Prédio da Ufopa
apresenta rachaduras e causa pânico na comunidade universitária
O campus funciona
em um prédio antigo de Santarém, que antes funcionava como um hotel.
Em abril, o Sindufopa havia solicitado uma vistoria do prédio, após
relatos de tremores
Na última
sexta-feira (12/07), um incidente nas instalações do Hotel
Boulevard, em Santarém, onde funciona sede provisória da
Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufop), causou pânico entre
alunos, docentes e técnicos, que evacuaram rapidamente o prédio ao
observar rachaduras em um dos andares. O Corpo de Bombeiros foi
acionado de imediato e o local, chamado de “campus Amazônia” pela
administração da universidade, ficará interditado até a próxima
quarta-feira (17) para avaliação.
A situação foi,
de certa forma, antecipada pelo Sindicato dos Docentes da
Universidade Federal do Oeste do Pará (Sindufopa). Segundo o
presidente do Sindufopa, Luiz Fernando de França, desde abril o
prédio vem apresentando problemas na estrutura e, depois de ouvir
alguns relatos de tremores no prédio, por parte de alunos,
professores e técnicos, o sindicato solicitou ao Corpo de Bombeiros
uma vistoria. “O Corpo de Bombeiros não fez uma avaliação da
estrutura, mas apresentou um parecer, em maio de 2013, dizendo que o
prédio não possui projeto de combate a incêndio e controle de
pânico, o que já é muito preocupante. Esse parecer foi encaminhado,
pelo Corpo de Bombeiros, à Reitoria e ao proprietário do imóvel pelo
Corpo de Bombeiros e até agora nós não sabemos se foi tomada alguma
providência”, relata o professor Luiz Fernando de França.
Alugado pela
Administração Superior da Ufopa, o “hotel-universidade” é
frequentado diariamente por cerca de 1.500 pessoas, entre
estudantes, professores e servidores técnicos. “É um prédio
inadequado para atender às atividades de ensino. É um hotel, não foi
construído para ser um campus universitário”, ressalta o presidente
do Sindufopa, acrescentando que se trata de um prédio antigo de
Santarém, que foi alugado pela Reitoria da Ufopa para dar conta da
demanda “de maneira improvisada”. O prédio abriga o Instituto de
Ciências da Sociedade, o Centro de Formação Interdisciplinar e
alguns setores da administração da universidade, como a Pró-Reitoria
de Ensino e a Pró-Reitoria de Extensão. “A própria Reitoria está se
mudando para o espaço e soubemos, de forma extra-oficial, que a
Reitoria pretende comprar o hotel para transformá-lo, de fato, no
‘campus amazônico’”, afirma França .
Para o presidente
do Sindufopa, este fato materializa as condições precárias de
infraestrutura, de trabalho e de ensino vivenciada pelos estudantes
e professores da Ufopa. “A situação da Ufopa não é diferente da
situação boa parte das universidades brasileiras onde falta
infraestrutura e há precarização das condições de trabalho. A
situação do Hotel Boulevard é mais uma materialização deste processo
de precarização, de ausência de estrutura mínima para o
funcionamento adequado das atividades de ensino”, completa Luiz
Fernando de França.
Fonte: ANDES-SN, 15/7/13.