Fórum lança Campanha Unificada dos SPF, mas ministra não recebe entidades
 

Mais de 300 militantes do serviço público federal participaram do ato simbólico na manhã de hoje, dia 20 de fevereiro, em frente ao Ministério do Planejamento

O lançamento oficial da Campanha Unificada dos Servidores Públicos Federais (SPF), realizada na manhã desta quarta-feira (20), em frente ao Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG), foi marcado pela negativa da ministra Miriam Belchior em receber os sindicatos e centrais sindicais que compõem o Fórum Nacional dos SPF.

O pedido de audiência com a ministra foi feito no dia 20 de janeiro, data do protocolo da pauta de reivindicações dos servidores. Os representantes das entidades realizaram uma manifestação em frente ao MPOG com uma série de denúncias sobre o descaso do governo com os trabalhadores do serviço público, incluindo o descumprimento de acordos firmados em 2012 com algumas entidades.

“Este ato simbólico tem como objetivo cobrar a audiência com a ministra, solicitada em 20 de janeiro, quando foi entregue a pauta. A resposta do Ministério (do Planejamento) é de que não havia agendamento e que ela não poderia nos atender hoje”, explica o 1º vice-presidente do ANDES-SN, Luiz Henrique Schuch.

A necessidade de divulgação da pauta dos SPF, por meio da realização de ações unificadas nos estados e municípios, a importância da integração e mobilização dos servidores e a participação na marcha marcada para dia 24 de abril foram destacadas por todos os representantes das entidades.

“Precisamos colher as lições do que aconteceu nos dois últimos anos, quando o governo se manteve intransigente, mas por força da nossa mobilização teve que sair da sua posição inicial, em que afirmava nas reuniões para as entidades que o reajuste seria de zero em 2011, zero em 2012 e zero em 2013. Temos que seguir com a denúncia de que o governo continua não cumprindo a determinação constitucional que obriga a revisão anual dos salários dos servidores públicos”, afirma Schuch.

O coordenador da CSP – Conlutas, Paulo Barela, alertou sobre os ventos da crise na Europa que refletem no Brasil, como o inexpressivo crescimento do PIB brasileiro em 2012, que não ultrapassou 1%, e as consequências para os servidores. “Essa situação resulta na superexploração da classe trabalhadora e na retirada de seus direitos”.

Barela também comentou sobre a grande mobilização das categorias que marcou o ano de 2012. “Conseguimos reunir 400 mil funcionários públicos em greve durante quase quatro meses, e que a mídia pautasse a nossa luta, mas continuamos sem conseguir compromisso do governo que contemplem nossas reivindicações. Nós estamos junto com os servidores para continuar a luta e reverter esses ataques”, acrescenta.

Para a coordenadora geral da Fasubra, Janine Teixeira, o lançamento da Campanha Unificada é o começo de uma jornada de lutas. “O governo tem uma resistência muito grande, pois fez o acordo com a entidade e acha que já deu, mas tem descumprido várias questões, como é o caso dos aposentados. Todos os direitos estão sendo retirados”, denuncia. A diretora da Fasubra criticou também a presença de um grande contingente de policiais em um ato totalmente pacífico.

A Frente Nacional de Oposição Bancária foi representada no ato e demonstrou total apoio ao Fórum e suas entidades no enfrentamento ao governo, por estarem sofrendo com o mesmo tipo de precarização.

Após as falas dos representantes das entidades do Fórum, os servidores concentraram-se na porta de entrada do Ministério para pressionar por uma audiência com a ministra. Com gritos de “negociação”, os servidores insistiram para que a ministra recebesse seus representantes, o que não ocorreu até o final da manhã.

Na avaliação das entidades que compõem o Fórum, o ato foi um sucesso e demonstrou que o governo continua com o mesmo tom intransigente do ano passado, o que representa mais um motivo para que os servidores se organizem. No próximo dia 26, está agendada uma reunião que fará um balanço das atividades realizadas nos dias 19 e 20 de fevereiro. Também serão definidas as próximas ações, entre elas a intensificação mobilização combinada nos estados e municípios, e também nacionalmente, para ampliar o diálogo com a sociedade na defesa do serviço público e a força da categoria para grande marcha do dia 24 de abril.

 

Fonte: ANDES-SN, 20/2/13.

 


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