Governo
condiciona acesso ao contracheque à leitura de informe sobre
Funpresp
As manobras do
governo para pressionar os servidores públicos federais a aderirem a
Fundação de Previdência Complementar do Servidor Público do Poder
Executivo (Funpresp-EXE) também estão presentes nos sistemas que
disponibilizam documentos, condicionando o acesso à versão
eletrônica do contracheque à confirmação de leitura de informes que
fazem propaganda sobre o projeto de implementação da previdência
complementar arquitetado pelo governo.
Para os
servidores que acessam o contracheque apenas na versão eletrônica no
Siapenet, a confirmação da leitura é obrigatória, pois o documento
só é disponibilizado após o clique na opção ‘confirmar’. A mensagem
do governo que antecede à visualização do documento evidencia a
intenção subjetiva de atrair adesões de servidores públicos, entre
eles os professores, ao Funpresp.
“Esta é uma
maneira de o governo divulgar o Funpresp, como se a Fundação fosse a
grande solução dos problemas dos servidores públicos que irão
aposentar daqui para frente. Ao abrir a página, há uma mensagem que
diz ‘como realizar seus planos’ mas, na verdade, o Funpresp é uma
grande perda para os servidores”, afirma o encarregado de Assuntos
de Aposentadoria e coordenador do Grupo de Trabalho de Seguridade
Social e Assuntos de Aposentadoria do ANDES-SN (GTSSA), Almir
Menezes Filho. Para o diretor do Sindicato Nacional, o governo pode
afirmar que as pessoas que estão acessando a mensagem são favoráveis
à Fundação.
Por meio de nota
de esclarecimento emitida na Circular nº 95/2013 (confira), o GTSSA
do ANDES-SN recomenda, por precaução, que os docentes evitem clicar
na opção ‘confirmar’, e que adiem a consulta do contracheque. De
acordo com a nota, “muito embora o simples ato de clicar na palavra
‘confirmar’ não signifique adesão ou venha a configurar a assinatura
de um contrato, o governo poderá manipular o número de acesso para
utilizá-lo como propaganda”.
“Estamos
orientando os professores a aguardarem o recebimento do contracheque
em casa ou buscá-lo nos departamentos das universidades, e também a
procurarem as Seções Sindicais e a Assessoria Jurídica para analisar
cada caso”, diz Almir. Para o diretor do ANDES-SN “esta é uma grande
investida do governo para os professores que estão na ativa e que
entraram entre 2003 e 2013, que são os que podem optar pela
aposentadoria complementar. A nossa orientação é que os professores
não façam a adesão pela aposentadoria complementar”.
Fonte: ANDES-SN, 3/6/13.