Presidente do
ANDES-SN: poder público precisa ser cobrado no caso da boate Kiss
Professora e dirigente
sindical esteve em culto ecumênico na UFSM
O poder público precisa
responder com responsabilidade sobre essa tragédia (incêndio na boate Kiss
que ceifou a vida de 237 pessoas). A afirmação é da professora Marinalva
Oliveira, docente na Universidade Federal do Amapá e atual presidente do
Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior. Ela
esteve na manhã desta segunda, 4, no campus da UFSM, trazendo a
solidariedade da entidade à comunidade da instituição. Para Marinalva, o
drama centralizado em Santa Maria é resultado de uma soma de fatores, entre
eles, a ganância econômica, a falta de compromisso e de responsabilidade do
poder público. Soma-se a isso, segundo ela, a cultura da sociedade de não
cobrarem a fiscalização dos locais que frequentam.
Na análise da líder
sindical, a questão que permeia todo esse drama é a visão de mundo que temos
hoje, com o pensamento capitalista sendo preponderante. “Uma questão muito
singular que foi abordada pelas pessoas se refere aos seguranças. Eles não
estavam lá para garantir a segurança das pessoas, mas pelos relatos,
buscavam unicamente garantir a segurança do patrimônio dos donos, ou seja, o
lucro colocado acima da vida”, destaca. Para Marinalva, o que estamos vendo
é mais uma atrocidade do capitalismo. “Só se pensa em fazer mais, em lucrar
mais, com o mínimo de investimento”, frisa.
No que se refere ao
retorno às aulas na UFSM, ao sentimento de perda, com as mortes de 116
estudantes da instituição, Marinalva avalia que agora o pensamento deve ser
de solidariedade. “A solidariedade é um princípio que faz com que as pessoas
se unam e transformem coletivamente qualquer situação que esteja posta. Na
Ufsm teremos um recomeço e esse deverá ser de forma diferente para cada um e
compreender as individualidades é essencial. Queremos que a solidariedade
coletiva possa se transformar em uma solidariedade entre os indivíduos”,
comenta a presidente do ANDES-SN.
Texto: Fritz R. Nunes
Fonte: Sedufsm - Seção Sindical, 5/2/13.
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