Leitora denuncia suspensão de aulas da Universidade Aberta do Brasil
Aulas estão suspensas nos sete polos de Rondônia desde junho de
2011.
Pelo menos 1,2 mil alunos são atendidos pelo programa.
Há quase dois anos as aulas nos polos dos cursos de graduação e
pós-graduação da Universidade Aberta do Brasil (UAB) em Ji-Paraná
estão suspensas. Uma das tutoras do polo da cidade, Vani Martins
Santana Benitez revela que pelos menos 400 alunos estão sendo
prejudicados com a paralisação e reclama que a Universidade Federal
de Rondônia (Unir), instituição responsável pela gestão do programa
federal no estado, não dá uma previsão para o retorno das
atividades. Vani denunciou a situação por meio da ferramenta
colaborativa VC no G1.
Segundo a tutora, são oferecidos três cursos de graduação - letras,
pedagogia e administração pública - e outros três de pós-graduação -
gestão pública, gestão municipal e gestão em saúde. "A Unir alega
que precisa reativar o financiamento, mas o MEC [Ministério da
Educação] fez uma previsão, repassou do dinheiro e por ingerência
administrativa, não foi suficiente para concluir o curso. Em todos
os estados onde tem UAB, funciona corretamente, só aqui não”,
reclama a tutora.
Vani conta que por diversas vezes tentou contato com a coordenação
da UAB em Porto Velho, mas não teve os e-mails respondidos. “Nós
fugimos dos alunos, porque não temos mais o que dizer para eles”,
afirma Vani, em tom de desabafo, completando que alunos chegaram a
passar em concursos públicos, mas não puderam assumir o cargo por
não terem concluído o curso.
Nota da Redação: Em entrevista ao G1, o coordenador da UAB e
professor da Unir Vasco Pinto da Silva disse que em todo o estado
existem sete polos - Porto Velho, Nova Mamoré, Ariquemes, Ji-Paraná,
Rolim de Moura, Chupinguaia e Buritis – que atendem a pelo menos 1,2
mil alunos. Todos estão com as aulas suspensas desde junho de 2011.
Vasco afirma ter assumido a coordenação em março de 2012, quando as
aulas já estavam paralisadas. Segundo ele, isso ocorreu devido a
falta de prestação de contas da instituição à Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), órgão
vinculado ao Ministério da Educação (MEC).
Para reativar este repasse, o coordenador explica que foi necessário
fazer um levantamento técnico de todas as despesas que deixaram de
ser declaradas, bem como as bolsas destinadas aos professores, e o
recurso logístico aplicado na locomoção destes servidores aos polos.
Neste levantamento foram detectadas algumas irregularidades, entre
elas o número de bolsa que eram pagas além do necessário. Segundo
Vasco, uma sindicância deverá ser instaurada para apurar cada caso.
Com relação ao retorno das atividades nos polos, o coordenador
afirma que, após um levantamento prévio e definitivo do orçamento
necessário para reativação dos cursos, a previsão é de que o recurso
seja liberado ainda em março, apesar da data para o retorno não
estar confirmada.
Vani Martins Santana Benitez
Internauta, Ji-Paraná, RO.
Fonte: G1, 5/3/13.