Governo sanciona lei que consolida desestruturação da carreira docente
nas IFE
A presidente Dilma
Rousseff sancionou, na última semana de 2012, o texto da Lei que consolida a
desestruturação da carreira docente nas Instituições Federais de Ensino (http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12772.htm).
O projeto, que contém elementos do simulacro de acordo firmado entre o
Executivo e o Proifes, foi aprovado de forma sumária tanto na Câmara quanto
no Senado, sob pressão do pedido de urgência apresentado pelo governo.
Apesar de ter
reafirmado recentemente que a Educação é “prioridade absoluta” de seu
governo, ao sancionar tal lei Dilma Rousseff não demonstra preocupação com a
qualidade das condições de trabalho, ensino e aprendizagem nas Instituições
Federais de Ensino.
Marinalva Oliveira,
presidente do ANDES-SN, ressalta que a greve dos docentes das IFE, que durou
cerca de quatro meses, serviu para expor para a sociedade essa contradição
entre discurso e prática do governo, dando visibilidade às condições
precárias em quase todas as IFE, principalmente com a expansão via Reuni.
“Durante esse ano
[2012] ficou explicitado que não há interesse do governo em garantir uma
universidade de qualidade para a população brasileira. Se tivesse, atenderia
a reivindicação dos docentes das Instituições Federais de Ensino (IFE) por
uma carreira estruturada, que valorize a experiência e qualificação, e
também por melhorias nas condições de trabalhos nessas instituições”,
observa.
Marinalva destaca que
com a greve foi possível fazer um debate sobre a educação que o governo
quer, baseada na reprodução de mão de obra barata para o mercado, e no
sentido contrário à indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão.
A presidente do
ANDES-SN destaca que os reflexos da forte mobilização dos docentes ainda
ecoam, como demonstram as recentes reportagens veiculadas no jornal O Globo,
criticando a proporção estudante/professor estabelecida pelo Reuni (http://portal.andes.org.br/imprensa/noticias/imp-ult-1108339781.pdf)
e a tentativa do Governo de excluir a área de Ciências Humanas do programa
Ciência sem Fronteiras (http://portal.andes.org.br/imprensa/noticias/imp-ult-1885060287.pdf).
Além de jogar luz sobre
as condições de trabalho e ensino nas IFE, a greve dos docentes serviu
também para tirar o Executivo de sua zona de conforto. “Com a força da nossa
greve, que se expandiu para os demais setores da educação e também do
funcionalismo federal o governo se viu obrigado a mudar a posição
intransigente de não negociar com categorias em greve e rever sua política
de reajuste zero para os próximos anos”, avalia a presidente do Sindicato
Nacional.
Greve é destaque na
Retrospectiva 2012 da grande imprensa
A importância da greve
protagonizada pelos docentes das IFE em 2012 na conjuntura do país foi
destaca na Retrospectiva 2012, produzida por vários veículos da grande
imprensa. Entre as várias menções feitas à luta pela melhoria na qualidade
da Educação Federal, está o álbum de fotos publicado pelo portal de notícias
UOL, destacando através de imagens os principais momentos da paralisação,
que teve início em 17 de maio e se estendeu até 21 de setembro.
http://educacao.uol.com.br/album/2012/07/16/dois-meses-de-greve-nas-federais.htm#fotoNav=28
Fonte: Andes-SN.
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