Greve em Portugal
e protestos no Paraguai reforçam insatisfação com governos
Os trabalhadores
portugueses iniciaram nesta quinta-feira (27) greve geral contra a
política econômica do governo. O balanço das centrais sindicais
aponta forte adesão nas principais cidades de Portugal, em especial
do setor de transportes. No Paraguai, manifestantes saíram às ruas
na noite do dia 26, quarta-feira, para protestar contra a corrupção
política e reivindicar melhorias nos serviços públicos. Sindicatos,
associações e movimentos sociais participaram da mobilização, que se
concentrou em frente ao Parlamento.
Conforme a
Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses (CGTP), a adesão
dos trabalhadores do metrô, dos trens e dos barcos em Lisboa chegou
a 100% de madrugada. Apenas no Porto, a Justiça determinou o
funcionamento de serviços mínimos de transporte coletivo. Segundo a
CGTP, os trabalhadores de outros serviços públicos, como limpeza
urbana, portos, hospitais e bombeiros, também paralisaram as
atividades.
Em entrevista à
emissora pública Rádio e Televisão de Portugal (RTP), o dirigente da
CGTP Libério Domingos disse que espera também forte adesão dos
trabalhadores das empresas privadas. Segundo ele, a greve é contra o
desemprego – que apresenta taxa de 18% -, e afeta toda a sociedade.
“A greve é para defender o direito ao trabalho e o trabalho com
direito”, acrescentou.
Em entrevista à
Rádio Antena 1 (da RTP), o secretário-geral da central sindical
União Geral dos Trabalhadores (UGT), Carlos Silva, explicou que a
greve é contra o governo do primeiro-ministro Pedro Passos Coelho.
“Esperamos que o governo, combatendo o autismo e uma certa
inclinação para a surdez e a cegueira, possa ter condições de recuar
e minorar o sofrimento que está a afligir ao povo, de uma forma que
imaginávamos incalculável, 40 anos depois do 25 de abril”, disse,
referindo-se à Revolução dos Cravos (1974).
O programa de
ajustamento financeiro exigido pelos credores do país - o Fundo
Monetário Internacional, Banco Central Europeu e a Comissão
Europeia, a chamada Troika - é apontado pelos trabalhadores
portugueses como principal causa da austeridade.
Paraguai
A fim de
pressionar o Parlamento para rejeitar a proposta que permite a
deputados e senadores se aposentarem apena com 10 anos de atividade,
foram realizados protestos também na última terça-feira (25). No
país, as aposentadorias ocorrem com idade mínima de 55 anos. Os
universitários também realizam manifestações e reivindicam mais
investimento em educação.
Para este domingo
(30), estão marcadas novas manifestações no Paraguai. A presidente
da Coordenação dos Advogados do Paraguai, Kattya González, disse que
todos estão organizados para um protesto em Assunção em frente ao
Parlamento.
*Com informações
da Agência Brasil
Fonte: ANDES-SN