Mesmo com
‘reajuste’, docentes das IFE já amargam perdas salariais aponta
estudo
O salário de boa
parcela dos docentes das Instituições Federais de Ensino já
apresenta defasagem em julho deste ano, segundo levantamento feito
pela subseção do Dieese no ANDES-SN. Nas tentativas de negociação
com o governo federal, durante a greve histórica de 2012, o Comando
Nacional de Greve do ANDES-SN já apontava, em projeções feitas com
base na expectativa de inflação para este ano, que a proposta de
reajuste apresentada pelo governo não recomporia as perdas salariais
– amargadas desde 2010 – e, muito menos, garantiriam ganho real na
remuneração da categoria.
A pesquisa
apresenta o cálculo da evolução salarial dos professores da Carreira
do Magistério Superior entre 1 de julho de 2010, quando entrou em
vigor a última parcela do reajuste previsto na Lei 11.784/2008, e 31
de julho de 2013. Os resultados são equivalentes para a Carreira do
Ensino Básico, Técnico e Tecnológico (Ebtt).
A projeção do
estudo vai até 31 de dezembro de 2014, com base na média mensal da
inflação registrada entre julho de 2010 e julho de 2013. A próxima
alteração na tabela remuneratória está prevista para março de 2014.
Logo, os valores seguirão sofrendo corrosão inflacionária.
O levantamento
compara o reajuste no período em contrapartida com a inflação
acumulada, tanto com base no índice do ICV-Dieese quanto do
IPCA-Ibge, apurando se houve ganho ou perda salarial.
Entre 1 de julho
de 2010 e 31 de julho de 2013, quase todos docentes localizados nos
níveis Adjunto e Assistente, que concentram maior parte da
categoria, observaram perdas salariais, independente de nível,
titulação e regime de trabalho.
No caso daqueles
com doutorado, independente do regime de 20 horas, 40 horas ou
dedicação exclusiva, todos dos docentes já amargam perdas salariais,
que variam entre 1,59% (associado nível 4, 40h) e 3,64% (adjunto
nível 4, 40h), de acordo com o índice de inflação do ICV-Dieese.
Na projeção até o
final de 2014, o quadro só aprofunda as perdas salariais dos
professores. Analisando a mesma titulação, as perdas chegam a 7,41%
para os adjuntos, nível 3, em regime de 40 horas. De todos os
docentes com doutorado, apenas aqueles que são titulares em
dedicação exclusiva terão ganho real de 1,95%. Todos os demais
níveis e regimes deveriam ter os salários corrigidos, no mínimo,
entre 1,01% e 8% para não chegar em dezembreo de 2014 com a
remuneração defasada, com base nas projeções do índice do
ICV-Dieese.
Fonte: ANDES-SN, 20/8/13.