de setembro. “A prefeitura quebrou o que estava determinado nas
atas que assinamos com a Casa Civil e com a Secretaria de Educação.
Isso não será tolerado”.
Em nota, o
sindicato informou que a comissão foi recebida ontem pela chefia de
gabinete da Casa Civil, que informou sobre o atraso no envio do
projeto de lei. Em seguida, ainda conforme o Sepe, o
secretário-chefe da Casa Civil, Pedro Paulo Carvalho Teixeira, teria
enviado uma mensagem de texto para um dos coordenadores do sindicato
com as seguintes palavras: “Trabalhamos o final de semana inteiro e
ainda hj o dia será longo. Fecharemos na madrugada. Amanhã
enviaremos. Desculpe. Abs.”
A Casa Civil
informou ontem à noite que ainda finalizava o plano. E completou que
o texto será enviado ao Sepe e à Câmara, em regime de urgência.
VOTAÇÃO É AMANHÃ
A Câmara de
Vereadores do Rio vota amanhã quatro projetos de lei que podem
beneficiar 10 mil servidores da Educação. Haverá duas sessões
extraordinárias para discussão e aprovação do texto, para que seja
enviado à sanção ou veto do prefeito Eduardo Paes. São esperadas
oito mil pessoas nas galerias e no entorno da Casa.
CAPACITAÇÃO DE
AGENTE
O primeiro
projeto de lei que será votado amanhã prevê que os agentes
auxiliares de creche, que se capacitarem como educadores, vão
receber aproximadamente R$1.800 mensais. Valor correspondente ao que
é pago atualmente pela Prefeitura do Rio aos servidores de Nível
Médio Técnico.
EQUIPARAÇÃO
O segundo projeto
de lei vai readequar o cargo de Professor de Educação Infantil. A
proposta estabelece a equiparação salarial do professor com
graduação com o docente 40 horas com licenciatura. Esses servidores
que atualmente ganham R$ 1.300, passarão a receber R$ 3.840 à medida
que aderirem à nova carga.
SEM DISCREPÂNCIA
O terceiro
projeto é resultado de um ano de luta da categoria dos Professores
II de 40 horas. A proposta trata do fim da discrepância salarial
entre o Professor I e o Professor II com licenciatura. Hoje, o PI
recebe R$ 3.840, enquanto o PII 40horas ganha R$2.880. Com o projeto
aprovado, haverá equiparação entre as duas nomenclaturas.
CRIAÇÃO DE CARGO
O quarto projeto
cria o cargo de Agente de Apoio à Educação, com o intuito de
melhorar o atendimento dos alunos com deficiência do município.
Segundo o vereador Paulo Messina (PV), os projetos vão acabar com a
“verdadeira colcha de retalhos que é encontrada no quadro de cargos
da Educação Municipal”.
Fonte: O Dia, ALESSANDRA HORTO, 17/9/13.