Ministra da
Integração italiana é vítima de novo ato de racismo
A ministra da
Integração da Itália, Cécile Kyenge, de origem congolesa, foi vítima
na última sexta-feira (26) de novo ato de racismo ao ser atacada com
duas bananas lançadas por militantes do movimento Força Nova, de
extrema-direita, enquanto discursava para aliados políticos.
A agressão
ocorreu em uma festa do PD (Partido Democrata, centro-esquerda), o
mesmo do primeiro-ministro Enrico Letta, na cidade de Cervia, no
nordeste do país, informou neste sábado a imprensa italiana.
Um dos militantes
extremistas lançou duas bananas em direção ao palco em que a
ministra discursava, embora sem atingi-la fisicamente.
Sem dar
importância ao gesto, Cécile usou o Twitter para comentar o ato.
"Com tantas pessoas morrendo de fome por causa da crise é triste
desperdiçar comida assim", afirmou a ministra na mensagem divulgada
por sua equipe assistente, a qual confirmou o ocorrido.
"Havia um
grupinho de opositores, mas ninguém viu. Saíram logo em seguida. A
ministra não comentou o episódio de modo particular porque é uma
pessoa educada", afirmou aos jornalistas Paola de Micheli, do PD,
que estava presente no momento do ato.
Um dia antes, na
quinta-feira (25), no mesmo local da festa do PD, militantes da
Força Nova também colocaram três bonecos sujos com tinta, que
simulava ser sangue, ao lado de panfletos contra o plano do governo
italiano de conceder nacionalidade aos filhos de imigrantes nascidos
na Itália. Segundo os militantes da extrema direita, "a imigração
mata".
O lançamento de
bananas se soma aos últimos episódios ofensivos dos quais a ministra
italiana já foi vítima. Anteriormente, no último dia 13, ela já
havia sido comparada a um orangotango pelo vice-presidente do
Senado, Roberto Calderoli, da separatista Liga Norte. Dias depois, a
ex-conselheira da Liga Norte, Dolores Valandro, sugeriu que ela
deveria ser estuprada – o qual valeu a expulsão do partido além de
uma condenação de 13 meses de prisão e três anos de inabilitação por
instigar atos de violência sexual por motivos raciais.
Fonte: Brasil de Fato, [Opera Mundi], 29/7/13